Bloodshot (2020), dirigido por Dave Wilson, o mais novo filme do popular Vin Diesel, que hoje está a frente da franquia quase infinita de Velozes e Furiosos, agora tenta encabeçar a sua própria franquia dos super-heróis, algo que ele quase conseguiu com Riddick e que agora faz novamente com um dos principais personagens da editora norte-americana Valiant.
Bloodshot nasceu em 1989 , nos quadrinhos de uma editora alternativa, a Valiant. Pra quem não viveu esses dias, as HQs dessa década e na década seguinte eram em sua maioria movidas à anti-heróis violentos, muita bala e explosão, com personagens trincando os dentes ao som de suas metrancas. Bloodshot era um exemplo disso, praticamente um Wolverine misturado com o Justiceiro e algumas pitadas de O Soldado Universal do Jean Claude Van-Damme. Sua HQ original durou 51 números e nunca foi um primor de roteiro e focando na ação e clima de conspiração, tudo numa embalagem bem massavéio. Corta pra 2012 e a Valiant retorna às lojas de quadrinhos e chega ao Brasil em 2014 pela falecida HQM Editora e hoje está com a Social Comics.
Como hoje todo estúdio quer uma franquia pra chamar de sua, a Sony ,em parceria com a Paramount, produziram esse primeiro longa metragem da Valiant, que conta a história de Ray Garrison, soldado norte-americano que passa por um experimento secreto e se torna uma máquina de matar, virtualmente invencível ,mas que percebe que as coisas não são tão simples como parecem.
Sim, essa premissa é bem clichê, e isso acontece porque o roteiro de Jeff Wadlow e Eric Heisserer é bastante simples e direto. A narrativa escolhida por eles não aposta em inovações e se sustenta no básico, tendo até bons diálogos no geral, mas também sem grande expressividade, com isso temos até uma boa divisão de atos, mesmo tendo um começo meio moroso, mas que compensa com um segundo ato bem conduzido e uma conclusão ok. Daí temos até boas cenas de ação, que utilizam muito bem o slow motion e as cores pra ciar quadros excelentes, em um bom misto de fotografia e efeitos especiais, mas que pecam quando insistem em usar a maldita câmera tremida ,a infame “shaky cam”. Mesmo assim, é perceptível o design de produção tecno-militar bem genérico e a trilha sonora que parece tirada da lixeira do Danny Elfman quando ele fez Homem-Aranha 2. Tudo isso dentro de uma direção pouco inspirada e burocrática por parte de Dave Wilson.
Vin Diesel e seu Bloodshot (que ninguém o chama assim no filme inteiro) é mais um interpretação padrão do Vinnie. Tem energia, tem carisma, mas é aquilo que você já espera do Diesel. Guy Pearce entrega um bom antagonista ,dentro do possível e a Eiza González faz a amiga do protagonista e só. Tobby Kebbell pegou seu contracheque e fez umas marmotas vergonhosas em tela e o Wilfred Wigans de Lamorne Morris acaba sendo um bom suporte cômico.
Bloodshot é um filme até divertido, graças as boas cenas de ação e efeitos visuais competentes , mas seu roteiro simples demais e personagens básicos depõem contra o todo, mesmo adaptando bem o clima da HQ. É um filme com cara de anos 2000, seja para o bem ou para o mal.
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