Uma das minhas lembranças mais antigas com super-heróis é de estar no cinema no colo da minha mãe vendo algum filme do Super-Homem (não sei qual pois, enfim, era muito novo). O que sei é que, estávamos nós ali, no grande Cine São Luiz, e eu, no alto dos meus 3 anos, chorava copiosamente: “Mãe! Ele vai matar o Super-homem, mãe!”. Resultado: tivemos que sair antes do fim do filme para que a paz fosse restabelecida e as pessoas pudessem assistir ao restante do seu filme.
Sempre gostei do Super-Homem, desde que me lembro. E a memória mais antiga que tenho do herói é de vê-lo “morrendo”.
Anos mais tarde, quando eu já havia sido apresentado mais à fundo aos quadrinhos pelo meu “irmão adotivo mais velho”, Daniel Uchôa, pude acompanhar o herói padecer.
Em 1995, mais ou menos, é lançado no Brasil, pela então Editora Abril, uma das sagas mais emblemáticas do amado kryptoniano, A Morte do Superman.
Mais uma vez vejo meu herói tombar.
A Morte do Superman, Editora Abril.
Felizmente (ou não?!) os quadrinhos nos permitem a substituição do “Adeus.” por um “Até logo!”. O Superman retornou, o Batman voltou a andar, Hal Jordan foi trazido do mundo dos mortos, dentre tantos outros.
Infelizmente o que chamamos de “vida real” não nos dá esse luxo. O ano de 2015 que o diga!
Tivemos o desprazer de ver tantos grandes ídolos, quer do cinema, da TV ou do ramo da música, irem embora no último ano. De ícones “espaciais”, como Leonard Nimoy, à “Reis” dos seus estilos musicais, como B.B. King.
Da esquerda para a direita: Leonard Nimoy, B.B. King, Christopher Lee e Lemmy Kilmister.
E hoje, 11 de janeiro de 2016, mais uma vez somos entristecidos com essa triste realidade da vida.
Acredito eu que a primeira notícia que todos vimos ao visitarmos nossas redes sociais hoje foi a nota de falecimento de David Bowie. Músico, ator e produtor musical. Considerado por muitos um dos artistas mais populares, inovadores e influentes de todos os tempos.
Com 5 décadas de dedicação à música, Bowie parte dessa vida com um legado de 26 discos, o nome gravado na história da música como um dos ‘criadores’ do glam rock, diversos prêmios como músico e ator, milhares de fãs e uma trilha sonora que trata desde nuances filosóficas ao colapso social, passando por amor sem preconceitos e direitos iguais.
Heróis não são apenas os de capa e espada, todos sabemos. Heróis são personas que conseguem resgatar, de dentro de nós mesmos, o que temos de melhor. Quer seja o Superman, Leonard Nimoy ou David Bowie.
Alguns heróis retornam. Outros, infelizmente, não.
A nós que ficamos, resta o revisitar a obra dos nossos heróis que não voltarão, mas que, felizmente, também nunca irão por completo.