Histórias em quadrinhos, as famosas HQs, conhecidas como gibis, revistinhas. Uma forma de entretenimento, que nem sempre é utilizado apenas para divertir, mas também para informar, e dar sua visão a acontecimentos históricos.
Alguns autores costumam pegar grandes acontecimentos da humanidade e dar sua visão destes momentos que marcaram o mundo.
Aqui, lembrarei algumas dessas obras que me emocionaram e me trouxeram uma visão pessoal.
Maus – Art Spiegelman:
Falar de quadrinhos com cunho histórico e/ou baseado em acontecimentos históricos, e Maus de Art Spiegelman não vir logo à cabeça, é quase impossível.
No quadrinho baseado na vida do pai de Art, Vladek Spiegelman, temos uma narrativa do início da 2ª Guerra Mundial, e como os judeus foram tratados, toda a dor e desespero que esse período tenebroso da humanidade passou. As mazelas vistas nos campos de concentração e principalmente no campo de Auschiwt. E como toda essa situação degradante atingiu o pai de Spiegelman, fazendo com que o autor ao escrever a obra, consiga entender um pouco da mente do próprio pai.
Utilizando-se de personagens antropomórficos, Spiegelman apresenta um momento que nunca deve ser esquecido, brilhantemente retratado. (Em breve mais sobre Maus aqui no Multiversos)
Persépolis – Marjane Satrapi
Persépolis é um retrato autobiográfico de Marjane Satrapi, e tudo que ela viu e passou com a revolução em seu país, uma menina iraniana de apenas 10 anos acompanhando toda a mudança vinda com a revolução islâmica, onde a repressão e o conservadorismo fizeram com que seu país retrocedesse de tal forma, que coisas comuns, como usar jeans e tênis tornaram-se proibidas para ela. Como não poder aprender mais o Francês, se vê obrigada a cobrir a cabeça com um véu, e ver vizinhos e parentes desaparecerem misteriosamente, por conta desse novo governo opressor.
Uma visão forte de uma mente jovem e alheia às questões ideológicas, vivendo um terror de uma transformação cultural e violenta de uma guerra. Mas que consegue, mesmo no meio ao caos, trazer uma leveza que faz com que a obra seja tão forte e marcante. (Em breve mais sobre Persépolis aqui no Multiversos)
300 – Frank Miller
Para encerrar, porque não falar de um quadrinho “massa véi”?! 300, a obra de Frank Miller (que foi abduzido), pode ser adequar nesse conceito sim, apesar de ser bem exagerado, e uma visão completamente pessoal de Frank, afinal foi baseado no filme 300 de Esparta que Miller viu ainda criança, na película é de 1962.
Na obra, magistralmente colorida por Lynn Varley, acompanhamos a resistência de 300 soldados espartanos liderados por seu Rei (o rei militar, já que historicamente Esparta possuía dois reis) Leônidas na épica batalha das Termopilas.
Os acontecimentos desta batalha deixam muitas dúvidas, pois o pai da história, Heródoto, que narra o sacrifico de Leônidas e seus 300 soldados, nasceu em 485 A.C. (a data de seu nascimento não é certa, muitas fontes discutem isso), e a batalha dos 300 Espartanos ocorreu em 480 A.C.
No quadrinho temos uma visual bem simplista, onde os Espartanos em toda sua loucura estão do lado do bem e da defesa da humanidade. Enquanto os Persas são praticamente o mal encarnado. (Em breve mais sobre 300 aqui no Multiversos).
Esses são apenas três exemplos de como o universo dos quadrinhos pode trazer sua visão pessoal e única, de fatos já conhecidos por todos. E olha que nem falamos dos trabalhos jornalísticos de Joe Sacco.
A arte sequencial também serve para nos educar, mostrar erros do passado, nos divertirmos com interpretações bem diferentes do real e acima de tudo, nos emocionar.
Comecei muito cedo a consumir cultura pop, graças a minha Santa Avozinha que me presenteou com a edição A Espada Selvagem de Conan N° 14. Tenho a absoluta certeza que Jack “The King” Kirby é mais importante para o universo dos quadrinhos que Stan “The Man” Lee. Sou fã de Star Wars, Lord Of The Rings, Poderoso Chefão, Batman e Wolverine. Amante de bons filmes e louco por pudim e Doritos picante.