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Game of Thrones | O que está acontecendo com a série?

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A sétima temporada de Game of Thrones começou com o maior hype que se poderia esperar para uma série de TV. A queridinha dos espectadores, e da sua mamãe, HBO, trazia consigo algo há muito aguardado pelos fãs: o início do fim.

Mais do que nunca a série caminhava para responder às mais diversas perguntas e teorias, há anos alimentadas e fomentadas nas cabeças e mesas de discussões de fãs, quer estas reais ou virtuais: Quem será o Azor Ahai? Jon Snow pode ser filho legítimo, ao invés de apenas um bastardo Targaryen/Stark, e reclamar os Sete Reinos para si? Daenerys seguirá os passos de seu pai rumo à loucura ou será a governante justa que almeja? Será que explorarão a possível ascendência Targaryen de Tyrion e, assim, teremos ‘o Dragão com 3 cabeças’? O Rei da Noite derrete se chegar em Dorne? 😛

Muitas perguntas. Muita ansiedade. Pouco tempo de tela para tanta coisa.

A redução da quantidade de episódios da temporada somada a falta de uma estrutura narrativa já funcional, no caso, os livros, infelizmente aparenta estar dificultando a vida dos showrunners, David Benioff e D.B. Weiss, em alguns momentos.

Até o episódio 4, The Spoils of War, a narrativa da série se mostrava condizente com o que sempre consumimos na produção. Me atrevo a dizer que “The Spoils of War” é um dos melhores, senão o melhor, episódio de Game of Thrones até aqui! Mas, então, o peso de tanta coisa por vir começa a atrapalhar a caminhada dos episódios seguintes.

O “esquadrão suicida” de Westeros.

A condução dos episódios prévios ao episódio 6, Beyond the Wall, acabou jogando por terra muito da verosimilhança que era muito bem conduzida nas temporadas anteriores de GoT. Explico: anteriormente, por exemplo, quando um personagem precisava ir de Winterfell, no Norte, ao Ninho da Águia, próximo à Porto Real, havia um lapso de tempo, não especificado, mas facilmente sentido pelo expectador, entre a partida e a chegada do referido personagem ao seu objetivo. Esse tempo era “medido”, muitas vezes, com base nos acontecimentos vividos pelos outros personagens da série. O tempo em que o viajante estava fora da tela era sentido como parte da viagem e, algumas vezes, essa viagem levava uma semana, já que a partida poderia se dar em um episódio e a chegada ao objetivo só no episódio seguinte.

Infelizmente, pela forma como tem acontecido nos episódios mais recentes do show, Westeros deixou de ser um continente de extensão territorial maior que o nosso Brasil, para se tornar, quando muito, um estado. Talvez até uma cidade. Exemplo disso: Gendry, que cai de paraquedas no episódio 5, Eastwatch, faz uma viagem de retorno do Norte-além-da-Muralha correndo ininterruptamente, pelo jeito, até Castelo Negro, envia um corvo para Pedra-do-Dragão, uma ilha que fica à leste de Porto Real, e de lá vem o socorro na forma de Daenerys Targaryen com seus três dragões voando todo esse caminho de volta Norte à dentro. Tudo isso enquanto o “Esquadrão Suicida”, como foi batizado o grupo na internet, está ilhado e cercado por Caminhantes Brancos por todos os lados. E aqui entro com outro questionamento: como um lago congelado, exposto continuamente por tempo indeterminado à uma temperatura negativa, tem uma camada de gelo superficial tão fina à ponto trincar e quebrar com o peso de 7 homens e algumas dezenas de Caminhantes, mas, após 1 ou 2 dias de novo congelamento, desenvolve uma camada tão resistente que suporta CENTENAS de Caminhantes Brancos sem qualquer fissura? (chupa essa manga…)

“Transportadora Dracarys, transportes imediatos. Buscamos sua carga até no inferno de gelo.”

Não, queridos, não estou “sendo chato” com coisas pequenas. Isso compromete, sim, a forma como recebemos o conteúdo da série. Isso compromete o impacto que temos com determinadas situações que nos são apresentadas. Desta forma, como temeremos a morte de quaisquer dos nossos personagens favoritos? Game of Thrones nos foi apresentada como uma série onde o nosso primeiro personagem principal morreu decapitado ao final de apenas uma temporada. Não havia salvação fácil. Havia a verdade, nua e crua, de que determinadas situações não tem saída. Agora, não. Agora temos viagens instantâneas que poderão, sempre, salvar nossos personagens favoritos, basta que eles se deem bem com a Mãe dos Dragões, né?

E por falar em “se dar bem”…

Por favor, sejam sinceros, vocês também se sentiram feitos de idiota ao verem Jon Snow chamando Daenerys de “Dany”, né?! Como? Por quê? De onde saiu essa intimidade toda?

Ainda bem que ela deu um “chega pra lá” e ele voltou atrás na intimidade. Mais uma vez: You know nothing, Jon Snow.

As dificuldades em inserir elementos “engolíveis” ao roteiro (sofre um pouco aí, Aurélio!) não param por aí. E aquelas correntes enormes que os zumbis usam, hein?! Não acredito que no Norte tenha fundição, muito menos de fácil acesso. Também não acredito que existia um pelotão de Caminhantes Brancos encarregado só de arrastar aquelas correntes por todo o Norte, de sorte que às tais estarivessem à disposição de pronto. Mas, depois de ver um grupo ser formado aos “45 minutos do segundo tempo” para participar da incursão no Norte, não duvido nada que Viseryon tenha caído em cima das correntes no meio do lago de gelo, né? Se duvidar ele mesmo se enrolou nelas, jogou a ponta para fora e “falou”: “Puxa!”

Infelizmente a falta de George R. R. Martin no cerne dos roteiros pode estar corroborando, e muito, para o que temos visto nos últimos episódios da série, onde aquela sensação de medo pelo seu personagem favorito tem sido substituída pela tentativa constante de tapar buracos, costurar e finalizar pontos do roteiro (“Olá, Mãos Frias!” “Tchau, Mãos Frias.”) e apresentar episódios simplesmente pirotécnicos e/ou com fundo romântico.

Falo isso sem querer “hatear” a série. Como todo bom fã, pulo no sofá a cada reviravolta, tensão e morte, a cada esperança de que aquela teoria que curto seja concretizada. Sofro a cada semana por saber que estamos mais e mais perto do fim. Mas, confesso, as duas últimas semanas tem sido uma dureza de aceitar o que têm acontecido em Westeros.

Tomara que não tenhamos um “efeito Lost” sendo repetido em Game of Thrones.

Tomara…

Para se aprofundar em Game of Thrones

Apesar de Game of Thrones ser mundialmente reconhecida pela série, e pelos livros que deram origem à esta, é bem verdade que seu conteúdo se espalhou por diversas áreas. Desde adaptações em quadrinhos à jogos de vídeo game, passando por jogos de tabuleiro e cartas. A gama de possibilidades para explorar todos os mistérios de Westeros é infindável e facilmente encontrada nas mais diversas lojas, físicas ou virtuais.

Se você deseja se aprofundar nos mistérios e no passado de GoT, que ao que tudo indica não serão tão bem explorados na série quanto gostaríamos, fica a dica do livro “O Mundo de Gelo e Fogo“, escrito por George R. R. Martin em parceria com os fãs Elio M. García Jr. e Linda Antonsson, facilmente encontrado nas principais lojas virtuais e, para facilitar sua vida, você pode até comprar o livro, ou quaisquer outros produtos, com descontos dados via cupons.

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