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Buried Nº 1: Os Últimos Dias da Humanidade | Crítica

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Buried: Os Últimos Dias da Humanidade é uma HQ independente roteirizada e colorida pelo brasiliense, naturalizado cearense, Raphael Duarte e com desenhos do americano Ron C. Williams. A edição que será comentada aqui é a primeira de uma série de quatro edições.

Futuro. Algo em torno do ano de 2050, mais ou menos. Após uma aparente guerra nuclear a população restante tenta, das mais diversas formas, sobreviver em um mundo inundado de radiação. Alguns dos sobreviventes, graças à essa radiação, desenvolveram habilidades sobre-humanas, são chamados de Os Últimos. Todos os humanos, sem exceção,  são estéreis. 

Estes são, então, os últimos dias da humanidade.

Página 1 da revista, divulgada no Facebook oficial da HQ.

A estória apresenta Buried, membro de um grupo de sobreviventes que, como em qualquer mundo pós-apocalíptico, seguem a sua rotina em busca de algum lugar para viver em paz e acabam atraindo a atenção de salteadores. Nada exatamente novo, é verdade. Mas algumas nuances do roteiro dão à HQ seu toque peculiar.

O roteiro corre fluido. As apresentações dos personagens são objetivas e bem construídas, deixando claros os objetivos dos personagens e em aberto os pequenos ganchos para as futuras edições. É de se admirar que toda a estória se passe em apenas 22 páginas, o que deixa bem claro que o roteiro foi enxugado visando não perder páginas à toa. Isso faz com que a leitura seja rápida e, necessariamente, acaba por deixar o leitor ansioso pela edição seguinte, mesmo a edição nº 1 sendo fechada em si.

A arte de Ron C. Williams casa bem com a proposta da revista. No seu desenho temos um desajuste de linhas e um traço cru que dá o clima “sujo” que uma Terra pós-apocalíptica pede. Dito isso, vale ressaltar que, em alguns momentos, o traço de Ron não aparenta estar buscando essa similaridade com algo sujo e destruído, mas aparenta estar, realmente, mal-acabado. Por vezes a arte aparenta mais um rascunho que ficou ali, precisando de uma arte-final, e passou batido. Esta é uma ressalva a se fazer com relação à edição, talvez um arte-finalista viesse a engrandecer, e muito, a qualidade da revista.

Arte interna da revista, divulgada no Facebook oficial da HQ.

Ainda falando da arte, as cores da HQ, que são também trabalho do Raphael Duarte, correspondem bem ao ambiente proposto, e são particularmente bonitas nas páginas do deserto. Algo que me incomodou por vezes foi a texturização usada, por exemplo, na lua, destoando um pouco de todo o restante do cenário.

A edição tem ainda pequenos “erros” que talvez pudessem ser sanados mais facilmente, se contasse com o trabalho de um editor. Por exemplo, as caixas de texto utilizadas para os comentários de Buried tem a proposta de aparentar que são gravações feitas pelo personagem, o que é interessante, mas elas visualmente podem desagradar a alguns, como eu, por serem translúcidas. Além disso, a edição que chegou a nossa mão para a crítica, contava com alguns erros gramaticais (que foram corrigidos na versão final, segundo o próprio Raphael).

Conclusão

Buried: Os Últimos Dias da Humanidade inicia bem a sua jornada de apresentar um mundo que tem muito a ser explorado. É uma revista com enredo bem amarrado e arte condizente com a proposta. Com algumas pequenas correções a HQ pode melhorar e seguir por alguns anos apresentando as aventuras d’Os Últimos que nós vamos acompanhar de bom grado.

Para ficar por dentro dos lançamentos das demais edições de Buried: Os Últimos Dias da Humanidade acompanhe o facebook e também o site oficial da HQ.

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