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Amazon Prime | Sylvie’s Love – Crítica sem spoilers

Nos anos 1960, Sylvie e Robert precisam superar as adversidades que as suas escolhas lhe trazem em nome dos seus sonhos e do amor que sentem.

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Divulgação: Amazon Prime Video

Sylvie’s Love, escrito e dirigido por Eugene Ashe, com Tessa Thompson e Nnamdi Asomugha no elenco e que chegará ao Amazon Prime Video em 23 de dezembro.

Sylvie (Tessa Thompsom) é uma jovem, filha do dono de uma loja de discos no Harlem no começo dos anos 1960, que vive sua pacata vida de jovem adulta, dividindo o seu tempo entre ser balconista na loja do pai, conversar horas com a sua prima e seu vicio incondicional por televisão, além do sonho de trabalhar em alguma grande emissora. Sua vida começa a mudar com a chegada de Robert (Nnamdi Asomugha), um jovem que durante o dia é auxiliar na loja de discos e à noite é um trompetista numa banda de jazz local, que sonha em alcançar o sucesso e reconhecimento no seu trabalho artístico.

Desde os seus primeiros minutos, é perceptível que Ashe presta uma homenagem aos filmes da Hollywood clássica dos anos 1950 e 1960, ao mesmo tempo em que traz uma nova perspectiva, colocando como protagonistas da obra pessoas negras. Com isso, o roteiro explora muito bem a cultura, costumes, anseios e detalhes da população negra desse período e também mostra um retrato bastante positivo.

O primeiro ato do filme segue muito bem numa toada de comédia romântica, construindo as bases do relacionamento de Sylvie e Robert, até que o roteiro acaba sucumbindo aos clichês no começo do segundo ato, mas isso funcionam para que a trama siga em frente, gerando o conflito e desafio que o roteiro precisa ter. A partir daí, o filme segue mostrando a vida de Sylvie e Robert nas suas idas e vindas e o que eles precisam vivenciar para que o seu amor prospere e eles atinjam os maiores sonhos.

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Tessa Thompson e Nnamdi Asomugha são os pilares de Sylvie’s Love. Ambos conseguem mostrar, traduzir e apresentar muito bem os seus arcos dramáticos. Tessa mostra bem os anseios de Sylvie e o que ela precisa fazer para superar as adversidades que a vida lhe traz e Nnamdi tem o brilho no olhar dos jovens artistas que explodem de talento, ao mesmo tempo que consegue mostrar-se uma pessoa delicada e atenciosa nos seus relacionamentos, tanto com os amigos, como com Sylvie. Infelizmente, os atores coadjuvantes acabam ficando subutilizados, cumprindo apenas funções narrativas específicas durante o longa.

A trilha sonora do longa merece um destaque, graças ao trabalho de Fabrice Laconte. Muito jazz, soul e tudo isso muito bem integrado a trama e que acaba se tornando também um personagem dela. Mayne Berke e Phoenix Mellow, respectivamente, conseguiram um excelente resultado no trabalho de design de produção, aliado ao de figurino, recriando muito bem todos os locais da época, cenários e figurinos do longa. Também é importante citar a sempre vibrante paleta de cores saturadas do longa, que vibra na tela na juventude dos personagens e que aos poucos vai tornando-se lavada e discreta na tela. Junto disso, também temos sempre o uso de planos médios e closes, uma característica de filmes clássicos, que a direção de fotografia criada por Declan Quinn mostra muito bem no filme.

Sylvie’s Love é uma singela e bem construída história de amor. Eugene Ashe trouxe uma nova perspectiva de um formato clássico em Hollywood, homenageando essa era dos cinemas e também mostrando os desafios que a população negra teve nesse cenário. Com as atuações seguras e delicadas de Tessa Thompson e Nnamdi Asomugha, o filme consegue dar uma sensação gostosa de carinho no coração e na alma.


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