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Ansatsu Kyoushitsu | As lições de vida de um professor “diferente”

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Quando uma criatura misteriosa destrói 70% da lua, os alunos da classe 3-E da Escola Secundária Kunugigaoka se vêem confrontados por uma tarefa enorme: assassinar a criatura responsável pelo desastre antes que a Terra sofra o mesmo destino. No entanto, o monstro, apelidado de Koro-sensei, é capaz de se mover em Mach 20 (o que equivale a 24.500 km/h), tornando inútil qualquer tentativa de derrotá-lo. Além disso, os alunos logo descobrem que a curiosa criatura tentacular é mais do que indomável, ele é o melhor professor que eles já tiveram!

Adaptado do mangá de Yuusei Matsui, Ansatsu Kyoushitsu conta a história desses alunos do ensino médio, enquanto eles aperfeiçoam suas habilidades de assassinato e crescem para se manterem fortes contra um sistema escolar opressor, seus próprios problemas de vida e, um dia, assassinar seu professor.

Quem costuma ver muito anime já deve ter notado que as escolas são levadas muito a sério no Japão, com casos de suicídio por conta de notas baixas, e esse anime chama a atenção por ser uma clara crítica ao modelo de educação Japonês.

As escolas são totalmente envolvidas nas vidas dos alunos, onde ele são punidos na escola por atos cometidos fora do horário escolar por exemplo. É legal ver como o anime expõe esse problema, muito por conta do Koro-sensei (O professor impossível de matar, em tradução livre), um ótimo professor que procura despertar o melhor de cada aluno, mostrando que, embora esses jovens passem por todas essas dificuldades em seu cotidiano, eles não são maus alunos. Cada um tem sua especialidade, com pontos fortes e fracos, mas no sistema que estão inseridos isso não importa, porque o que vale são os resultados. Isso sem contar o fato de que eles fazem parte de uma turma de excluídos em sua escola, um nível abaixo dos demais, para que o resto dos alunos tenham um exemplo do que acontece com aqueles que fracassam, para que tenham bons resultados pelo medo de serem isolados.

Muito sério? Bom, as aparências enganam.

Embora tenha esse lado mais sério e crítico, a obra nos surpreende com uma grande comédia. O autor tira sarro de tudo, inclusive de outros animes e mangás, e até pelo fato do “antagonista” ser uma criatura com vários tentáculos (afinal, anime e tentáculos… temos um estereótipo aqui), mostrando o professor como um certo personagem pervertido as vezes, embora tenha vergonha disso. Mas, com certeza, é ele quem faz a história rodar, seja com suas tiradas cômicas por conseguir ir a qualquer lugar e voltar a sala de aula em segundos, ou as diversas expressões em seu rosto, e mudanças de cor dependendo do que está sentindo, até as lições que transmite aos seus alunos, ajudando com que formem seu caráter.

Entre os alunos temos os mais variados arquétipos que você possa imaginar, o que de certa forma ajuda o público a se sentir mais próximo dos personagens. Temos Nagisa, nosso personagem principal de gênero ambíguo; Karma, o autêntico bad boy; Terasaka, um aspirante a Bully; Kaede, calma e racional. Normalmente são os personagens que tem mais tempo de tela, mas o anime conseguiu lidar bem com o restante da turma que, embora não esteja sempre em evidência de forma individual, tiveram momentos pontuais para a história.

Ora ora, temos um fanboy aqui!

Na época que o anime saiu, vi algumas reclamações a respeito da equipe de animação mas, quando assisti, não tinha nada que deixasse a desejar. Apresentaram um trabalho que até combinou com a obra, foi caricato quando deveria ser, e soube brincar bem com suas cores, deixando a animação bem colorida e vibrante. Fora que fez o mais importante, foi consistente do início ao fim. Talvez a trilha sonora deixe um pouco a desejar, afinal ela acaba não sendo tão marcante, mas cumpre seu papel de ajudar na imersão da obra.

No fim das contas, Ansatsu Kyoushitsu acaba sendo uma ótima experiência. Sabendo dosar muito bem a comédia com os momentos de tensão, e com os dramas que são apresentados durante o enredo, o anime consegue criar uma relação de afeto com seus espectadores, tornando-o marcante e único. Uma grata surpresa, vale muito a pena ser assistido!

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