Nada melhor para começar o ano do que um novo filme de Dragon Ball nos cinemas, com uma nova estreia, dessa vez oficial, de Broly no cânone do anime, além de deixar várias portas abertas para novas temporadas e novos vilões. O criador da franquia, Akira Toriyama, está envolvido diretamente na produção do filme, assim como nos dois últimos, e o sucesso deles mostra que era isso que os filmes da franquia estavam precisando.
Bom, primeiramente, é interessante notar que nunca tinha sido tão explícito a inspiração no Superman presente em Dragon Ball quanto agora. O alienígena, salvo de um planeta distante que foi destruído, e que se torna o grande salvador da Terra. Todas as características de uma história épica, sem dúvidas. E isso é tudo que Dragon Ball não precisa.
Antes de explicar, vamos destacar alguns pontos positivos aqui. Dragon Ball nunca teve lutas tão bem feitas quanto nesse filme. Elas que sempre foram o ponto forte da obra, são entregues de forma impecável no filme e com toda certeza não decepcionam os fãs, desde os mais antigos que poderão ter uma sensação maior ainda de nostalgia, por conta da semelhança visual com os traços do mangá, quanto para os novos fãs, que poderão conhecer um pouco mais da história do planeta Vegeta, assim como verão alguns velhos personagens sendo introduzidos oficialmente a obra, como o Broly e Bardock, por exemplo.
Até mesmo a computação gráfica foi bem feita, ficou sensacional!
Tudo parece ter sido bem explorado nas sequências de luta. A interação das cores com o cenário, pelo fato de ser no Ártico, um cenário todo branco, e os personagens utilizando cores vivas ressaltando sua caracterização; As expressões dos personagens durante a luta, o contraste usado no desenho dos personagens; o fato de (finalmente) ser claramente perceptível que os personagens tem diferentes estilos de luta: enquanto Goku e Vegeta tem um estilo mais refinado, devido ao treino em artes marciais, os golpes e os movimentos do Broly são visivelmente mais pesados, rústicos, afinal ele “treinou” sobrevivendo no planeta em que ele estava preso, e o filme consegue destacar muito bem todos esses pontos.
O filme peca quando tenta se levar a sério. Até o ponto em que é revelado o motivo de Freeza querer as Esferas do Dragão, o “roteiro” estava ótimo. Cria um paralelo com a vontade da Bulma querer as esferas e você simplesmente dá risada, porque é um motivo bobo e isso não importa, porque é válido para ver o melhor de Dragon Ball, que são as lutas. Mas aí nós temos esse começo completamente desnecessário, vendo a destruição do planeta Vegeta pela milésima vez, e o Bardock salvando Goku da explosão do planeta, numa tentativa extremamente forçada de criar um momento “filho de Krypton”.
Cara, sério… Por quê?
O legal de ver Dragon Ball é ver que o Goku era um cara qualquer, que encontrava um inimigo absurdamente mais forte, mas que no final ele o derrotava. Sempre foi bobo. Agora quer criar toda uma história épica pra ele. Pra que mexer na origem de um personagem que não precisa se levar a sério?
Voltando da Grécia após fracassar em conseguir uma armadura de bronze, decidiu escrever sobre cultura japonesa e seu vício em anime. De vez em quando sai algo bacana. Já falei pra vocês que tenho um blog?