Editorial | Opinião
A Morte do Heroísmo
Publicado há
10 anos atrásem
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RildonQuando criado o conceito de super-heróis, na década de trinta, com o surgimento de seu maior expoente, o Superman, tínhamos um personagem ainda buscando seu entendimento junto à sociedade. Era um personagem cru, cheio de falhas, mas em busca de seu conceito. Ser algo maior para a humanidade, uma inspiração.
Nas décadas seguintes, com a famosa Era de Ouro dos quadrinhos, o entendimento de super-herói foi sendo trabalhado e nos mostrando que ser um Herói era algo maior. Um guia para os meros mortais. Alguém que inspira o melhor nos homens.
E por muito tempo foi assim, tanto que tínhamos dificuldade em distinguir um defensor do outro, afinal, o último filho de Kripton era meio que um guia para se construir a personalidade de novos personagens.
Com o passar dos anos, os conceitos empregados mudaram, como tudo no mundo. E a procura por roteiros mais adultos e mais próximos à realidade, foi uma necessidade do mercado. Eis que grandes roteiristas surgiram, e mexeram no status quo da psique de vários heróis.
Alan Moore, nos anos 80, traz uma releitura de todos os conceitos de Super-heróis, em sua reformulação do personagem Marvelman (Miracleman). Um personagem criado na década de 50, por Mick Anglo. Moore brincou com o espírito definido de herói, introduzindo uma temática mais sombria e adulta para a trama.
Mais uma vez, também na década de 80, ele desconstrói todo o conceito do Herói, em sua icônica obra em parceria com Dave Gibbons: Watchmen (Em breve mais sobre Alan Moore, Miracleman e Watchmen).
No entanto, nosso Superman continuava sendo um exemplo do herói clássico, e mesmo com algumas pessoas falando como é complicado escrever uma história para ele com todos os seus poderes e sua personalidade ultrapassada, o Mago inglês dos roteiros, Alan Moore (SIM!), nos mostrou em duas grandes histórias, uma verdadeira aula de como escrever o Sr. Clark Kent. As histórias são: “Para o Homem Que Tem Tudo” e “O Que Aconteceu ao Homem do Amanhã?”. Também conhecida como “O que aconteceu ao homem de aço?”. Histórias simples, mas trazendo todas as dores de Kal-el e todo seu sacrifício.
Os filmes inclusive mantinham essa aura de pureza e definições do que é certo e o que é errado.
Mas o mundo mudou, a prova disso foi o fracasso do filme Superman: O Retorno. Dirigido por Bryan Singer (Os Suspeitos, X-men). O filme foi uma sequência direta dos filmes do Richard Donner, trazendo aquele personagem heróico, ingênuo e com um senso de dever muito bem definido. O filme não agradou, pois tinha uma linguagem datada e o público já não aceitava aquele escoteiro, o expectador exigia algo mais obscuro e denso.
Eis que chegamos em Man Of Steel, e apesar de gostar do filme, e ter adorado vários conceitos empregados na película, para mim (e é uma posição extremante pessoal) o filme falha como um filme do Superman e falha como um filme do herói clássico.
A visão do diretor Zack Snyder é extremamente bidimensional, nos mostrando um herói que ainda não entendeu o peso que carrega nos ombros, que não visualizou que ele, acima de tudo, é um exemplo, um guia para o homem comum. Por isso não o considero um filme do Superman (tanto que ele não carrega esse nome em seu título).
Um dos poucos respiros de histórias bem feitas com os conceitos clássicos de como um defensor da humanidade deve realmente agir, foi na história que saiu na Action Comics 775, e magistralmente adaptada na animação Superman VS a Elite. Uma crítica bem pontual sobre o papel dos seres superpoderosos na sociedade, com a postura do Superman de não ultrapassar os limites da moralidade.
O mundo mudou, e muito do que foi escrito teve que ser atualizado, a prova disso é o ícone do que é ser super-herói ter passado por novas leituras, novos conceitos. E muito do que ele foi em seu passado, deixou de funcionar para o novo público. Mas a mensagem que Kal-el nos trouxe, o símbolo que ele apresenta, é muito maior, e gostaria muito de ler uma história aonde os roteiristas lembrassem acima de tudo que antes de ter poderes quase divinos, ele é acima de tudo um herói.
Comecei muito cedo a consumir cultura pop, graças a minha Santa Avozinha que me presenteou com a edição A Espada Selvagem de Conan N° 14. Tenho a absoluta certeza que Jack “The King” Kirby é mais importante para o universo dos quadrinhos que Stan “The Man” Lee. Sou fã de Star Wars, Lord Of The Rings, Poderoso Chefão, Batman e Wolverine. Amante de bons filmes e louco por pudim e Doritos picante.
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Editorial | Opinião
Os Grandes Professores da Ficção
Publicado há
6 anos atrásem
15 de outubro de 2018Uma pequena homenagem àqueles que receberam a nobre missão de ensinar.
No Brasil, 15 de outubro é conhecido como o Dia dos Professores. E nós do Multiversos vamos homenageá-los da melhor forma que conhecemos: listando os 10 professores marcantes da literatura, do cinema e da televisão!
1 Alvo Dumbledore (Harry Potter)
Interpretado por Richard Harris e Michael Gambon nos cinemas, o professor Dumbledore é tudo o que esperaria de um mestre das artes mágicas: idoso, sábio e sempre ali pra quem precisar dele. No entanto, ensina não apenas os mistérios por trás dos feitiços, mas mostra o poder incalculável do amor, da amizade e da humildade.
2 Mestre Yoda (Star Wars)
Quando de ensinamentos falamos, Yoda faltar não pode. O pequeno grande Jedi traz consigo não apenas a carga professoral de afinar jovens mentes, mas uma sabedoria profunda em seus ensinamentos de lealdade, ordem e bondade. Aparentemente frágil em idade e estatura, sabemos muito bem que Yoda faz valer seu título de Mestre Jedi!
3 Charles Xavier (X-Men)
Quando se trata de proteger seus estudantes e se erguer como um farol de esperança, o Professor X certamente é uma voz a ser lembrada. Interpretado por Patrick Stewart nos cinemas, Charles é uma voz de tolerância e respeito às diferenças ainda muito necessária nos nossos dias.
4 Minerva McGonagall (Harry Potter)
Falar de professores e não incluir Minerva McGonagall é um crime. Nos cinemas, Dame Maggie Smith deu vida à severa professora de Transfiguração. Inteligente, corajosa e cheia de compaixão, é capaz de enfrentar o próprio Lorde das Trevas para proteger seus alunos. É aquela típica professora de matemática adepta da disciplina, mas que não deixa ter um carinho enorme pelos estudantes.
5 Professor Carvalho (Pokémon)
Nos primeiros jogos de Game Boy, o professor Carvalho é quem nos apresenta o mundo incrível de Pokémon. Presente em todas as temporadas do anime, é o típico professor com conhecimento enciclopédico com quem sempre se pode contar. Sua relação com os Pokémon nos leva a pensar que podemos, sim, existir harmonicamente com a natureza.
6 Will Schuester (Glee)
Pense num professor que sempre encoraja seus alunos a seguir seus sonhos. Esse é Will Schuester, interpretado por Matthew Morrison. Um apaixonado pela educação, transforma a vida de cada um de seus alunos através da arte, mostrando que fazer parte de algo especial também te torna especial.
7 Merlí Bergeron (Merlí)
Um professor que tem caído no gosto do povo, Merlí é um filósofo crítico, relaxado, revoltado e inusitado. Tudo ao mesmo tempo. Seus métodos de ensino incomuns levam seus alunos a ver a filosofia de outros ângulos e a questionar tudo ao seu redor. Até ele próprio. Ensina arte de refletir e através dela muda vidas e mais vidas. É o professor que todos desejariam!
8 Annalise Keating (How To Get Away With Murder)
Interpretada por Viola Davis, a professora Keating é uma mestra em direito penal. Sua vida complicada, métodos duvidosos e fama de carrasca acabam conquistando o público com os mistérios envolventes da série. E, verdade seja dita, ela realmente se importa com os alunos.
9 Ir. Mary Clarence (Mudança de Hábito 2: Mais Loucuras No Convento)
Com o nome verdadeiro de Deloris Van Cartier, a cantora aparece na sequência de Mudança de Hábito para ensinar música em uma escola católica prestes a fechar. Ela salvou o convento Santa Catarina, hora de salvar o Colégio St. Francis! Com alunos inicialmente desinteressados e verdadeiras pestes, a personagem de Whoopi Goldberg usa a música para transformar suas vidas e levá-los à vitória na competição de corais. A “freira” faz jus à suas próprias palavras: é uma estrela!
10 Professor Raimundo (Escolinha do Professor Raimundo)
Não há brasileiro que não se recorde do professor Raimundo, vivido pelo mestre Chico Anysio. Suas aulas arrancaram risadas de gerações, apresentaram grandes nomes do humor e nos deixaram com saudades quando ele se foi. O professor Raimundo, sem medo de errar, é o maior professor da televisão brasileira. Mais que digno dessa homenagem.
Claro, além destes, vários e vários mestres fizeram parte da nossa formação como o inesquecível Professor Girafales, ou ainda o louco Professor Emmet Brown, de De Volta para o Futuro. A verdade é que, sem os nossos professores, reais ou da ficção, nós não seríamos quem somos.
Parabéns a todos os professores!
Normalmente descrito como um humano meio-abissal, Bardo 2/Mago 5/Universitário 6, Caótico e Trevoso.
Editorial | Opinião
Disney & Fox | Do sonho dos fãs ao risco para o mercado
Publicado há
6 anos atrásem
8 de agosto de 2018Tentamos analisar, nos detalhes, o impacto e os desdobramentos da negociação que está mexendo com o mundo do entretenimento.
Depois da última sexta-feira de julho, 27/07, é correto dizer que a forma como consumimos entretenimento nunca mais será mais a mesma.
Através de uma aprovação, quase unanime, por parte dos acionistas envolvidos nas negociações, o acordo de compra da 21st. Century Fox pela Walt Disney Group foi fechado pela bagatela de U$ 71,3 bilhões.
Entre expectativas, especulações e preocupações, o impacto desta negociação reflete não só na maneira como consumimos nosso entretenimento, possuindo reflexos em vários segmentos do mercado, agitado com as possibilidades que esta nova junção deverá propiciar.
Entre os ativos adquiridos pela Disney estão 20th Century Fox e Fox Searchlight, os canais FX e National Geographic, as emissoras esportivas regionais da Fox e a maior parte das ações do serviço de streaming Hulu.
CINEMA
A Disney passa a ser proprietária de franquias consagradas como Avatar, Planeta dos Macacos, Kingsman, Duro de Matar, As Crônicas de Nárnia, Independence Day, Maze Runner e, claro, Deadpool, Quarteto Fantástico, X-Men, entre outras.
É categórica a observação de que as maiorias destas franquias não possuem o “jeitão” da Disney, e ainda não temos como saber como a empresa se comportará em relação a elas. Não se pode, por exemplo, precisar como seria um filme do Alien ou mesmo um Deadpool feito pelo Mickey Mouse e Cia Ltda. Temos também que considerar os grandes blockbusters, ou mesmo as grandes produções que normalmente concorrem ao Oscar. A concepção destas obras também foge ao modus operandi da Disney e como a mesma se comportará perante a esta situação ainda é um grande ponto de interrogação.
Birdman, O Regresso e o recente A Forma da Água são exemplos de produções da divisão de filmes da Fox que faturaram o Oscar nos últimos anos, a mesma também possui estúdios anexos, e subsidiários responsáveis por produções independentes, filmes estrangeiros, gêneros de terror entre outros. Como o estúdio de animação Blue Sky responsável por animações de sucesso, como Rio e A Era do Gelo. Pessoalmente, acredito que a Disney manterá esta divisão de filmes, dando continuidade ao trabalho que já vinha sendo feito, sob claro, a batuta da empresa, que não deve mexer na identidade dos filmes adquiridos. O que ela deve fazer é regular produções futuras. Ainda assim, creio que o espaço criativo desta “nova” divisão de filmes, mesmo que com uma nova supervisão, esteja garantido. Sendo assim as lendárias instalações do Fox Studios, localizadas em Los Angeles, EUA, continuarão sendo utilizadas. Vale lembrar que a Marvel Studios e a Lucas Films foram adquiridas pela empresa e continuam existindo, minha aposta é que esta divisão de filmes deve funcionar como um “selo” separado para estes tipos de filmes, que serão supervisionados, mas não terão seu conteúdo adaptado para que seja palatável a abordagem familiar do conteúdo recorrente da empresa.
Quem parece não estar gostando muito desta nova fusão são os roteiristas, que se manifestaram já em Dezembro último, quando a fusão começou a ser costurada. Há uma preocupação, deferida em minha opinião, de que o domínio da Disney pode propiciar uma desvalorização destes profissionais, ficando cada vez mais difícil conseguir salários melhores, reivindicação recorrente desta categoria.
Vale lembrar que a Fox controlava os direitos de Star Wars: Uma Nova Esperança, agora com a compra estes direitos passam a ser abrigados pela mesma casa que em 2012 comprou a Lucas Films.
TELEVISÃO
Os Simpsons, Futurama e Family Guy, são animações conhecidas pelas qualidade em suas histórias, mas que não são histórias para todos, já que todas elas são carregadas de citações e situações polêmicas e de um humor absolutamente ácido, e momentos que, para alguns, podem ser desconfortáveis. Ainda assim, todas elas são sucesso de crítica e público, principalmente a Família Amarela que é um fenômeno no ar há mais de duas décadas.
Apesar disso tudo Os Simpsons não tem, para a Disney, o mesmo apreço emocional que tem para a Fox. Mesmo sendo uma série que dispensa comentários, há muito deixou de ser visionária e inovadora como em temporadas anteriores. O risco da série encontrar seu final definitivo é uma possibilidade.
Outras séries de sucesso pertencentes a Fox, como This is US, 24 Horas, Modern Family, American Horror Story, Legion e The Gifted (as duas últimas ligadas ao universo dos X-men) também passam ao controle da Disney. Além de nutrirmos uma expectativa sobre como e se dará continuidade destas produções, fica o potencial evidente do que a Disney terá em seu catalogo para o seu futuro serviço de streaming em desenvolvimento. Imagine inaugurar um serviço de streaming com todas as temporadas de Simpsons ou Arquivo X, só para citar algumas poucas séries muitas temporadas.
A Disney herdará os canais da Fox e muitos deles dominam a audiência no mundo oriental, o que dará ainda mais visibilidade a empresa que, no acordo de compra, também se tornou dona da europeia Sky, e através da Sky a Disney deve forçar a exposição de seu conteúdo em larga dentro da sua programação, através de seus muitos canais adquiridos e outros meios de propagação. É fato que a Sky será, em curto prazo, um poderoso instrumento para Mickey e sua turma. A Endemol, empresa que se tornou famosa por criar reality shows muito conhecidos como MasterChef e Big Brother, também passa a ser de propriedade do grupo Disney.
Fica a ressalva de que, como a Disney já é dona da ESPN, a aprovação do acordo de compra pelos órgãos reguladores prevê que a empresa venda os canais de esporte adquiridos junto a Fox.
STREAMING
É inegável que hoje há uma preferencia por parte da audiência pela Netflix quanto ao tipo de serviço de streaming oferecido. Ainda que a concorrência esteja cada vez mais agressiva, com conteúdo principalmente original, de qualidade a Netflix ainda é uma preferência e, em muitos casos como foi no Brasil até pouco tempo atrás, a única opção.
A Disney já notificou que retirará seu conteúdo da Netflix a partir de 2019, já que a empresa terá seu próprio serviço de streaming, que passará agora a ter um catálogo imenso. Além dos já mencionados Os Simpsons, Family Guy, Arquivo X dentre entre outros, a empresa ainda tem o escopo de filmes da Marvel Studios, da Lucas Films e claro seu conteúdo próprio.
O gigantesco acordo de compra, ainda garantiu que a Disney se tornasse acionista majoritária de um dos mais fortes concorrentes da Netflix, o HULU. Mudanças estruturais são impedidas pelo acordo de compra, mas há a possibilidade de que, num futuro próximo, a Disney acabe por adquirir por completo os direitos do HULU e o consolide junto com seu streaming criando um mega serviço que poderia, sim, ameaçar pesadamente o domínio da Netflix. Outra possibilidade é que o HULU seja uma plataforma para um conteúdo mais adulto enquanto que o futuro serviço de streaming do Camundongo seria voltado para o conteúdo familiar.
PERSONAGENS DA MARVEL DE VOLTA PARA… A MARVEL!
O bom filho a casa torna! Um famoso ditado popular que poderia ser muito bem aplicado ao atual momento no universo do entretenimento. Com a compra finalizada, finalmente os mutantes, Deadpool e o Quarteto Fantástico poderão ser integrados ao bem-sucedido universo cinematográfico da Marvel.
O sucesso e a qualidade da receita dos filmes da Marvel fez com que os fãs desejassem arduamente o retorno dos personagens da Fox para a Marvel. Não apenas pela oportunidade de vermos nas telas encontros e histórias épicas como o casamento de Tempestade e o Pantera Negra, Hulk vs Coisa, ou Vingadores vs X-man, mas principalmente pela falta de boas histórias vistas nos filmes de heróis feitos pela Fox. X-men se tornou uma bagunça cronológica, alternando entre bons filmes e alguns desastres (vide X-Man III) ou decepções (X-Man: Apocalypse). O Quarteto Fantástico, por sua vez, conseguiu ser ainda pior, a cada novo filme um novo fiasco!
O jogo mudou com Deadpool e Logan. Fazendo o uso de uma nova roupagem, a classificação indicativa adulta destes filmes possibilitou o uso de elementos até então não vistos neste tipo de filmes como sexo, violência extrema e o vocabulário pesado. Tudo isso em filmes que fizeram de si mesmos incursões em gêneros como a comedia pautada no humor negro (Deadpool) ou um faroeste dramático recheado com cenas de perseguição ao melhor estilo Road Movie (Logan), ambos com um orçamento muito modesto se comparados a outras produções do mesmo gênero.
Isso não quer dizer que mais filmes do Mercenário Tagarela, por exemplo, não serão feitos, mas que talvez Deadpool deva seguir à margem do Universo Cinematográfico da Marvel. Quanto aos X-Men, e principalmente o Quarteto Fantástico, estes devem ser inseridos no Universo Marvel partindo do zero, sem que nada seja aproveitado dos filmes anteriores. Lembrando que o Quarteto foi a primeira super equipe dos quadrinhos e sua inserção no universo dos filmes da Marvel é algo há muito esperado pelos fãs. A aquisição destes novos personagens abre um leque enorme de possibilidades para histórias futuras no cinema, ficando a expectativa se já teremos algo a respeito na fase 4 da Marvel, que começa em 2019.
Hugh Jackman já declarou que poderia voltar a interpretar o mutante canadense caso a fusão entre as gigantes acontecessem (Jackman é uma referencia no papel, mas a hora é de renovação em minha opinião). O certo é que X-Men: Fênix Negra e Os Novos Mutantes, próximos filmes dos mutantes a entrarem em cartaz, já estarão sobre a batuta da Disney. Fênix Negra, por exemplo, deverá passar por refilmagens a partir de Agosto, e o mesmo deve acontecer com Novos Mutantes. O conteúdo destas refilmagens não foi revelado e ambos os filmes tiveram suas estreias confirmadas para 2019.
O fato é que com o retorno destes personagens à Marvel o arco de possibilidades se torna imenso, a gama de personagens que podem ser utilizados é enorme: Dr. Destino, Surfista Prateado, Sr. Sinistro e Galactus são apenas alguns exemplos do que poderemos ver nas telas nos próximos anos.
O IMPACTO DO ACORDO NA INDÚSTRIA DO ENTRETENIMENTO
Nos quadrinhos da Marvel a atenção dada aos mutantes deve mudar, uma vez que os direitos do cinema não pertenciam à Casa das Ideias, a mesma deixou os X-men de lado. Logan, por exemplo, morreu, foi substituído pela X-23 e pelo Velho Logan, este último incorporado ao universo 616. Isso sem falar no destaque aos Inumanos turbinados claramente para substituir os X-men. Agora tudo deve mudar, os X-man que sempre foram o carro chefe da editora e principal equipe de super heróis da Marvel devem voltar a estar em evidência.
Já em relação aos seus parques temáticos, é correto dizer que hoje a Disney já possui muito mais franquias de sucesso do que precisa para trabalhar em seus parques. Ainda assim, caso queira utilizar as novas aquisições em parques temáticos, terá que resolver alguns impasses causados por um acordo antigo junto a Universal. X-men, Quarteto Fantástico e Os Simpsons são do uso da Universal em seu conhecido parque, o Universal Orlando Resort. Mas a Disney já tem uma atração da Fox em seus parques, trata-se do Pandora: The World of Avatar, assim sendo, veremos no futuro como (e se é que) as novas aquisições vão figurar nos famosos parques do Camundongo Orelhudo.
O ambiente para os pequenos e médios estúdios, com isso, fica cada vez mais severo, uma vez que a Disney possui quase um terço do mercado do entretenimento, com outros cinco grandes estúdios correndo atrás dela. Muitos outros estúdios acabam sendo absorvidos em conglomerados para enfrentar não só a Disney, mas outros gigantes da comunicação e tecnologia como a Apple e o Facebook, que se lançam neste mercado como produtores de conteúdo de entretenimento. Sem muitas opções, os estúdios menores ficam condicionados a se unir com estúdios maiores, o que com certeza vai refletir numa variedade menor de filmes, e obras com orçamento médio. As produções classificadas como independentes tendem a sofrer muito com esta situação também.
O quesito monopólio, muito comentado desde que as negociações se tornaram públicas, pode ou não se tornar real, mas é inegável que a propagação e influência da empresa deve se manifestar absurdamente graças através dos novos meios adquiridos pela empresa. Outro ponto que deve ser ressaltado neste quesito remete a competitividade de mercado já que, comercialmente falando, nada é melhor que concorrência. A concorrência te tira da zona de conforto, faz com que você melhore seus processos sempre buscando uma qualidade cada vez maior. Por outro lado, quanto mais concorrentes mais o consumidor tem opções, moderando o preço praticado em produtos e serviços. Sem isso o mercado corre o risco de ser dominado pela falta de qualidade e preços abusivos.
O fato é que vivemos um momento de grande transição. Mudanças estão a caminho e seremos testemunhas de eventos que irão redefinir como consumimos entretenimento, enquanto acompanhamos a movimentação do mercado antes as ações deste novo e poderoso grupo.
É.. o Mickey Mouse e sua turma ficarão mais fortes do que nunca!
Conheceu os quadrinhos (que carinhosamente chama de Gibi) no fim dos anos 80 e deles nunca mais se separou. Gamer old school, ávido devorador de bons livros, amante da sétima arte, comentarista de rádio. Escreve para uma comunidade de cultura pop, e é o mais recente membro honorário do Conselho de Elrond.
Hoje é 20 de julho, Dia do Amigo! Mais do que nunca é dia de você abraçar seu amigo e valorizar aquela amizade sincera que, há tempos, lhe acompanha lado a lado em todos os momentos.
E, para celebrarmos este dia, vamos revisitar algumas das maiores amizades do cinema.
INTOCAVEIS (2011)
Abrindo nossa lista, o filme protagonizado pelos atores franceses François Cluzet e Omar Sy. O filme narra a história da improvável amizade entre o suburbano Driss (Sy) e o milionário tetraplégico Philippe (Cluzet), o primeiro desacreditado pelas circunstâncias da desfavorecida vida suburbana e o segundo destruído pela tragédia que o colocou numa cadeira de rodas. Uma relação inicialmente profissional que evolui para uma sincera e libertadora amizade.
DEBI & LÓIDE (1994)
Impossível deixar de lado os personagens, eternizados em nossa memória pelas performances ao melhor estilo de os Três Patetas, de Jeff Daniels e Jim Carrey. Uma sucessão de trapalhadas em uma aventura insólita, com momentos absurdamente hilários, onde fica claro que a união dos amigos será sempre o mais importante. Ainda que não seja ruim, a sequência de 2014 fica abaixo do clássico de 94.
NÁUFRAGO (2001)
Se você é da turma que acha impossível a amizade com objetos inanimados? Pois vai querer rever seus conceitos depois do calvário de Tom Hanks, perdido numa inóspita ilha deserta.
Wilson, a simpática bola de vôlei, é o amigo e confidente de Hanks, e a cena onde a bola se perde em meio às ondas é muito comovente.
E.T. – O extraterrestre (1982)
A história de amizade entre o amigável alienígena (incomum para o cinema na época) e o garoto Elliot (Henry Thomas) marcou uma geração. Spielberg concebeu não só uma aventura visual épica, mas um conto de amizade marcado pela pureza e pelo altruísmo.
X-MEN (2000 – 2014)
Aqui vamos focar no relacionamento de oposição e respeito entre Charles Xavier e Magneto. O primeiro prega a convivência pacifica entre humanos e mutantes, já Magneto prefere radicalizar acreditando que os mutantes somente poderão subsistir se dominarem a raça humana. Mesmo em lados diferentes, é nítido o forte sentimento de amizade nutrido por ambos em meio a partilha de duas visões antagônicas para uma mesma causa, numa analogia muito semelhante a Martin Luther King e Malcolm X na luta contra a segregação racial.
CURTINDO A VIDA ADOIDADO (1986)
O filme do diretor John Hughes virou um símbolo sagrado da Cultura Pop. A história do jovem Ferris Bueller e seu amigo Cameron Frye, vividos por Matthew Broderick e Alan Ruck, matando aula e vivendo intensamente as maiores aventuras. Clássico da sessão da tarde, marcante tanto por explorar a natureza da amizade inseparável dos garotos, quanto por mostrar o quanto é legal aproveitarmos o melhor da vida quando ela ainda nos permite fazê-lo.
CONTA COMIGO (1986)
Aqui falaremos de um grupo de amigos, quatro crianças, cada qual com sua personalidade e seus dramas pessoais. Muitos temas são trabalhados neste filme, onde os garotos Gordie, Terry, Vern e Chris saem numa inusitada jornada que marcará para sempre suas vidas. Uma lição de amizade exposta em um roteiro valoroso, e com um elenco de muita competência, com destaque para, o até então promissor, River Phoenix. Baseado no conto de Stephen King, o filme serviu, e ainda serve, de inspiração para muitas outras obras, como a série Stranger Things. Se ainda não assistiu, vale muito a pena conferir!
OS GOONIES (1985)
Mais um filme sobre grupo de amigos, assim como em Conta Comigo. Os oito Goonies partem numa autêntica e emocionante caça ao tesouro, e em meio a muitos perigos os oito garotos veem seu laço de amizade e união se fortalecer. Ao lado de A Lagoa Azul é, com certeza, o maior clássico da Sessão da Tarde.
O MENINO DO PIJAMA LISTRADO (2008)
Uma perigosa amizade nasce entre o filho de um oficial nazista e um garoto judeu, no auge da Segunda Guerra Mundial. Separados não só pela cerca de arame farpado de um campo de concentração, mas pela imensidão de um ideal de raça pura distorcido que, grosso modo, serviu de pretexto para o massacre de milhões. Através do olhar infantil de Bruno e Shmuel o filme discursa sobre temas pesados e fica quase impossível não se emocionar com o final desta história. O elenco conta com Asa Butterfield no papel de Bruno.
TOY STORY (1995)
Os brinquedos preferidos do garoto Andy. Da rivalidade inicial nasceu uma amizade, ou melhor, uma irmandade, já que um nunca desiste do outro, nos ensinando muito sobre o real sentido da amizade. Woody e Buzz têm opiniões diferentes, nem sempre entram em acordo e às vezes precisam dar um choque de realidade um no outro, tudo isso com a leveza e irreverência que uma animação deste estilo pede. Mas tudo isso só serve para fortalecer o laço entre os dois amigos e toda a trupe de brinquedos.
UM SONHO DE LIBERDADE (1995)
Apesar da pesada conotação dramática e de momentos desagradavelmente angustiantes, os valores que o discurso deste filme prega, me são inspiradores. Um aprendizado sobre o que realmente deve ser a paciência, a perseverança e fé, através dos martírios e opressões sofridos pelos personagens Andy (Tim Robbins) e Red (Morgan Freeman). A amizade entre ambos é o alicerce para superar os horrores da prisão. No final, o filme ainda deixa uma importante lição sobre um sentimento tão esquecido nos dias de hoje: Gratidão.
THELMA & LOUISE (1991)
Outro clássico do cinema de aventura dos anos 90, deflagrando nas telonas o movimento “Girl Power”. Cansadas da mesmice de suas vidas Thelma e sua amiga Louise (magistralmente interpretadas por Geena Davis e Susan Sarandon) decidem fazer uma viagem em um fim de semana que reservará tantas surpresas para as duas de modo que ambas entenderão que já não cabem mais em suas vidas antigas.
HARRY POTTER (2001-2011)
O único trio de nossa lista. Nascida com muita naturalidade no primeiro ano dos garotos em Hogwarts, a amizade entre Hermione, Rony e Harry se fortaleceu ano após ano à medida que entendiam que estavam tomando parte em algo muito maior do que uma simples aventura. Da icônica batalha no tabuleiro de Xadrez a batalha final que pôs fim a Voldemort, foram anos de aventuras, perigos, dramas, desespero e esperança, numa relação de cumplicidade que marcou gerações. O trio interpretado por Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint para sempre ficará guardado em nossos corações.
O SENHOR DOS ANÉIS (2001-2003)
É de comum acordo entre os fãs: Samwise Gamgee é o grande herói desta história. Sam segue Frodo em sua desesperada jornada e ao longo do caminho por vezes se mostra uma fonte de força tão importante a ponto de entendermos que Frodo jamais chegaria sozinho a Montanha da Perdição. Sam chega ao ponto de carregar Frodo nas costas e, por vezes, mostra uma coragem atípica para um pacato Hobbit. Faz questão de manter viva a esperança de terminar a missão e voltar ao Condado, para suas vidas felizes e pacatas que aprenderam tanto a valorizar durante a árdua jornada. Sam é mais que um amigo. Protege, aconselha e, por vezes, quase perde a vida para proteger o “senhor Frodo”. Divide com o amigo, da maneira como pode, o pesado fardo que é destruir o Um Anel. Cabe frisar que nenhum destes sentimentos seria possível sem o perfeito entrosamento nas competentes performances de Elijah Wood, como Frodo, e Sean Austin, como Sam.
Mais do que nunca hoje é o dia de valorizarmos nossos amigos. Próximos ou não, sempre serão deles as mãos que lhe afagam nos momentos felizes, mas, principalmente, as que lhe abraçam nos momentos difíceis. Em um mundo onde a humanidade se perde um pouquinho a cada dia, que possamos amar e preservar nossos verdadeiros amigos. Essa é a mais importante mensagem que o dia do amigo pode nos trazer!
O Multiversos deseja a todos um feliz Dia do Amigo!
Conheceu os quadrinhos (que carinhosamente chama de Gibi) no fim dos anos 80 e deles nunca mais se separou. Gamer old school, ávido devorador de bons livros, amante da sétima arte, comentarista de rádio. Escreve para uma comunidade de cultura pop, e é o mais recente membro honorário do Conselho de Elrond.
Editorial | Opinião
Opinião | “Eu sou uma garota nerd!”
Publicado há
7 anos atrásem
9 de março de 2018Semana passada tivemos o Dia Internacional da Mulher, e nós chamamos algumas delas para conversar sobre a presença da figura feminina no meio nerd. E o resultado foi incrível! Vem com a gente!
O meio nerd sempre foi dominado por homens. Eventualmente, com uma ou outra mina estava ali presente. Mas, nos últimos anos, vemos uma crescente de meninas se assumindo nerds e entrando de cabeça nesse mundo maravilhoso. Mas, como é isso tudo para elas?
Como tivemos o Dia Internacional da Mulher, achamos que seria bom que elas falassem sobre isso. Os próximos parágrafos são transcrições, quase que literais, do que duas nerds incríveis me contaram sobre o assunto: as jogadoras da minha mesa de RPG, Kessy Elizabete e Gabrielle Gouveia, que estão desde pequenas no meio nerd.
Quando perguntadas sobre como é ser mulher no mundo nerd, nota-se a mudança na aceitação do nerd em si: “Antigamente, o nerd era o estereótipo da pessoa que não namorava e ficava em casa o dia inteiro e só fazia coisa chata. Hoje o mundo nerd se abriu para as pessoas.” E ser mulher no mundo nerd era mais difícil nos anos passados.
Gabi diz que, talvez, no passado a não aceitação era fruto não só do preconceito, mas também de algo muito mais profundo: a dificuldade dos garotos em se relacionar com mulheres. “Quando a gente entrava no mundo geek, os garotos não falavam com a gente.” Além disso, os jogos do mundo nerd simplesmente colocavam a mulher como um objeto, sexualizada demais. Com a crescente representatividade feminina, as mulheres veem uma diminuição desse tipo de imagem. Gabi ainda aponta que, enquanto antes muitos nerds não queriam as namoradas nesse mundo, hoje existem inúmeros casais nerds em que os namorados ficam felizes em ter suas companheiras consigo. Kessy é menos otimista quanto a isso: “Sob essa superfície, ainda tem muito a ser feito e pouca coisa mudou.”
Elas destacam ainda personagens que representam bem esse desafio: Diana Prince/Mulher Maravilha (da DC Comics), Hermione Granger (de Harry Potter), Helena Pera/Mulher Elástica (de Os Incríveis) e Natasha Romanoff/Viúva Negra (da Marvel). A Mulher-Maravilha aparece como exemplo de mulher, garra, determinação, independência: “Ela veio pra mostrar que as mulheres têm o poder! E que a gente pode chegar onde a gente quiser. Ela veio pra quebrar o estereótipo da mulher frágil.” Hermione é uma típica nerd. Ela é inteligente e corajosa e mostra que com garra pode-se chegar ao topo sem sacrificar o “ser mulher”. Mione é a nerd que chega às graças do público. Francamente, Harry teria morrido no primeiro livro sem Hermione. Helena Pera prova que ser mãe não é impedimento algum para ser uma heroína. Toda mãe é heroína dentro de casa, mas Helena vai além. É mãe, salva o mundo, tem poderes incríveis e sem deixar de aproveitar os momentos com o marido. Natasha Romanoff como a Viúva Negra está no pico da condição humana. Resistência, sentidos, reflexos, força de vontade, imunidade, velocidade, força… Tudo pra ela é simples. Tendo sido artificialmente aprimorada, Natasha não deixa homem nenhum ficar para trás. É incrível, especialista em vários campos físicos e mentais!!
Uma pena que quando as meninas demonstram isso tudo no meio nerd não sejam tão aceitas. Kessy relata não ter mais paciência com certos tipos de pessoas: “Quando perguntam sobre a minha capacidade de ser boa nos jogos, apenas sorrio e aceno. E vou embora.”, diz ela. “Não é o tipo de pessoa com quem insisto amizade!” Isso acontece principalmente com jogos online, onde aparecem uma bateria de perguntas sobre tudo e onde as garotas acabam por levar a culpa de algo ter dado errado no time, em jogos colaborativos como League of Legends. Piadas e deboches são mais comuns que xingamentos ou discurso de ódio (que acontecem “quando o cara é mais cabeça quente”), mas ainda assim existem. Para jogar com tranquilidade, Kessy relata colocar o chat no mudo ou desabilitado, já que nem sempre notificar os moderadores funciona. Gabi tem uma posição semelhante: “Eu conheço mulheres que jogam muito melhor que homens. Os jogadores do sexo masculino, muitas vezes, acham que a mulher não sabe jogar videogame. Pelo contrário!” Esse pensamento arcaico, segundo elas, deve ser mudado. Vamos combinar, gente, ser bom em jogos independe do gênero! Talvez a pior parte seja o assédio, ainda muito comum em jogos de predominância masculina. Mas no geral, Gabi diz que talvez pela timidez de boa parte dos nerds, é algo menos nítido em um primeiro olhar. A sociedade em si, diz elas, tem assédio: “A gente se acostuma a lidar com esse tipo de gente. Ou a não lidar!”, fechou Kessy sobre o assunto.
Mas, nem tudo é ruim. Elas apontam que a ocupação feminina no mundo nerd, o grande aumento de mulheres nesse meio, tem ajudado a melhorar esses problemas. É algo diário, um trabalho de formiga. “Tende a melhorar”, dizem elas. “Não só no mundo nerd, mas no mundo em si. Nós mulheres temos que aceitar que a gente tem o poder! A gente tem de ser feliz como a gente é!” Às novas nerds por aí que podem ter medo de entrar nesse meio, elas dão uma mensagem de força: “Sejam fortes! E não deixem que pessoas tirem sua motivação de jogar. Pelo contrário, faça disso motivação pra continuar e ser melhor!” E o que seria do mundo nerd sem as mulheres? Temos várias mulheres que mostram o poder feminino: Princesa Leia, Katniss Everdeen, Mulher-Invisível, Tempestade, Jean Grey, Feiticeira Escarlate… Muito girl power, não?
“As mulheres precisam se unir mais para mostrar que elas podem fazer tanto quanto os homens, seja jogando ou criando. Nós gostamos desse mundo e estamos nele!”
Normalmente descrito como um humano meio-abissal, Bardo 2/Mago 5/Universitário 6, Caótico e Trevoso.
Editorial | Opinião
Sense8 | Qual a perda para a representatividade na cultura pop mundial?
Publicado há
8 anos atrásem
2 de junho de 2017Desculpe o transtorno, mas preciso falar de Capheus, Kala, Lito, Nomi, Riley, Sun, Will e Wolfie. Preciso falar de Sense8.
Normalmente vocês me veem falando aqui sobre RPG, literatura fantástica e a representatividade dentro desse meio (como podem ver aqui). Mas hoje pedirei licença aos companheiros de dados porque hoje dedico meu texto a uma das séries mais representativas que já tive a oportunidade de assistir.
Você pode não ter assistido a série, mas é extremamente improvável que não tenha sequer ouvido falar de Sense8. Um fenômeno mundial que nos foi trazido pela Netflix, a série é de autoria das irmãs Lilly e Lana Wachowski em conjunto com J. Michael Straczynski. Foi ao ar pela primeira vez em 5 de junho de 2015, apresentando ao público a história de oito estranhos de diferentes partes do mundo que, repentinamente, se tornam conectados mental e empaticamente por uma mutação genética evolucionária.
O ponto forte da série é explorar o que escritores de ficção científica tendem a ignorar, como: política, identidade, sexualidade, gênero e religião. E esses temas são tratados da forma mais natural e mais intrínseca possível no enredo.
As diferenças entre os personagens são muito profundas! Cada um dos oito protagonistas é único, completo em si mesmo e, ainda assim, parte integrante de um grupo (no original, cluster) que se equilibra. Surgem uns para os outros, devido à estranha conexão que possuem, no momento em que mais precisam, compartilhando não só habilidades como artes marciais ou conhecimentos de bioquímica, mas conselhos, experiências de vida e um cuidado e carinho que nós, que assistimos, vamos aos poucos aprendendo a ter com cada um deles. Suas realidades se mesclam e, mesmo com todas as diferenças, vão nos mostrando que é possível, sim, viver em conjunto com outros seres humanos quase que totalmente opostos.
Enquanto em séries e novelas vemos as diferenças não exaltadas em sua diversidade, mas como limitantes de cada personagem, em Sense8 vemos os personagens como um todo, em toda a sua complexidade e profundidade. Suas questões, virtudes e defeitos giram em torno de sua essência como seres humanos, não simplesmente cenas em que se vê “o personagem gay” ou “o personagem negro”, por exemplo. Essa diversidade apresentada de maneira tão natural é algo que chega a surpreender… Ela vem, ao mesmo tempo que com a força de uma tourada contra os pilares conservadores que se recusam a discuti-lo, com a leveza e naturalidade de uma borboleta pousando no jardim.
E por que é tão importante isso? Correndo o risco de me repetir, quem faz parte de uma minoria, ver-se representado de forma tão completa é simplesmente gratificante. Ver que não somos reduzidos a uns dois ou três adjetivos, mas que existem personagens que, como nós, são pessoas por inteiro, traz uma sensação de pertencimento, de inclusão na sociedade. Como fenômeno mundial, Sense8 tem essa responsabilidade intimamente ligada a ela.
“A verdadeira violência, aquela que eu percebi ser inesquecível, é a violência que exercemos contra nós mesmos quando temos muito medo de sermos quem somos.” — Nomi
São pessoas ao redor do planeta que se veem retratadas numa série internacional e que se sentem parte de uma sociedade global que normalmente as exclui. São LGBT, são mulheres, são negros, são asiáticos… São milhares de Capheus, de Kalas e de Wills que se veem ali na telinha da Netflix… São Litos e Nomis que sentem orgulho de ser quem são porque olham pro seriado e sentem que vale à pena ser quem são… São Rileys e Suns que sentem que vale à pena porque tem alguém ali que as representa, que outros seres humanos que são iguais à eles…
Fomos todos nos tornando sensates desse grupo maravilhoso. Desses Homo sensoria que nos ensinaram a amá-los porque podemos rir com Sun revirando os olhos para os dramas do Lito, porque só conseguimos torcer pela felicidade de Nomi e Amanita e quem de nós não consegue deixar de cantar junto quando ouvimos os versos de What’s Up?
Não sabemos lidar com essa perda. Não só não ter mais a oportunidade de ver Dani e seus 56 minutos (quem não assistiu a segunda temporada, assista) ou o Bug e suas Panteras (Bug’s Angels no original, a clássica referência desse personagem maravilhoso).
Não há muito mais o que dizer sobre Sense8. Continuar seria apenas dizer, dizer e dizer quando podemos resumir em um único questionamento: por que ver diferenças tratadas de maneira tão simples ainda nos deixam surpresos?
Normalmente descrito como um humano meio-abissal, Bardo 2/Mago 5/Universitário 6, Caótico e Trevoso.
Editorial | Opinião
Ser mulher é ser um acerto crítico
Publicado há
8 anos atrásem
8 de março de 2017Elas estão extremamente presentes nas minhas mesas. Sim, elas: mulheres. Mulheres cheias de imaginação, cheias de fichas, dados, armas, magias, perícias e talentos. Sem dúvida, minha mesa de RPG não estaria viva se não fosse pela maravilhosa presença delas. E sei que em muitas mesas, elas estão aí, divando.
“Eu sempre quis usar esse feitiço.”
Minerva McGonagall, em Harry Potter
Muitos as veem simplesmente como healers, eternamente fadadas a jogar de clérigas ou qualquer outra classe curativa. Acho que deviam dar uma passadinha na minha mesa… Porque nas tavernas, não temos um ladino rei, mas uma rainha da língua ferina e das adagas arremessada. Nos palcos, não temos um bardo cheio de fama, mas uma atriz cheia de magia e com o sangue dos gênios. Falando em magia, nosso grupo conta com uma mulher que domina as duas grandes vertentes (arcana e divina). Com o poder dos dragões e da deusa da vida correndo nas veias, meio-feiticeira, meio-abençoada (mostrando todos os lados que uma mulher pode ter). Tem as combatentes, porque quem disse que mulher não pode partir pra cima numa briga? A arma mais famosa do grupo, Diplomacia, é empunhada por uma mulher, uma guerreira forte, que não hesita em bater de frente com oponente nenhum. E, principalmente, homem nenhum. E acha que parou por aí? Mulher também faz o serviço sujo, mesmo que seja de uma assassina…
“A sorte não está a favor dos tolos.”
Miss Fortune, em League of Legends
Porque mulher não é pra ficar trancafiada dentro da torre esperando seu príncipe num cavalo branco. Porque mulher é a protagonista de sua própria história, definida em si mesma. É a princesa e a druida, a clériga e a guerreira, a maga e a ladina… Porque mulher é a samaritana com poder de cura e a barda que encanta multidões. Porque mulher é plebeia cuidando da taverna e é rainha cuidando d’O Reinado.
“Deixe eu adivinhar, mandaram eu parar de envergonhar a polícia no tribunal.”
Annalise Keating, em How To Get Away With Murder
Porque mulher não é só aquela das fantasias medievais. Porque mulher é Mulher-Maravilha, que não deixa homem algum lhe dizer o que fazer. Porque mulher é Clary Fairchild, com runas e lâminas serafim. Porque mulher é Lagertha, sem medo da batalha. Porque mulher é Leia, que toma a frente com os rebeldes. Porque mulher é Galadriel, repleta de poder e sabedoria. Porque mulher é Hermione Granger, a bruxa mais inteligente da sua idade. Porque mulher é Felicity Smoake, uma rainha dos computadores. Porque mulher é Feiticeira Escalate, é Tempestade, é Vampira e é Lince Negra, mutantes e orgulhosas. Porque mulher é também a vilã temível: Hera Venenosa com toda a sua inteligência, Malévola com sua magia, Jeannine Matthews com sua lógica fria, Mística com sua dissimulação… Porque mulher também é aquela que vai de um lado a outro, poderosa como Jean Grey. A ficção tem tantas delas que eu ficaria horas citando-as.
“Nada muda, exceto o que é preciso.”
Olivia Benson, em Law & Order SVU
Porque as aventureiras da história são mulheres. São as bardas como Clarice Lispector e Meryl Streep, são as magas como Marie Curie, são as guerreiras como Ronda Rousey, são as clérigas como Madre Teresa… São as aventureiras do dia a dia. São as Brunas, Dayanes, Fernandas, Gabis, Jéssicas, Kessys e Talitas com suas fichas na mão e torcendo pra evitar uma rolagem ruim… São as que vivem no mundo real, sempre numa campanha contra quem ousar tentar diminuí-las. E não precisam de armas, magias, perícias ou talentos pra isso. Precisam apenas ser. Porque ser mulher é ter uma deusa dentro de si.
“Você combate o desespero com esperança.”
Tempestade, em X-men: Heroes of Hope
Normalmente descrito como um humano meio-abissal, Bardo 2/Mago 5/Universitário 6, Caótico e Trevoso.
Hoje me deparei com vários questionamentos de analisar o bem e o mal, e todos os paradigmas impostos por essa visão tão maniqueísta. Percebo que vivemos em uma época onde tudo é bastante definido na cabeça de cada individuo. Somos os donos da verdade e defensores da moral e dos bons costumes, e nossa definição de certo e errado é bem clara e correta. Mas será mesmo?
Por exemplo, o que motiva alguém ao vilanismo?
Nós que somos apaixonados por quadrinhos, sempre vemos a definição do vilão bastante clara: ele é mal porque é, e pronto! Mas existem alguns personagens que não estão tão definidos assim, você sabe que seus atos são errados, mas no fundo você mesmo não concordando, entende suas motivações.
Fiz uma pequena lista falando um pouco desses personagens:
01 – Ozymandias (Watchmen)
Quando Alan Moore recebeu a missão de revitalizar os personagens da antiga editora Charlton Comics, ele apresentou uma das maiores historias já vista na 9° arte. Trabalhando na desconstrução do herói e nos presenteou com Watchmen. E junto com a HQ ele trouxe personagens muito bem construídos que ficaram marcados para sempre na cultura pop.
Um deles foi sua adaptação para o herói da já citada editora, Thunderbolt. Fomos agraciados com um herói/vilão cheio de carisma e um intelecto acima da média, um personagem acima de qualquer suspeita no decorrer da trama, seu nome, Ozymandias.
O cérebro por trás dos heróis desse universo, Adrian Veidt tornou-se um personagem extremamente carismático e relembrado, por conta de ser um dos poucos vilões que obteve sucesso em seu plano engenhoso, utilizando inclusive a frase “Você pensa que sou um vilão de quadrinhos?” para mostrar toda a genialidade de seu plano, afinal ele já tinha colocado toda a sua maquinação 35 minutos atrás, nada poderia parar. E seu plano era simplesmente o fim da guerra, unido às potencias mundiais contra um inimigo em comum, guerra essa que realmente teve um fim, levando o mundo a uma utópica paz orquestrada por Veidt e que teve o custo de muitas vidas no processo.
02 – Loki
Diferente de sua contraparte mítica, que não era filho adotivo de Odin, mas seu irmão adotivo, Loki é conhecido por ser o deus da trapaça.
Seu verdadeiro pai, um gigante do gelo chamado Laufey, foi morto por Odin, que acabou adotando Loki ainda bebê, seja por culpa, afinidade ou mesmo generosidade. A verdade é que Loki cresceu em uma casa onde foi sempre colocado em segundo lugar, afinal Thor era o príncipe herdeiro, e essa criação acabou deixando o coração do pequeno príncipe cheio de ciúmes e malícia.
Tomado pelo sentimento de desprezo e ciúmes, Loki orquestrou diversas tramas para dar cabo a vida do irmão e assim se tornar o rei soberano de Asgard. Uma dessas tramas, acabou findando na fundação do grupo de heróis conhecidos por Vingadores. No fim das contas, ele até que ajudou.
03 – Ra`s Al Ghul
A tradução do seu nome já traz consigo certo pavor, Cabeça de Demônio em Árabe. Nascido entre os séculos XV e XVI e mantendo sua força e vitalidade graças ao poço de Lazarus, Ra`s Al Ghul possui motivações bem definidas que chegam até mesmo a trazer certa simpatia, afinal, ele pensa em trazer ordem e prosperidade para o mundo. Com seu incrível intelecto ele chegou a conclusão de que para salvar o mundo, seria necessário uma diminuição drástica nos números populacionais ao redor do globo, e que os sobreviventes fossem liderados por um único e poderoso líder, ele mesmo! E ainda descobriu a identidade do morcego de Gothan, e é avô do herdeiro do manto do morcego, Damian Wayne.
04 – Parallax
Sei que Parallax é uma entidade cósmica que dominou Hal Jordan, o maior lanterna verde de todos. Mas quando li Crepúsculo Esmeralda não tinha essa consciência, e vi a derrocada de um dos maiores heróis, sucumbindo ante a dor e revolta.
A historia é ligada ao Retorno do Superman, onde o vilão Mongul devastou Coast City, a cidade natal do nosso herói.
Inconsolado por tamanha dor e depressão, Jordan utiliza o anel para criar um construto de pessoas de sua cidade, começando assim com seu pai. Os Guardiões de OA (Planeta sede dos Lanternas), revogam o posto de Jordan como lanterna verde, pois o mesmo utilizou seus poderes para fins pessoais.
Cheio de desespero e ódio, Hal parte para OA para enfrentar os Guardiões e conseguir mais poder, para assim dar continuidade a seu plano de trazer os habitantes de Coast City de volta.
O maior Lanterna Verde de todos os tempos, entra em um conflito insano com vários membros da Tropa Dos Lanternas e elimina um a um, tomando assim o anel de cada um de seus adversários. Matando grandes companheiros, como Kilowog, e também uns antigos amigos, como Sinestro e tornando-se o Parallax.
05 – Magneto
Para mim, um dos melhores personagens de quadrinhos já criado, Erik Magnus Lehnsherr, mais conhecido por ser o mestre do Magnetismo, teve sua vida marcada por horror e morte.
Ainda criança, Erik foi enviado para o campo de concentração de Auchwitz com toda a sua família, conhecendo a dor, a intolerância e morte. Só saiu de lá no fim da 2° Guerra Mundial, sendo o único sobrevivente de sua família. Mesmo em meio a tanta destruição e desespero, Erik conseguiu encontrar o amor, no lugar menos improvável. Ele saiu do campo de concentração junto com Magda, sua futura esposa.
Com o fim de tamanho horror, Erik e Magda só pensavam em viver em paz, longe do ódio e da guerra. Passaram a viver em uma pequena aldeia soviética na Ucrânia onde tiveram uma menina, Anya. Mas as fiandeiras que tecem o destino foram cruéis mais uma vez com Magnus. Seus poderes magnéticos se manifestaram em público, espantados com algo que para eles era bruxaria, os moradores da aldeia partiram para cima daquela “monstruosidade”, atearam fogo na casa e puxaram Erik e Magda para fora de casa e começaram a espancar Magnus. Ainda, sem entender bem seu dom, Magnus viu sua casa ser consumida pelo fogo, e sabendo que a pequena Anya ainda estava dentro da casa, tentou a todo custo usar seus poderes, mesmo em meio ao espancamento, mas os poderes do homem que se tornaria Magnato falharam, e a casa foi sendo consumida pelo fogo e ódio dos aldeões. Apenas ao ouvir os gritos de desespero e dor de sua pequena filha, foi que Erik conseguiu manifestar seus poderes mais fortes que nunca, matando assim os algozes de sua filha, mas era tarde demais, a pequena Anya foi consumida pelas chamas. Magda, chocada com o lado obscuro do amado, o abandonou, pois não reconhecia ali seu amado Erik Lehnsherr.
A historia de Magneto é muito rica, e ele passa por diversas perdas, aprendizados e sua forte amizade com alguém que mudaria os rumos de sua vida para sempre, seu amigo e rival, Charles Xavier. Mas tudo que Magnus fez, foi moldado por suas perdas e dores, as suas fortes convicções de supremacia surgiu das dores passadas por Erik.
Essa foi uma pequena lista para refletirmos também, afinal de onde surge o mal e suas convicções tão enraizadas? Será que Alan Moore estava certo em colocar a celebre frase na boca do mais lunáticos dos vilões: “ Só é preciso um dia ruim para reduzir o mais são dos homens à um lunático, essa é a distancia entre o mundo e eu…apenas um dia ruim.” ?
E calma, não estou defendendo nenhum vilão aqui, sei que todos dessa lista fizeram coisas odiosas, mas gosto de pensar que cada um de nós tem incríveis possibilidades dentro de sim, para bem e para o mal, e o que cada um precisa é de um dia bom ou, na pior das hipóteses, um dia ruim.
Comecei muito cedo a consumir cultura pop, graças a minha Santa Avozinha que me presenteou com a edição A Espada Selvagem de Conan N° 14. Tenho a absoluta certeza que Jack “The King” Kirby é mais importante para o universo dos quadrinhos que Stan “The Man” Lee. Sou fã de Star Wars, Lord Of The Rings, Poderoso Chefão, Batman e Wolverine. Amante de bons filmes e louco por pudim e Doritos picante.
Internet. Que criação mais ampla, educativa. Milhões de informações a um pequeno clique. Com este simples movimento o mundo se abre de formas incríveis.
Milhões de pessoas conectadas, dando suas opiniões, tendo um diálogo amigável e franco sobre seus posicionamentos, e…
Quem dera!
Esse universo da internet às vezes parece território sem dono e sem lei, onde seres misteriosos habitam. Seres fantásticos cheios de palavrões e posicionamento único e indiscutível, afinal, a sua verdade é a soberana, e se o outro não concorda com ela, ele esta simplesmente errado.
Estes seres magníficos são conhecidos com trolls e haters, e o mundo nerd não escapa deles.
E hoje quero trazer uma luz à discussão (lógico, se me for permitido) aos haters do mundo nerd de plantão, àqueles que de tudo reclamam e pra quem nada está bom. Com suas colocações ferrenhas: “O uniforme não esta igual ao da HQ!”, “A cor dos olhos não combina com esse personagem!”, “Como ousam mudar a etnia de meu amado herói!”, “Esse trailer mostrou demais!”, “Que lixo de trailer, não mostra nada!”.
E quando falo dos haters, não me excluo da equação, não. Já fui e acredito que serei muito chato com coisas e mudanças que achei extremamente desnecessárias ou de extremo mau gosto mesmo, final alterado para deixar à narrativa “mais elegante” (olá, Sr. Snyder!).
A mais nova vitima foi o trailer de Capitão América – Guerra Civil, onde depois de muitas especulações, teorias, dúvidas, finalmente tivemos um vislumbre do Homem-Aranha. Com cerca de 6 segundos em tela, o amigo da vizinhança apareceu e a internet foi ao delírio, inclusive eu, que surtei com aqueles pequenos delírios de nerd service.
A entrada triunfal, a sacada cômica tão presente no personagem, a movimentação, o pouso incrível que me remeteu a arte do Romitão e Steve Ditko. E sim, eu gostei do uniforme, e acredito que o Tom Holland fará jus ao papel. E gente, o personagem está em casa, o mesmo local que fez o Homem-Formiga e os Guardiões da Galáxia serem filmes extremamente rentáveis, com personagens desconhecidos pelo grande publico e até mesmo para o publico nerd. Imagina o que eles farão com um dos maiores supere heróis do mundo!
E apesar de gostar do Aranha do Andy Garfield no segundo filme, com aqueles olhos grandes que me remeteram muito a fase do Erik Larser no título do aranha, sinto que, finalmente, o personagem esta em casa, o que não deixa de ser verdade.
Como falei anteriormente, não vou e nem posso me excluir dessa enorme turba enfurecida, pois já fiz comentários bem chatos e muitos deles direcionados ao visionário e elegante Zack Snyder, e apesar de ter meus problemas com as mudanças feitas por ele em Watchmen e em como ele escolheu retratar o último filho de Krypton, não posso desmerecer o trabalho dele que, mesmo nesses filmes, apresentou coisas muito boas, e uma excelente narrativa visual. Sem dizer que o cara entende de designer de personagens como ninguém!
Em sua grande maioria, o que tenho visto nos trailers de Batman V Superman: A Origem da Justiça tem me agradado muito. A movimentação e as cenas de luta do Batman estão incríveis. A Gal Gadot está surpreendendo e calando a boca dos haters de plantão, e acredito que irá roubar a cena. Henry Cavil já se mostrou visualmente ser o Superman, apenas sinto falta dele trazer mais do herói clássico. E Ben Afleck, com seu BatFleck, promete ter sua redenção depois do fiasco do Demolidor, trazendo assim uma versão que irá ficar guardada na mente de todos.
Mas todas essas observações são minhas, e eu não detenho a verdade absoluta de nada, mas tentar ser mais suave e lembra-se de produções como Spawn, Mulher-Gato, os dois Batmans do Joel Schumacher, Elektra, Aço, Motoqueiro Fantasma e tantos outros que poderia listar aqui, me fazem ver que vivemos uma era de ouro, uma fase de grandes produções feitas com grande respeito e fidelidade, como foi o caso do Deadpool. Mas lógico, sempre tem um Quarteto Fantástico para nos fazer esquecer toda essa ‘good vibe’ e desandar a reclamar de tudo novamente.
Comecei muito cedo a consumir cultura pop, graças a minha Santa Avozinha que me presenteou com a edição A Espada Selvagem de Conan N° 14. Tenho a absoluta certeza que Jack “The King” Kirby é mais importante para o universo dos quadrinhos que Stan “The Man” Lee. Sou fã de Star Wars, Lord Of The Rings, Poderoso Chefão, Batman e Wolverine. Amante de bons filmes e louco por pudim e Doritos picante.
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