Ainda muito jovem, como qualquer criança dos anos 80, tive acesso a beleza da violência dos filmes de brucutus como apenas os anos 80 poderiam proporcionar. Nesse período surgiu um filme que mudou todo meu gosto por entretenimento visual. Uma obra passada em um mundo apocalíptico, cheio de violência, explosões, carros e lógico, gasolina, ou melhor, a falta dela, onde tive a oportunidade de ver em rede aberta, na emissora do nosso querido Silvio Santos: Mad Max.
Um filme totalmente diferente do que minha cabeça jovem tinha experimentado. Toda aquela violência e perseguições, com um protagonista forte e cheio de dor, me cativou e me fez querer consumir mais coisas com essa temática.
Descobri que já existia um segundo filme, Mad Max 2 – The Road Warrior, mais conhecido em na Sessão da Tarde como Mad Max 2 – A caçada continua. E que filme! Toda aquela ação desenfreada do primeiro foi elevada a uma potencia muito maior. O mundo, que no primeiro longa ainda era muito similar ao nosso, tornou-se um deserto pós apocalíptico. Muita areia, deformidades, personagens incríveis e Max ao lado de seu fiel cachorro, lutando mais uma vez por sua sobrevivência, em terra sem esperança! Para mim um dos melhores filmes que já vi!
Em 1985, Mel Gibson volta a encarnar o papel que o consagrou, Max Rockatansky, em filme épico, abrangendo mais ainda o universo das Wasteland. O filme conta ainda com uma atuação inusitada da cantora Tina Tuner, em um papel icônico e forte, a Tia Entity. Uma trilha incrível que até hoje esta no imaginário pop, Whe don’t need another hero!!! E frases celebradas como “Dois homens entram, um homem sai”. Mad Max Beyond Thunderdome, ou Mad Max 3 – Além da Cúpula do Trovão. Trouxe uma nova visão do mundo e dos personagens, e me fez querer mais e mais desse universo caótico e perdido.
O tempo passou, mas nada de um novo filme em vista, até que em meados dos anos 2000, começaram a surgir boatos de uma nova produção, todos engavetados, por conta dos atentados do 11 de Setembro e a instabilidade que o país passou neste período negro.
As coisas não melhoram em nada para a produção do filme, com nosso querido Mel Gibson se envolvendo em escândalos e polêmicas declarações Antissemitas, além de casos de violência doméstica. Um novo ator foi cotato para o papel: Heath Ledger. Segundo o próprio diretor, ele possuía as mesmas características de Mel, a força e carisma necessários para o papel. Infelizmente, perdemos Heath em 2008, e mais uma vez o filme ficou no limbo.
Eis que finalmente em 2011, o filme começou a entrar em produção, passando por uma verdadeira “Estrada da Fúria”. Um novo ator foi escalado para o papel que Gibson carregou por tantos anos: Tom Hardy.
Muita desconfiança, atrasos, refilmagens. E em minha cabeça eu tinha algumas indagações: será que George Miller conseguira nos trazer para aquele universo caótico e maravilhoso mais uma vez? O mesmo diretor que nos trouxe o belo Happy Feet, ainda teria mão de um filme violento e forte?
Ao chegar correndo para ver a sessão, percebi que pela primeira vez eu estava indo visitar esse universo em uma sala de cinema, pois até então eu visitei as Wastelands do Sofá da minha casa. Afinal, o primeiro filme é de 1979, o segundo é de 1981 e o terceiro saiu em 1985. Ou seja, depois de 30 anos, teríamos Max de volta as telas de cinema!
E amigos, que retorno triunfal! O filme inicia forte, uma bancada visual, para nos colocar neste mundo. Um mundo feito de violência, sangue, gasolina e areia.
George Miller conseguiu fazer um filme de ação, na força da palavra, que há muito não se via, com cenas críveis, perseguições desenfreadas e com muitos efeitos práticos. As colisões são incríveis, fugas e capotamentos acontecem a todo o momento, e mostram que existem diretores ousados e como livrar-se das muletas dos efeitos CG. É um grito de fúria e liberdade.
As personagens femininas são fortes, destemidas e furiosas! Charlize Theron despe-se de sua beleza frágil e nos presenteia com uma beleza selvagem ao encarnar a Imperatriz Furiosa, uma mulher com combustível no lugar das veias e uma determinação nunca vista em uma protagonista.
Nicholas Houtl, o Fera de X-men Primeira Classe, irreconhecível no papel do bizarro Nux. E lógico, Tom Hardy destruindo no papel de Max. Hardy, consegue balancear a loucura e o senso de dever do personagem, com uma voz de assustar, ele me fez acreditar que ele é o novo Max e o deserto pertence a ele!
Em cerca de duas horas de filme, George Miller, ensinou de forma categórica como o cinema mundial carecia de grandes filmes de ação. E como é bom ir ao cinema, e ficarmos maravilhados com uma viagem visual, personagens fortes e uma história, mesmo que simples, muito bem contada!
Comecei muito cedo a consumir cultura pop, graças a minha Santa Avozinha que me presenteou com a edição A Espada Selvagem de Conan N° 14. Tenho a absoluta certeza que Jack “The King” Kirby é mais importante para o universo dos quadrinhos que Stan “The Man” Lee. Sou fã de Star Wars, Lord Of The Rings, Poderoso Chefão, Batman e Wolverine. Amante de bons filmes e louco por pudim e Doritos picante.