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As ‘Eras’ dos Quadrinhos
Publicado há
9 anos atrásem
Por:
Alberto JuniorAlgumas vezes ao ler uma história, ouvimos que tal autor faz muita referência a Era de Prata dos quadrinhos, ou que outro autor revolucionou a narrativa, e com isso iniciou uma nova era, mas o que é isso? O que diferencia uma Era da outra? Quando uma se inicia e a outra se encerra? É isso que o pessoal do Multiverso tentará explicar, mas temos que deixar bem claro que isso se aplica para as comics estadunidenses, ou seja, comics européias e mangás estão fora dessa “divisão”.
Sabemos que tudo começou nas tirinhas de jornal, mas isso é um assunto para depois, hoje focaremos nas “Eras” em si. E desde já adiantamos que é muito difícil citar uma data exata, mas vamos lá!
Tudo começou na “Era da aventura”, por volta da década de 30 (sim, quadrinhos é algo bastante antigo e não surgiu agora por causa do cinema! Rsrsrs), onde as histórias eram em sua maioria adaptações de obra literárias – Tarzan e Zorro são bons exemplo disso – ou eram mais voltada ao estilo pulp, noir e detetive, como por exemplo O Fantasma, Flash Gordon, Mandrake, entre outros, onde os personagens eram bem definidos: o herói era sempre bom, corajoso e justo e o vilão tinha sempre uma risada maléfica e raptava uma bela donzela. Os personagens não possuíam superpoderes e contavam apenas com a sua astúcia e habilidades com as armas.
As histórias de terror também faziam muito sucesso nesse período, tais com Drácula, Lobisomem, Frankenstein, etc.
Mas tudo mudou em 1938, quando uma criação de Jerry Siegel e Joe Shuster, fez sua estréia em “Action Comics 1”. O lançamento de Superman deu origem a chamada Era de Ouro dos quadrinhos, com super seres, que se assemelham aos antigos deuses da mitologia grega, que surgiram para ajudar e salvar os cidadãos de bem. As histórias desse período ao serem lidas hoje, podem parecer datadas e simplistas, mas abordavam um conteúdo bastante adulto, como políticos corruptos, empresários que exploram seus funcionários, violência contra a mulher, entre outros.
A narrativa desse período é bem diferente da atual, cheia de recordatórios explicando a imagem e os personagens narravam suas atitudes.
Devido ao grande sucesso desse estilo de obra vários heróis surgiram logo após, tais como Capitão Marvel, Mulher-Maravilha, Capitão América, Namor, Batman…
Com a chegada da era atômica, o público logo perdeu o interesse por essas histórias e foi preciso reinventar os heróis. A moda era ficção científica, dando início a “Era de Prata” com o novo “Flash”- Barry Alen – na “Showcase 4” de 1956.
Houve uma grande mudança no conteúdo das histórias, elas passaram a ser mais fantasiosas, com robôs gigantes, monstros, alienígenas e viagens temporais. E com o sucesso desse “novo” herói, outros personagens também foram apresentados como o Lanterna Verde, Elektron (melhor dizendo, todos os heróis que conhecemos hoje, com suas origem e uniformes, vieram dessa era).
Outra grande marca dessa era é a criação da editora Marvel, com a criação do Quarteto Fantástico em 1961 pelo Stan Lee e o Jack “Rei” Kirby.
Até que algo mudou novamente e dessa vez tivemos uma mudança impactante, que deu origem a Era de Bronze, trazendo uma mescla das duas eras anteriores com herói enfrentando robô gigante e a introdução da questão das drogas e do racismo. Histórias simples, mas maduras com o início das histórias sombrias dos super-heróis.
Essa era durou entre 1975 a 1985 e teve um início questionável, uns dizem que aconteceu nos arcos do Lanterna Verde (Dennis O´Neil e Neal Adams), outros alegam que foi na história “A noite que Gwen Stacy morreu” do Homem-Aranha.
Em particular, eu gosto muito dessa era pelo surgimento do Conan nos quadrinhos com lançamento de vários títulos.
Por fim, temos a grande Era Moderno, com um grande marco: a invasão britânica aos comics estadunidenses. Apareciam alguns dos roteiristas mais conhecidos atualmente: Alan Moore, Jamie Delano, Neil Gaiman, Grant Morrison – e com isso houve a reformulação de vários personagens com histórias muitas mais complexas e violentas, como “O cavaleiro das trevas” do Frank Miller, “Watchmen” do Alan Moore e “Maus” do Art Spiegelmen.
Os autores elevaram o grau da nona arte de apenas uma leitura infanto-juvenil para algo mais adulto, filosófico e crítico, um exemplo foi a criação do selo Vertigo, com histórias como “Sandman”, “Hellblazer”, “Preacher” que dispensam apresentações. E ainda estamos vivendo nela!
Eu, humildemente, tenho uma teoria que agora vivemos na “Era da escravidão”, ou seja, antes os quadrinhos eram livres para mudar e abordar qualquer tema que o roteirista quisesse, mas hoje Hollywood vendo que essa mídia pode ser muito lucrativa, “a acorrentou”, vemos isso claramente nas histórias atuais, mas isso já é uma outra conversa para um outro dia.
Bom pessoal, me chamo Alberto Júnior e espero que tenho gostado do meu texto. Minha intenção era informar os jovens leitores, mas se esqueci de comentar algo, peço desculpas.
Também espero que estejam gostando do projeto Multiversos, onde um bando de malucos por cultura pop conversam e escrevem a respeito desse universo.
Se quiser comentar algo, um filme que gostou ou um quadrinho que leu ficaremos muito feliz em falar sobre o assunto.
Abraços do Tio Alberto!!!! kkkkkkkkkk