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A Maldição da Mansão Bly | Crítica da nova série de terror da Netflix (Sem Spoilers)

A nova “Maldição” que está chegando a Netflix vem com a missão de manter o alto nível de ‘A Maldição da Residência Hill’. Será que consegue?

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Imagem de Divulgação © Netflix

Do mesmo criador de A Maldição da Residência Hill, Mike Flanagan, e do produtor Trevor Macy, chega essa semana na Netflix a série A Maldição da Mansão Bly. O mais novo capítulo da série antológica ambientada na década de 1980, na Inglaterra.

Sinopse
Após a trágica morte de uma babá, Henry Wingrave (Henry Thomas) contrata uma jovem americana (Victoria Pedretti) para cuidar de seus sobrinhos órfãos (Amelie Bea Smith e Benjamin Evan Ainsworth) que moram na Mansão Bly com o motorista Owen (Rahul Kohli), a jardineira Jamie (Amelia Eve) e a governanta Sra. Grose (T’Nia Miller). No entanto, séculos de segredos sombrios envolvendo amores e perdas estão prestes a serem descobertos nesta história macabra.


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A Maldição da Mansão Bly chega na próxima sexta-feira, dia 9, à Netflix com uma complicada missão: fazer jus ao excelente trabalho da sua “série-irmã”, A Maldição da Residência Hill.

De antemão preciso confessar uma coisa para que você saiba de onde está vindo essa crítica: eu detesto filmes/séries de terror, com todas as minhas forças. Isto dito, sigamos.

A Maldição da Residência Hill foi, até onde me lembro, o segundo produto de terror que assisti e pude, categoricamente, dizer: gostei! Antes disso apenas o filme A Bruxa havia conseguido o meu respeito. Minha dificuldade com filmes e séries de terror são as histórias que, na minha opinião, tendem a ser rasas e querem, simplesmente, te empurrar para momentos onde um corte, juntamente com um efeito especial tosco e um edição de som, tentarão te levar a um susto bobo. Não dá pra mim.

Esse problema, de um roteiro e direção extremamente limitado e previsível não acontece em A Maldição da Mansão Bly, assim como não aconteceu em A Maldição da Residência Hill, na minha opinião. A trama bem amarrada faz com que em diversos momentos o expectador acredite que está desvendando seus mistérios, apenas para, em seguida, ser surpreendido com os detalhes e o desfecho do mistério.

Os “sustos bobos”, que citei acima, existem. Porém, não tiram o mérito da obra que consegue, durante os seus 9 episódios, manter um bom ritmo entre apresentação e estabelecimento de personagens, aprofundamento da trama e desfecho, sempre recheados com boas doses de suspense e terror, fazendo com que os sustos sejam perfeitamente justificados no roteiro.

Outro grande mérito da série está na manutenção acertadíssima de parte do corpo de atores vistos em Residência Hill. Victoria Pedretti é uma atriz extremamente expressiva ao apresentar as angústias e medos das suas personagens nas duas temporadas não-sequenciais do show. O mesmo pode ser dito de T’Nia Miller, exceto pelo fato de ser sua primeira incursão na antologia de terror da Netflix. Ainda falando sobre o corpo de atores, é impossível não mencionar o ótimo trabalho das crianças: Amelie Bea Smith e Benjamin Evan Ainsworth.

Além de seu decente trabalho de construção de trama, o roteiro ainda propõe uma mudança de arquétipos com proposta inclusiva bastante interessante. Aqui não temos a dupla padrão de cozinheirA e jardineirO, mas o contrário. O papel de conduzir a cozinha sendo simpático e conquistando a todos pelo estômago cabe a Owen (Rahul Kohli), que também é o motorista da mansão, enquanto o papel de ranzinza que prefere a companhia de plantas às pessoas cabe a Jamie (Amelia Eve). Por menor que pareça a mudança é notório quando, no decorrer do tempo, você entende o quão importante foi essa mudança.

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A nova série segue a mesma fórmula de série-irmã. A trama propositalmente se passa em um local fechado e grande, permitindo diferentes situações e abordagens, mas sempre dentro do limite proposto e tendo a dificuldade de acesso como ferramenta para o famoso “se virem entre vocês”.  Algo já bastante conhecido em obras de terror. Nem tudo pode ser perfeito, não é mesmo?

Mas, nem só de terror vive a Mansão. Durante toda a temporada somos arrastados para dentro dos dramas pessoais dos personagens, e isso só acrescenta ao enredo proposto. Nenhuma informação apresentada na série é em vão, tudo corrobora para o grand finale da temporada.

A série aposta em uma trabalho de roteiro cheio de pequenos detalhes que vão, pouco a pouco, sendo desvendados e trazendo o vislumbre do quadro todo presente no show. Vale ressaltar que os produtores Flanagan e Macy se inspiraram no livro ‘A Volta do Parafuso’ de Henry James para esta temporada do show.

A Maldição da Mansão Bly consegue muito bem manter o nível de qualidade de sua antecessora, A Maldição da Residência Hill. O trabalho de roteiro é muito bem desenvolvido, bem como sua edição, efeitos práticos e som. Talvez o maior problema da obra sejam as próprias limitações que o gênero naturalmente impõe: é complicadíssimo fazer terror durante o dia, portanto, naturalmente, grande parte da obra ocorre a noite.

Mas, apesar dos poucos pesares, A Maldição da Mansão Bly entra para o restrito hall de obras de terror que me agradaram por ser, como diriam: Perfeitamente esplêndido! (Essa você vai entender quando assistir a série  😉 )

No elenco do show também estão Oliver Jackson-Cohen, Kate Siegel e Tahirah Sharif. Na produção executiva, estão Flanagan e Macy pela Intrepid Pictures, junto com Darryl Frank e Justin Falvey pela Amblin Television.

Você pode assistir A Maldição da Mansão Bly a partir de sexta-feira, dia 9, na Netflix (AQUI).


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