Após derrotar a Baronesa, Os Últimos estão de volta para um novo desafio. Em busca de libertar àquele que pode ser a única pessoa capaz de salvar a humanidade da extinção, Buried parte junto de Eve em busca de um improvável aliado com o poder de fazer frente à extensa vantagem numérica dos bandidos sequestradores conhecidos como Saqueadores, o Necromante.
Buried, HQ brasileira com pegada de futuro distópico pós-apocalíptico. Roteirizada e colorida por Raphael Duarte, com arte interna de Ron C. Williams e capa de Márcio Abreu. A série completa terá 4 edições e nesta crítica falaremos da recém-lançada 2ª edição.
Para conferir a crítica da 1ª edição de Buried, clique AQUI.
Seguindo a temática proposta na primeira edição, algo como “os X-men no mundo de Mad Max”, Buried retorna com seus protagonistas, o barbudo e cabeludo que dá nome a HQ (que só difere do roteirista da revista por ter poderes… e ser sarado… 😛 ), e Eve, que segue em busca de ajuda para resgatar seu pai, um cientista que pesquisa uma cura para a condição não-reprodutiva da humanidade atual.
Raphael Duarte, o roteirista e colorista, segue o bom trabalho iniciado na edição anterior. O roteiro segue fácil, simples. Sem entraves. Nesta edição já podemos ter um vislumbre do que aparenta ser o futuro, e de quem ouve as gravações feitas pelos protagonistas desde a primeira edição, e isso já desperta o interesse do leitor para seguir na saga e saber onde ela vai chegar. Ponto positivo pra Buried.
A estória também conta com bons “elementos surpresa”, o famoso plot twist. Mas, há que se dizer entretanto que, nesta edição, nada aparenta ser realmente capaz de fazer frente aos poderes dos Últimos. A sensação de perigo, por mais que alardeada pelos protagonistas em alguns momentos, é pouquíssima e o leitor pode, facilmente, se perguntar: “por que tal personagem não faz simplesmente tal ação e pronto?”. Mas, vamos convir que estamos na segunda parte de uma história dividida em quatro, ou seja, essa parte da história é uma ponte para o confronto, portanto, o perigo está à frente e é iminente.
Particularmente, sigo minha relação de amor-e-ódio com a arte de Ron C. Williams. Enquanto acho o artista um grande desenhista em algumas páginas, fico triste com o aparente descaso em outras. A página onde o Necromante aparece pela primeira vez é uma das melhores já apresentadas nas duas HQs já lançadas, tão bonita quanto a primeira página da edição 1, mas toda a beleza do trabalho do artista parece jogado por terra quando, na página seguinte, Buried aparece com um “talho” na cabeça e um “peito de pombo” horrível…
Não me entendam mal. O artista é bom. Tem dinamismo, consegue imprimir movimento no seu desenho (basta ver a primeira imagem que mostra uma perseguição aos protagonistas), mas há, na minha visão, uma falta de cuidado no acabamento da arte e a mesma crítica que fiz à primeira edição permanece: Buried merece um arte-finalista que case bem com a arte de Ron.
Ainda falando sobre a arte: que capa, meus amigos! Que capa! Um excelente trabalho de Márcio Abreu, mais uma vez com as cores de Raphael Duarte.
Buried nº 2 traz, ainda na capa, uma grande novidade para quem já viu a primeira edição da revista. Agora a publicação é lançada sob o selo da Red Dragon Comics, uma jovem editora com alguns bons títulos de HQs indies no currículo.
Os pequenos erros que aconteceram na “versão 1.0” da primeira edição não voltam a se repetir aqui. Aliás, vale lembrar que após o lançamento da primeira edição de Buried, que fizemos a crítica AQUI, a edição foi relançada completamente corrigida. Todos os erros ortográficos, até as caixas de texto translucidas, que comentamos na nossa crítica foram revistos e corrigidos. Inclusive nossa crítica aparece nas citações da contra-capa da edição. Só alegria a “versão 2.0”. 😉
Buried segue “muito bem, obrigado”. A edição 2 é uma boa evolução da edição anterior, respeitando todos os pontos positivos e aprendendo com seus erros. Os heróis seguem agora para o principal momento da estória e, com certeza, essa edição deixará você ansioso pelo que o futuro reserva aos Últimos.