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Chocante | Crítica (Sem Spoilers)

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Chocante, novo filme nacional de Bruno Mazzeo e Augusto Casé chega aos cinemas no dia 5 de outubro. Nós do Multiversos assistimos ao longa e agradecemos o convite das amigas da Espaço Z.

O filme conta a história de uma boyband do começo dos anos 1990 que teve um sucesso meteórico mas que, por problemas e divergências, acabou se desfazendo e um evento de 20 e poucos anos depois fez com que os antigos membros se reunissem e descobrissem que, talvez, haveria uma chance da banda retornar.

Nostalgia é algo que vem vendendo bastante. Diversos filmes vem usando o recurso de relembrar as suas plateias os tempos que eles passaram e o roteiro de Chocante utiliza muito bem este recurso. Relembrando esse período do final dos anos 1980 e começo dos anos 1990, com boas piadas no texto para, logo em seguida, apresentar muito bem os membros da banda nos dias de hoje, mostrando cada um deles de uma forma simples mas, ao mesmo tempo, deixando claro o quanto eles estão tristes com a realidade que vivem hoje.

A narrativa do filme usa bem o recurso do presente e do passado no formato de flashback e o presente com a vida dos personagens hoje e, com isso, cria um bom ritmo para o filme. Lógico que visualmente os momentos de flashback usam a estética visual dos anos 1980 e 1990 com uma imagem de VHS muito bem utilizada, porém esse recurso não esconde a fotografia irregular, em alguns momentos, utilizada. A narrativa em 3 atos do filme às vezes fica um pouco lenta, o que é até estranho em um filme tão curto (94 minutos), mas que não prejudica o todo.

Todo o trabalho de direção de arte e figurino conseguiu resgatar muito bem o clima das boybands, estilo Menudo ou Backstreet Boys, que atuavam na época e é divertido ver nos posters todo trabalho visual, as cores berrantes, do final dos anos 80, ou o vestuário pairando ridículo de tão cafona, mas que funciona muito bem no filme e traz um repertório visual acertado, bem como um pouco da história da nossa TV. É bem legal ver referências ao “Viva à Noite“(quem é mais velho vai lembrar desse programa) e citações interessantes, visualmente falando, à banheira do Gugu, e isso arranca umas boas risadas.

O elenco está muito bem no filme. Bruno Mazzeo consegue passar bem o perfil do artista derrotado que vive no passado, do pai divorciado que cuida da filha de vez em quando e que tem que aguentar a esposa e o marido chato que ela tem hoje. O Lúcio Mauro Filho, que aqui eu deixo claro ser o melhor ator do filme, consegue passar muito bem a monotonia da vida de casado no subúrbio, que sente falta do reconhecimento do palco. O restante do elenco está muito bem. Bruno Garcia, Marcus Majella e Pedro Neschling atuam muito bem ao entender o excelente texto de comédia com um pouquinho de drama que o filme carrega. Tony Ramos está sensacional e é muito bom ver um ator veterano como ele sabendo abraçar muito bem a comédia.

Chocante é um bom filme despretensioso. Tem alguns pequenos problemas, mas o roteiro de piadas afiadas e com uma boa construção de personagens, acerta muito bem na nostalgia e consegue divertir. Um filme para assistir sem maiores pretensões e um bom passatempo comendo uma boa pipoca.

Chocante
  • Direção
  • Elenco
  • Fotografia
  • Roteiro
3

Resumo

” – Um filme para se assistir sem maiores pretensões e um bom passatempo comendo uma boa pipoca.”

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