Ficção científica madura como pano de fundo pra um profundo e bem desenvolvido drama.
Poucos diretores têm conseguido o respaldo de sequenciados sucessos de público e crítica nos últimos tempos como Denis Villeneuve. O cineasta vem de uma sequência de sucessos com Os Suspeitos, O Homem Duplicado e Sicario: Terra de Ninguém, e ousa fugir do comodismo, mudando os ares das suas produções. Quem ganha com isso somos nós, espectadores, que recebemos de presente uma excelente produção, com fotografia belíssima de Bradford Young, em uma ficção científica bem conduzida e com um drama profundo.
Tudo começa quando estranhas naves extraterrestres aportam em 12 locais diferentes do globo terrestre e a força de defesa norte-americana vê na Dra. Louise Banks (Amy Adams, a Lois Lane de Man of Steel e BvS), uma professora especializada em linguística, a oportunidade de compreender e dialogar com as forças invasoras. Contando também com diversos especialistas de várias outras áreas, dentre eles o cientista Ian Donnelly (Jeremy Renner, o Gavião Arqueiro de Vingadores), as forças de defesa seguem buscando a resposta para a mais importante das perguntas: “Por que eles estão aqui?”
Dentro de um roteiro que aborda tanto o cotidiano da vida da protagonista, apresentando uma perda pessoal aparentemente recente, bem como o desenrolar de uma invasão alienígena e como isso afeta distintamente os personagens na história, o enredo ainda consegue, de forma eloquente, abordar conceitos como viagem no tempo e abrir a mente do espectador para a linearidade a qual nós humanos estamos “presos” (quer esta linearidade seja a da escrita ou da vida, por exemplo).
As aparentes pontas soltas deixadas no decorrer do filme aos poucos são ligadas quando Louise começa a entender o objetivo da invasão à terra. O terceiro ato do filme consegue, de forma coerente, juntar todos os pontos não-lineares e caminhar pra um desfecho surpreendente e de um drama impactante.
Se há algo a incomodar no filme é a dificuldade de olhar para Amy Adams e Jeremy Renner e não reconhecer neles alguns dos seus personagens encarnados em outras produções. Jeremy Renner traz no seu jeito o perfil de quem está aguardando à qualquer momento a oportunidade de fazer uma piada e Amy Adams aparenta estar sempre disposta ao perigo à espera de um momento ápice para ser “salva”.
A Chegada é um excelente filme que merece muito a sua atenção no cinema, mesmo com outros grandes sucessos nas salas ao lado.
* O Multiversos agradece à EspaçoZ pela parceria.
A Chegada [Arrival]
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Direção
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Elenco
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Fotografia
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Roteiro
Sinopse
Após estranhas naves chegarem à Terra, a Dra. Louise Banks (Amy Adams), uma especialista em linguística, é procurada pelas forças de defesa norte-americanas para traduzir e auxiliar na comunicação com os alienígenas. Visando descobrir o real motivo de sua chegada ao nosso planeta, a Dra. Louise precisa de respostas para a mais importante das perguntas: “Por que eles estão aqui?”.
A Chegada estreia dia 24 de novembro de 2016 no Brasil.