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Depois do Universo | Novo romance da Netflix emociona e inspira mesmo sem inovar

O longa nacional repete a fórmula de obras do gênero, mas a poética do enredo e a química dos atores conseguem prender e emocionar o espectador.

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No ano em que se celebra uma década em que A Culpa é das Estrelas chegou aos cinemas, eis que a Netflix lança mais um romance teen hospitalar para emocionar os apaixonados pela temática. Esses romances centrados na saúde como a principal barreira, conhecida simplesmente por livros de “sick teen” – se equilibram sempre entre a comoção e o melodrama, e em Depois do Universo mergulham com tudo nesse subgênero.

A história

O filme fala sobre sonhos e sobre como encaramos a vida. Nina (Giulia Be) é uma talentosa pianista que almeja um dia tocar na Orquestra Sinfônica de São Paulo.

A paixão pela música, no entanto, precisa ser colocada de lado para que ela possa cuidar da saúde. Nina sofre de lúpus desde criança. Uma doença autoimune que ataca o rim da jovem que precisa passar por sessões de hemodiálise enquanto aguarda na fila por um transplante.

Desanimada e levando a vida como se fosse “um copo vazio”, ela acaba conhecendo o jovem Gabriel (Henry Zaga) ao acaso. Pouco depois ela descobre que o rapaz é médico e faz residência na equipe que cuida de seu tratamento.

Ao contrário de Nina, Gabriel sempre encara a vida como “um copo cheio”. O jeitinho meigo e sempre atencioso do rapaz instiga a moça a não desistir dos sonhos e, principalmente, viver, isto é, no sentido mais profundo da palavra.

Química à primeira vista

É inegável a química de Henry e Giulia em cena. A relação de “Copinho Cheio” e “Copinho Vazio” — apelidos dos personagens — arranca suspiros. Com uma vasta experiência como cantora, Giulia surpreende em sua primeira atuação nas telas.

Porém, o filme não sabe trabalhar de uma forma que aprofunde os personagens ao longo das suas duas horas. Coadjuvantes se prestam a reforçar o romance dos protagonistas, seja incentivando ou desafiando, mas são caricatos ou acessórios demais nessa função para que isso favoreça de fato a história dos dois protagonistas de modo efetivo.

Fotografia mágica

Diego Freitas, que assina a direção e roteiro com Ana Reber, precisam saudar toda a equipe de sonoplastas e fotografia. Estes dois são o ponto alto de Depois do Universo, que a todo momento nos encanta com aquela câmera sempre a espreita dos personagens, como se nós, que assistimos, estivéssemos sempre por perto para acompanhar a história desses personagens. Os efeitos de “Lens Flares”, muito comuns nas produções de J.J. Abrams, e todas a cores e luzes usadas nas cenas dos sonhos de Nina e Gabriel são belíssimos.

O veredito

Depois do Universo cumpre o seu principal objetivo: emocionar. Com um final, digamos, relativamente surpreendente, o romance dramático brasileiro consegue cativar até o espectador de coração mais duro. Afinal, ele é todo projetado para isso, utilizando-se de cenas de câmera lenta e uma trilha sonora romântica moderninha que vai de Ed Sheeran e Alok a brasileiros como Lulu Santos e Cazuza. Portanto, o longa atinge o público-alvo adolescente e afeta os mais velhinhos também. Em suma, a produção vai agradar de acordo com a forma com que você a enxerga.

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