Alguns diretores causam revoluções na sétima arte, mudando conceitos e formas de gravar, enriquecendo a cultura pop de forma única. Os Irmãos Wachowski fazem parte desse seleto grupo de cineasta que contribuíram de forma ímpar. E hoje em nossa coluna Por trás da obra, conheceremos um pouco da carreira deles.
Lana Wachowski (antes da mudança de gênero, era conhecida como Larry Wachowski) nasceu em 21 de junho de 1965 e Andrew Paul Wachowski (Andy), nasceu em 29 de dezembro de 1967, ambos são roteiristas, produtores e diretores. Sempre tiveram desejo de trabalhar com cinema, e começaram muito bem acompanhados. A dupla trabalhou nos roteiros do filme Assassinos de 1995 (com Sylvester Stallone como protagonista) Antonio Bandeiras e Richard Donner na direção.
Em 1997 os irmãos deram seus primeiros passos como diretores em Ligadas pelo desejo, filme que apresenta uma temática soft-porn, podemos perceber o potencial dos diretores, numa obra bem dirigida.
No ano de 1999, os Wachowski revolucionaram as telas de cinema com o lançamento da franquia Matrix, até então considerada a principal obra deles. Matrix foi uma verdadeira mudança de conceitos da linguagem de cinema, onde podemos ver, muito bem representado, todas as referências que os irmãos consomem, tais como a cultura dos mangás e animes, além de conceitos filosóficos e religiosos. Foi um marco para os filmes de ação e ficção científica e, principalmente, um marco na carreira dos Wachowski.
No entanto, a continuidade de Matrix não foi tão bem recebida pelo público. Os filmes seguintes (Reloaded e Revolution) acabaram por se perder em questões filofóficas.
Nos anos seguintes, eles trabalharam como produtores de algumas obras bem controversas, como na obra V de Vingança, lançada em 2006, que apesar se ser um sucesso, mudou conceitos apresentados por Alan Moore na HQ de mesmo nome, agradando a crítica e incomodando os fãs.
Em 2007, mesmo não sendo creditados, eles escreveram os roteiros de Invasores, remake do filme Vampiros de alma (1956).
Em 2008 a dupla voltou as direções assumindo a responsabilidade de produzir, roteirizar e dirigir a adaptação do anime Speed Racer. O filme teve vários problemas, inclusive com o PETA (People for the Ethical Treatment of Animals) por conta de um incidente com um dos chimpanzés usados no filme. O chimpanzé foi sacrificado após morder um ator. O filme não foi bem recebido pelo público e pela crítica, tendo uma bilheteria modesta.
Um ano após todos os problemas, eles voltam a trabalhar como produtores em parceria com o diretor de V de Vingança James Mcteigue, no filme Ninja Assassino (2009).
2012 foi o ano de lançar o novo trabalho a frente dos roteiros e da direção e da produção, Em A viagem – Cold Atlas. Infelizmente o filme também fracassou nas bilheterias.
Mas o ano de 2012, depois de algumas mudanças físicas e comentários da mídia, Larry veio a público em entrevista para o The New Yoker, informando sobre o processo de aceitação e mudança de gênero. Como, por muitos anos, ele estava preso em um corpo e paradigmas sociais que não lhe faziam felizes. Declarou que a aceitação tornou tudo mais fácil, inclusive seu Irmão Andy declarou que trabalhar com Lana era muito mais fácil e agradável.
Mesmo na direção, roteiro e na produção, o filme O Destino de Júpiter, 2014, não rendeu o que o estúdio esperava, sendo considerado um fracasso nas bilheterias.
Uma mudança nas carreiras dos dois era necessária, e o ano de 2015 trouxe isso. Em junho de 2015, estreou no sistema de streaming Netflix, a série Sense 8, produzida por um grande conhecido de quem lê quadrinhos ou mesmo gosta do universo de Babylon 5, o Sr. J. Michael Straczynsk.
Na série, acompanhamos 8 personagens de etnias diferentes e alguns conceitos muito bem explorados, inclusive uma personagem que traz muito de Lana. Em Sense 8 os irmãos conseguiram uma redenção de anos de obras confusas e sem inspiração. Mostrando ao público que eles ainda têm muito com o que nos presentear.
Por mais que você não goste de Matrix ou de qualquer obra dos Wachowski, é indiscutível o legado para a cultura pop que eles deixaram e continuam a deixar. A força e a união deles é uma lição de que mesmo nos fracassos devemos seguir em frente e continuar buscando faze o melhor.
Comecei muito cedo a consumir cultura pop, graças a minha Santa Avozinha que me presenteou com a edição A Espada Selvagem de Conan N° 14. Tenho a absoluta certeza que Jack “The King” Kirby é mais importante para o universo dos quadrinhos que Stan “The Man” Lee. Sou fã de Star Wars, Lord Of The Rings, Poderoso Chefão, Batman e Wolverine. Amante de bons filmes e louco por pudim e Doritos picante.