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Os Segredos de Dumbledore | Melhor que o filme anterior, mas parece não saber para onde ir

O melhor filme da franquia ‘Animais Fantásticos’ até aqui. Mas, ainda assim, muito aquém dos longas de Harry Potter.

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Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore, novo longa da franquia mágica da Warner Bros. chega aos cinemas no próximo dia 14/04 e nós trazemos aqui a nossa crítica para vocês.

Quando fomos apresentados ao Mundo Bruxo lá no distante ano de 2001, com o primeiro filme do bruxinho que vivia debaixo da escada, mal imaginávamos que este universo encantaria inúmeras gerações, do mais jovem ao mais velho. O mundo de Harry Potter, criado pela aquela autora que-não-pode-ser-nomeada tornou-se um fenômeno mundial, e quando Relíquias da Morte – Parte 2 trouxe o final épico à franquia, muitos se entristeceram pelo aparente fim naquela época. Porém, alguns anos depois, lá estávamos nós outra vez diante de uma nova história deste universo com o anuncio de ‘Animais Fantásticos’.

Em 2016, quando o primeiro filme (dos cinco anunciados) chegou aos cinemas, ele conseguiu nos levar de volta ao brilho e a magia deste mundo, expandindo e o tornando mais fascinante, onde poderíamos enfim conhecer como a comunidade bruxa se comporta fora dos portões de Hogwarts. Entretanto, toda a mágica e encanto deste universo começou a ser abalada pelas turbulências em sua produção: o escândalo de Johnny Depp, as acusações de transfobia por parte da autora e roteirista dos novos filmes e as recentes polemicas de Ezra Miller se tornaram o calcanhar de Aquiles desta franquia. E, em meio a tudo isso, nasceu o terceiro filme, Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore. O novo longa vem como uma chama de esperança, por parte dos fãs, após o esquecível Crimes de Grindewald, que nos apresentou uma história repleta de subtramas jogadas e sem nenhum desenvolvimento, entretanto não é bem assim que acontece.

Trama

Em Os Segredos de Dumbledore somos levados para algum tempo após o final do segundo filme, onde vemos Alvo se preparando para deter o poderoso mago das trevas por quem uma vez se apaixonou. No entanto, por conta de um pacto de sangue feito em sua juventude – sendo assim, incapaz de enfrentar Grindewald sozinho -, Dumbledore conta com uma equipe formada e liderada por Newt Scamander (Eddie Redmayne), para embarcar em uma nova missão perigosa que envolve novas criaturas, confrontos e revelações.

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Roteiro

Na nova produção conseguimos ver uma aparente melhora na coesão narrativa, muito por parte da adição de Steve Kloves, responsável pelos roteiros de sete dos oito filmes de Harry Potter. Contudo, por ser um filme intermediário, em teoria ele serviria para avançar a história, desenvolver um pouco mais os personagens já conhecidos e nos encaminhar para o tão aguardado confronto entre Dumbledore e Grindewald nos longas que estão por vir. Pois é, este seria o caminho.

O roteiro deixa de lado o brilhantismo outrora visto na franquia do bruxinho e joga no seguro, nos apresentando uma história previsível e um pouco entediante (em certos pontos), onde os personagens e a própria narrativa não avançam. Uma trama repleta por situações que estão sempre prometendo “algo maior”, porém esse momento nunca acontece.

Basicamente, este terceiro filme funciona muito mais como uma extensão do longa anterior do que uma evolução à franquia.

Efeitos

Em relação aos efeitos visuais de AF3 não tenho muito o que falar. As criaturas aqui mostradas são as mais belas e encantadoras já vistas, como a majestosa Serpe, que vemos carregando Newt no trailer e o bondoso Qilin que possui um importante papel para a trama deste filme, aliás, aqui os animais fantásticos (finalmente) possuem uma importância maior para a história do que antes. Assim também como as cenas de batalhas que estão muito melhores. Minha única ressalva, talvez, seria para um tipo de ‘Efeito Blur’, que muitas vezes deixam as cenas meio embaçadas.

Personagens

Por falar em personagens, além de revermos aqueles que já amamos, somos apresentados também a novos rostos. Como o atual Ministro da Magia Alemão, Anton Vogel (Oliver Masucci), o irmão de Alvo, Abelforth Dumbledore (Richard Coyle), a professora da escola bruxa americana, Eulalie Hicks (Jessica Williams) e a Ministra da Magia Brasileira, Vicência Santos (Maria Fernanda Cândido). Contudo, erros do passado voltam a se repetir, introduzindo mais personagens a uma produção já com um grande elenco, onde boa parte não ganha nem muito tempo de tela e muito menos desenvolvimento.

Um bom exemplo é própria personagem de Maria Fernanda, que apesar de ter um importante papel de antagonista politica de Grindewald, sofre por não ter um maior espaço na história, deixando-a quase como uma figurante. E nem vamos falar da querida Tina, papel de Katherine Waterston, que é totalmente ‘esquecida no churrasco’ aqui. Quem continua a brilhar é Jacob (Dan Fogler) que volta como o escape cômico, mas infundido em um arco dramático que envolve tanto suas experiências com os bruxos e com a guerra contra os trouxas, quanto seu relacionamento brutalmente interrompido com Queenie (Alison Sudol).

Jude Law também se destaca brilhantemente como o jovem Dumbledore, e neste filme temos a certeza de que ele nasceu para este papel. Law consegue mesclas lindamente a sagacidade de Michael Gambon com as palavras sábias e tranquilas de Richard Harris perfeitamente. Já Mads Mikkelsen, que assumiu o posto de vilão, após a demissão de Depp, traz um ar de superioridade ao personagem antes não visto, o que combinou perfeitamente com o clima político aqui apresentado.

O grande problema

Contudo, o principal problema do longa-metragem é se render ao frenesi imagético. Isso é, arquitetar uma sucessão de investidas que não dialogam entre si e que se firmam como pequenos fragmentos dispensáveis – e pior: sem explicações sólidas o suficiente para convencer os espectadores. David Yates, que novamente encabeça o projeto, imprime seus velhos maneirismos cansativos dos títulos anteriores, e, auxiliando na montagem, corta a atmosfera com centelhas de ressignificações que não fazem muito sentido.

Conclusão

Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore é um filme ok, que ainda apresenta muitos erros cometidos anteriormente, e que, por mais que possamos notar uma leve melhora narrativa, o longa usa e abusa de easter eggs tentando nos puxar pela nostalgia, mas a verdade é que Animais Fantásticos ainda precisa de muita magia e senso de roteiro para chegar aos pés de Harry Potter.


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