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Crítica | The Flash: uma aventura divertida pelo multiverso da DC e muitos deslizes visuais

Longa entrega uma celebração aos quadrinhos com boa ação, nostalgia e efeitos bastantes questionáveis.

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Desde o seu anúncio original em 2014, os fãs do The Flash têm aguardado ansiosamente por essa adaptação cinematográfica. No entanto, a jornada para trazê-lo às telonas começou muito antes, remontando aos anos 2000, quando várias ideias foram concebidas, resultando eventualmente na popular série de TV da CW.

Dirigido por Andy Muschietti (IT: A Coisa), The Flash oferece uma divertida e nostálgica viagem pelo multiverso da DC. Com Ezra Miller reprisando o papel de Barry Allen, o filme se baseia em um dos arcos mais icônicos dos quadrinhos, Ponto de Ignição.

A HISTÓRIA

Em The Flash, os mundos colidem quando Barry Allen (Ezra Miller) usa seus superpoderes para viajar no tempo e alterar eventos passados. No entanto, ao tentar salvar sua família, ele acidentalmente muda o futuro, ficando preso em uma realidade ameaçada pelo retorno do General Zod (Michael Shannon). Barry se vê sem super-heróis para ajudá-lo, exceto por uma versão diferente do Batman, que ele precisa convencer a sair da aposentadoria e resgatar um kryptoniano preso. A tarefa de Barry é salvar seu próprio mundo e restaurar o futuro conhecido, mas ele precisa estar disposto a fazer sacrifícios para reconfigurar o universo.

O ROTEIRO

Uma das maiores forças de The Flash reside em seu bom humor. O filme encontra o equilíbrio perfeito entre momentos divertidos e a seriedade necessária para contar uma história coesa. Embora a trama não seja revolucionária, ela entrega uma aventura satisfatória aos fãs do herói, enquanto presta homenagem aos momentos marcantes da DC nas telas e nas telinhas ao longo dos anos. É uma celebração do passado e do presente, com elementos icônicos reintroduzidos de forma envolvente.

Ao contrário dos tons sombrios que caracterizam outros filmes do universo DC, Muschietti opta por uma abordagem visual colorida e dinâmica, que evoca diretamente os quadrinhos. Desde o traje azul icônico do Batman interpretado por Ben Affleck até a paleta de cores nas cenas de ação, The Flash se destaca como uma das adaptações mais fiéis às HQs da DC nos últimos anos. A escolha estética do diretor argentino é acertada, pois traz uma atmosfera divertida e leve ao filme, combinando perfeitamente com a essência do personagem.

EASTER EGGS

Muschietti também explora de forma interessante o conceito de multiverso, abrindo portas para possibilidades futuras no universo cinematográfico da DC. Nesse aspecto, o filme apresenta diversas versões dos heróis da DC, proporcionando aos espectadores momentos de pura nostalgia.

Uma crítica válida é em relação às despedidas dos personagens do Snyderverso. É lamentável que Henry Cavill, o Superman, seja apenas mencionado e não tenha a oportunidade de se despedir de forma mais completa. Por outro lado, Affleck tem a chance de entregar sua melhor atuação como Batman, embora haja uma sensação de que o personagem poderia ter tido um papel mais relevante nesse universo.

– Por que nunca deram o filme a altura do seu Batman, Affleck!?

 Apesar disso, Affleck oferece um desempenho sólido e importante para a narrativa.

Quanto às participações especiais, destaca-se a atuação de Michael Keaton, que rouba a cena e se destaca no filme. Keaton demonstra por que muitos o consideram o Batman definitivo, dando a sensação de que ele nunca deixou de interpretar o herói. Sua presença serve como um elo que conecta as duas versões de Barry Allen e a Supergirl, unindo-os para enfrentar a ameaça de Zod.

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NAVEGANDO PELO MULTIVERSO DC

A narrativa pode parecer confusa em alguns momentos, especialmente para aqueles que não estão familiarizados com o conceito de multiverso ou com a história do personagem nos quadrinhos. Além disso, alguns personagens secundários poderiam ter sido melhor desenvolvidos, como a Supergirl de Sasha Calle, que apresenta potencial, mas não recebe uma exploração adequada.

Miller, apesar das controvérsias recentes, oferece sua melhor atuação como Barry Allen. No entanto, é importante mencionar que o Barry jovem interpretado por Miller pode ser irritante com suas piadas em momentos inadequados. No entanto, é nos momentos de drama que o talento do ator se destaca, proporcionando momentos de intensidade e emoção para o público.

The Flash apresenta uma série de falhas que comprometem o que deveria ser seu grande triunfo. Os efeitos visuais deixam muito a desejar, chegando ao ponto de serem constrangedores em algumas cenas. Logo no início, é evidente que o CGI está inacabado, o que imediatamente tira o espectador da imersão no filme. É lamentável que uma produção desse porte não tenha se esforçado para entregar efeitos visuais de alta qualidade.

Um exemplo particularmente decepcionante são as cenas em que Barry corre. Em vez de serem impressionantes e empolgantes, elas acabam sendo estranhas e pouco convincentes. A velocidade do personagem não é transmitida efetivamente, o que resulta até mesmo em uma piada indireta no próprio filme.

Contudo, apesar de suas falhas, The Flash encanta com suas referências nostálgicas. Embora apresente defeitos, é importante ressaltar que a presença marcante de Michael Keaton se destaca como um dos pontos altos do filme que marca um final meio agridoce para o DCEU, sem nos preparar para o que podemos esperar da era James Gunn na DC.


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