Críticas
Análise: Arquivo X – Temporada 10
Publicado há
9 anos atrásem
Olhamos para o calendário de 2016 e o vemos repleto de produções cinematográficas de encher de ansiedade qualquer nerd. Mas não é só pelo cinema que o nosso coraçãozinho bate mais forte.
As produtoras das séries resolveram que teríamos essa mesma ansiedade semana após semana.
Desde o ano passado aguardamos Game of Thrones e suas surpresas, Demolidor e seu antagonista da vez, Justiceiro, Ragnar e o embate, novamente, contra seu irmão, Rollo, entre tantos outros. Aguardamos muito o que está no auge, o que, obviamente, nos criou a expectativa para tal no último ano.
Mas alguns de nós também ansiávamos por um retorno há muito esperado e muito bem-vindo: Arquivo X.
Era hora de voltar a acreditar.
Arquivo X é, na minha opinião, o primeiro grande ‘boom’ de uma série americana no Brasil. Sim, assistíamos outras séries no Brasil, claro (MacGuyver, Alf, Barrados no Baile, A Gata e o Rato, etc.). Mas, antes de Arquivo X, quantas séries você lembra que te levaram a assistir religiosa e semanalmente todos os episódios, sem querer perder nenhum? Ou que te levaram a comprar livros e quadrinhos que complementavam o enredo da série? Ou ainda, que te levaram a querer ter um conhecimento maior sobre o universo da série e pesquisar sobre os assuntos abordados na mesma? Eu, sinceramente, não me lembro. Por isso a considero tão importante.
É de conhecimento da grande maioria, mas não custa repetir, que a série aborda a dinâmica de dois agentes do FBI em um departamento de “casos inacabados e/ou sem explicação”, os assim chamados Arquivos X.
Fox Mulder (David Duchovny), um desacreditado agente do FBI, disposto às maiores loucuras para expor o que acredita ser um plano do governo que visa esconder da população a existência de alienígenas, e Dana Scully (Gillian Anderson), uma agente médica e cética designada pelo Bureau para dar explicações científicas (e desacreditar) aos casos extraordinários investigados por seu parceiro.
Com o desenvolver da trama tomamos ciência das reais motivações de Mulder e vemos nascer, na outrora difícil relação, um laço de amizade extremamente forte e leal.
Depois do anúncio da nova temporada da série muitas coisas que supostamente estavam “sacramentadas” na mente dos fãs passaram a ser trazidas à tona:
“Mas a data não estava marcada?”
“E o Canceroso, hein?”
“E o Willian?”
“Será que eles agora serão ‘eles’, hein?” S2
(Sim, propositadamente essas perguntas farão mais sentido se você tem algum conhecimento prévio da série. ;-P )
A nova (mini) temporada chegou e, para ser sincero, eu não quis acreditar …
O primeiro episódio tenta jogar no ar uma nova conspiração que, para mim, não ficou muito bacana. Rever os personagens novamente juntos, claro, é um prazer por si só. Mas a atmosfera era outra. Há que se dizer que agora as cenas ‘extraordinárias’ contam com uma qualidade infinitamente maior de efeitos, e isso é ótimo! Mas, friso aqui, Gillian Anderson carrega sozinha a atmosfera da série original nos primeiros episódios. Duchovny aparenta não ter mais o ar debochado do Mulder, parecendo ter vivido a vida toda na Califórnia (se é que vocês me entendem…).
Quanto a estrutura, os episódios seguiram um padrão já conhecido dos fãs:
Trama Principal – História Paralela – História Trash – História Paralela – Trama Principal
A série sempre contou com episódios de condução da trama principal, onde o foco era a perseguição ao governo e suas maquinações, episódios de casos isolados e, os tão amados, episódios trash, onde tudo era possível e nenhum padrão ou limite de bizarrice era imposto.
A nova temporada soube dosar bem essas características e, mesmo com apenas 6 episódios, todos os gostos puderam ser atendidos. Sem o brilho de outrora, mas atendidos.
Dentre essas histórias paralelas vale salientar a inclusão de um “novo par Mulder-Scully”. Provavelmente visando ampliar a trama, e ter personagens com raízes que possam ser usados para chocar o público no momento certo, são incluídos na trama dois agentes com, basicamente, as mesmas “crenças” dos nossos queridos protagonistas.
De uma forma geral a série estava “ok”. Apenas. Nada demais. Não era um desastre total, mas estava aquém da minha expectativa…
…até o seu último episódio.
Efetivamente a espera foi validada no episódio 6! Estavam todos ali: Skinner sendo Skinner, Scully sendo Scully e Mulder, até que enfim, sendo Mulder!
Tudo o que havia ficado a desejar, todas as faltas de ênfase, todos os ápices de ação que tínhamos nos episódios chaves das temporadas antigas foram resgatados, e com louvor, nesse fim de temporada!
Ver Mulder tornar a encarar seus inimigos de outrora e Scully como a salvadora e leal companheira, faz você esquecer que os Arquivos X foram reabertos de maneira totalmente sem sentido nos primeiros episódios. Faz tudo valer a pena! Que se dane, eles estão de volta! Uhuuu! 😀
Se você é fã da série clássica e não assistiu essa nova temporada (tem certeza que é fã?!), assista! Suporte os furos e pressas do enredo e se regozije com o episódio final!
Se você não acompanhou a série original aconselho assistir, tanto por ser excelente, quanto por te dar uma base e aprofundamento maior (mas é bem verdade que, independentemente de ter assistido ou não a série original, você consegue se situar com os ‘setups’ apresentados no roteiro novo, mas nada como viver a experiência). Você pode encontrar todas as 9 temporadas no site de streaming de vídeo Netflix.
Como fã da série me dou por satisfeito com a temporada e apesar dos motivos citados aqui, é impossível negar como estou esperançoso com o que virá. Quero muito, mas muito mesmo, outros episódios com a qualidade mostrada no episódio final da 10ª temporada de Arquivo X.
Que venha logo S11E01!!!
Agradeço ao meu amigo-irmão Daniel Uchoa pela revisão no texto. Valeu, homi!
Antepenúltimo filho de Krypton (segundo o último senso), 1º Dan em Jedi Mind Tricks e almoxarife dos “Arquivos X” nas horas vagas.