Guardiões da Galáxia Vol. 02 | Crítica (SEM SPOILERS)

Três anos após surpreender o mundo como a maior aposta da Marvel Stúdios, e um dos seus maiores acertos, os Guardiões da Galáxia estão de volta.

Agora já conhecidos no universo como caçadores de recompensas, os Guardiões, tendo como líder Peter Quill, o Senhor das Estrelas (Chris Pratt), a letal Gamora (Zoe Saldana), o brutamontes Drax (Dave Bautista), o Guaxinim não o chamem assim Rocket “Rocky” Raccoon (voz de Bradley Cooper) e o agora pequeno Bebê Groot (voz de Vin Diesel), viajam ao longo do cosmos e lutam para manter sua nova família unida. Enquanto isso, tentam desvendar os mistérios da verdadeira paternidade de Peter Quill.

Trabalhando e vivendo juntos os Guardiões hoje tem laços maiores mas, dentro deles, ainda existem problemas que precisam ser resolvidos: a falta que Peter sente de uma figura paterna presente e sua complicada relação com Yondu (Michael Rooker); as rusgas e pendências entre Gamora e Nebulosa (Karen Gillan), irmãs de uma criação brutal dada por Thanos, O Titã Louco; Drax e sua literalidade e falta de tato social; Rocket e sua atitude sempre satírica, embora extremamente paternal com o Bebê Groot. Tudo isso se agrava quando, ao fugir de Ayesha (Elisabeth Debicki), líder dos Soberanos, os Guardiões acabam encontrando Ego (Kurt Russell), que se apresenta como o pai de Quill, e sua auxiliar, a empata Mantis (Pom Klementieff). Todos muitos confortáveis em seus papeis, diga-se de passagem, e isso faz o filme brilhar.

É maravilhoso ver como o roteiro de James Gunn lida com tantas linhas narrativas com segurança e uma simplicidade de quem realmente conhece esses personagens e que tem uma boa história pra contar. O ritmo do filme é excelente porque temos muitas cenas de ação, e aqui Gunn estourou a barra do COOLNESS, criando frames e planos já icônicos, ao mesmo tempo em que mostra os personagens mais humanos do que nunca e todos possuem excelente tempo de tela. Gunn criou uma história onde o foco é a emoção e ele não erra em um instante sequer ao tentar emocionar o espectador. Tudo isso montado com um texto ágil, que dispara piadas uma atrás da outra, sem medo ou receio e, quando necessário, te arranca emoção genuína com dor e tristeza.

No início, já de cara, é belíssimo notar que o filme é um gigantesco mar ultra-colorido. Henry Branham se utiliza de todo o potencial que um filme como Guardiões pode oferecer e cria, junto com a equipe de arte liderada por Ramsey Avery, uma gama de cenários como: Berketh, o planeta dos Soberanos, as muitas raças alienígenas, monstros e muito mais. Tudo no filme tem vida porque as cores saltam na tela e os designs de produção estão entre os melhores já feitos pelo Marvel Studios, senão o melhor até agora, e que será difícil de ser superado.

As músicas são um personagem essencial da trama. O Awesome Mix vol.02 que Peter escuta tem uma seleção mais intimista. “The Chain” do Fleetwood Mac, “Father and Son” do Cat Stevens e “Mr. Blue Sky” da Eletric Light Orchestra são unidas à trama, graças ao fascínio e proeza de James Gunn.  Ouça a lista completa do Awesome Mix vol. 02 AQUI, é diversão garantida!

O filme traz, também, uma quantidade absurda de Easter Eggs. Música, videogames, personagens obscuros, citações, seriados antigos e muitos outros fazem parte do longa e, em momento algum, eles são gratuitos e, sim, fazem parte do todo.

Maior, melhor e sem medos. O filme é um espetáculo e a maior ousadia de James Gunn e seu Guardiões da Galáxia Vol. 02 foi fincar a sua bandeira e deixar claro que os Guardiões da Galáxia são dele e, com isso, fugir da fórmula Marvel de filmes, porque mesmo fazendo parte do todo e remetendo ao grande cenário que será a Guerra Infinita, Gunn, com maestria, fez o correto ao focar nos seus personagens e contar pro público o que os faz uma família.

“ – I know. I have to go!”

PS. Não saia da sala até o fim dos créditos. 😀

Nós do Multiversos agradecemos ao Shopping RioMar Fortaleza, à rede Cinépolis e ao pessoal da Cinema&Vídeo pelo convite para a sua sessão especial de Guardiões da Galáxia Vol. 2.