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Hellblazer – Andy Diggle

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“É grande demais. Me sinto assoberbado. Essa insanidade que foi retirada de mim como uma purulência psíquica. Feita da minha própria culpa e do meu próprio ódio. E a Cheryl também. E todo mundo que eu decepcionei, todos os amigos que sacrifiquei no altar da minha arrogância. Essa coisa passou anos se alimentando de mim. Sabotando meu controle enquanto crescia gorda e forte. Todos esses anos… E eu nem mesmo percebi.”

 E é com essa citação que iniciamos mais um Já Leu?. Se você é um leitor de quadrinhos regular ou apenas conhece esse universo, com certeza já ouviu falar em John Constantine, um dos personagens mais icônicos dos quadrinhos; E não meus amigos, ele não é um personagem bonzinho, mas sim um cara rabugento, escroto e que se possível passará a perna em qualquer um pra satisfazer suas vontades.

O arco em questão será a incrível fase do Andy Diggle, que pegou os roteiros logo após o arco de Denise Mina pelo personagem (arco esse que não me agradou muito).

Diggle ficou a cargo de Hellblazer, das edições #230 à #249, e nesse período trabalhou com alguns ilustradores, sendo o mais importante Leonardo Manco (que é o ponto forte desta fase e logo falaremos dele).

No Brasil essa fase será lançada em três encadernados, tendo dois deles, O Passeio e O Mago que Ri já sido publicados.

E por que falar exclusivamente dessa fase do personagem? Confesso que sou muito fã de Hellblazer, e mesmo tendo algumas histórias bem fracas eu acabo extraindo a melhor parte das mesmas. Felizmente a fase do Diggle possui várias histórias boas, tendo algumas regulares, mas em boa parte excelentes. Ele nos faz voltar a um dos principais arcos do personagem (Newcastle) de uma forma muito genial. Mesmo o leitor não tendo acompanhado a fase inicial do personagem, ele vai conseguir se situar na história tanto quanto o leitor mais antigo. Lembram do John Constantine que deixou a garotinha morrer lá em Newcastle? Pois é, isso gerou muita dor no nosso personagem durante anos, em várias histórias de Hellblazer, nosso protagonista acaba tendo vários pesadelos desse ocorrido. E é aí que temos o ponto mais forte do primeiro encadernado (O Passeio), onde John é confrontado novamente por seus medos como já é de costume, e o que o autor resolve fazer? Ele simplesmente dá um fim a isso tudo, fazendo com que John, usando todo seu conhecimento nas artes das trevas, ‘’materialize’’ todos os seus medos em uma espécie de bebê demônio e assim podendo dar um fim a essa “novela” de uma vez por todas.

O encadernado ainda conta com mais dois arcos fechados que são: Em Águas Profundas, onde temos um Constantine tendo que acertar as contas com antigos inimigos que querem sua cabeça, e O Passeio, uma história bem “noir”, tendo um John mais centrado e investigador.

No recém lançado encadernado O Mago que Ri, temos uma das histórias mais pesadas de Hellblazer que já li. Na trama temos um grupo de Shamans mercenários que se alimentam de outros magos para obter mais poder (sim amigos, temos canibalismo aqui), e no desenrolar da história conhecemos o nosso antagonista Mako, o líder desse grupo de Shamans que quer a todo custo a cabeça de John Constantine, que pode ser o famoso Mago que ri.

Não poderia encerrar o texto de outra forma sem ser falando da incrível arte do Leonardo Manco. É incrível como a arte dele combina perfeitamente com o roteiro denso e pesado do Diggle. Essa arte escura, densa, cheia de rabiscos e com backgrounds sujos, faz com que Leonardo esteja no meu top 3 de desenhista de Hellblazer.

No mais espero que a “dona” Panini continue e feche com maestria a fase do Andy Diggle. Estou curioso pra saber como vai ser esse fechamento, se Diggle vai continuar com boas histórias ou se ele vai ‘’perder a mão”.

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