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Deadpool – Referências, referências por todos os lados

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2016 é um ano para ficarmos pobres de tantos filmes que vão estrear, e filmes com temáticas nerds aos montes. Parece que o gênero de super-herói não perdeu seu fôlego não. Estamos cada vez mais consumindo esse material.

A prova maior foi a mais recente explosão nas bilheterias do mundo todo, e o Brasil não ficou atrás. Lotamos as salas de exibição para ver mais um filme baseado em um personagem de quadrinhos, cheio de ação, muitos efeitos especiais, roupas coladas e um herói… bem… calma, não é bem assim.

Deadpool, o mercenário tagarela da Marvel, chegou chutando a porta e dando várias tapas na cara dos incrédulos. Na minha também, inclusive. Afinal, é o Ryan Reynolds, interpretando uma criação do “MESTRE” Rob Liefeld, com a Fox como estúdio…serio, não dava para acreditar em algo bom vindo.

Mas calma, vamos só entender quem é esse cara que esta fazendo as salas de cinema lotar, e levando o público a sair com sorrisos nos lábios.

Wade Wilson (engraçado que na DC temos um personagem que é um mercenário fodão que se chama Slade Wilson… tá bom, Sr. Lifield) foi criado pela dupla Rob Lifield e Fabian Niciesa, e apareceu pela primeira vez em uma história dos Novos Mutantes no inicio da década de 90 (1991). Sua primeira aparição foi como um vilão, e ele era bem genérico. Afinal, nessa época a Marvel costumava aumentar os valores da equipe de trabalho por personagem criado, e Lifield, que sempre soube como ganhar dinheiro, enchia suas historias com novos personagens, muitos deles bem parecidos diga-se de passagem. Em 98, por conta do sucesso, Deadpool acabou ganhando o próprio título.

Muito do que vimos nas telas do cinema realmente está nas tramas dos quadrinhos, como a inclusão de uma paixão que Wilson teve por uma prostituta de nome Vanessa (conhecida nos quadrinhos como Mímica), a implantação de um fator de cura para deter o seu câncer, até uma aposta sádica para saber quem sobreviveria as torturas, orquestrada por um tal de Ajax… Mas vamos parar por ai, e vamos voltar para filme.

Deapool chegou com um campanha de marketing forte, e… bom, ele abraçou a zueira! Ele colocou ela no colo e disse: “Estamos fazendo um filme que crianças não podem assistir”. Os trailers deixaram isso bem claro.

O diretor Tim Miller entendeu o que fazer, e como fazer, uma transcrição para as telonas fiel à loucura que as histórias do Deadpool passam. Toda a loucura e psicopatia do personagem foram fielmente representadas nas telas do cinema.

Ryan Reynolds, que sempre deixou bastante claro ser fã do personagem (chegando a falar dele em entrevistas de divulgação de outro filme de personagens em quadrinhos, o Lanterna Verde), conseguiu a tão sonhada redenção. Ele deu vida ao personagem, e evoluiu, fazendo com que nunca mais deixemos de pensar nele ao se falar de Deapool. Ele conseguiu se livrar do péssimo estigma do filme Wolverine Origens, onde ele é até “ok” como Wade mas sofre com o problema de se tornar o “Baraka” no ato final do filme. O ator encarnou tanto a zoeira do personagem que roubou um dos uniformes do filme, dizendo: “Eu amei usá-lo e precisei pegar um para mim”

A trama é muito bem amarrada, e com bastante violência e humor. Somos apresentados a personagens muito bem colocados e o melhor, não foi preciso dar um backgroud para eles. Tivemos a melhor personificação nas telonas do mutante russo Colossus, com uma participação impagável!

O vilão cumpre seu papel, e atrai gargalhadas com a interação impagável com nosso protagonista.

O interesse romântico do Deadpool, Vanessa, interpretada pela brasileira morena Baccarin, consegue dividir a loucura do personagem, e deixar o telespectador totalmente envolvido nesse relacionamento louco e insano, e lindo (medo do dia internacional da Mulher).

Não vou ficar dando spoilers de cada cena, pois é um filme para ir ver no cinema. Devido a sua ação muito bem-feita o roteiro não deixa a peteca cair dosando a ação, o humor e, por incrível que pareça, momentos dramáticos (momentos esses que são aliviados por piadas pontuais).

Como falei no titulo do texto, é um filme repleto de referências que deixariam o senhor Steve Rogers todo se tremendo. Desde a fantástica abertura do filme às cenas pós-créditos, que é um deleite para os amantes de cinema dos anos 80 (Salve, Ferris!).

A trilha sonora é um caso à parte. Recheada de musicas que não fazem sentido com a cena em questão, mas que ficam maravilhosas no conjunto bizarro da obra, e com certeza “Wham!” tornou-se uma das maiores pesquisas no spotify desse fim de semana (I’m never gonna dance again, guilty feet have got no rhythm).

Tive a oportunidade de ver o filme duas vezes, uma legendada e uma dublada, e palmas para a dublagem brasileira que não teve nenhum pudor em colocar todos os palavrões que são importantes para o desenvolvimento maluco do personagem.

A quebra da quarta parede, tão conhecida pelo personagem, esta alí nos rendendo momentos de pura risada.

Se o filme vale a pena? Bom, vale e muito! Foi um entretenimento divertido no melhor estilo pipocão. Temos tudo ali: ação, personagens carismáticos, um alivio cômico muito bem encaixado. Um não, vários! Vilões sem nenhum aprofundamento, mas que não afetam o desenvolvimento em nada até porque não é um filme profundo. A prova maior foi sua arrecadação em seu final de semana de estreia, o filme que custou 58 milhões, faturou cerca de 140 milhões, em apenas um final de semana. Tornando-se assim o filme censura R com maior bilheteria em sua estreia.

É um filme de diversão, e é isso que eu paguei para ver, e foi o que obtive, mais até do que esperava, pois nunca pensei que iria falar tão bem de um personagem criado pelo Rob Lifield. À exceção do Cable, o Cable é foda!

“Por favor, escolham o Jon Hamm pra ser o Cable!”

 

#peideiesai

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