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Kingsman: O Círculo Dourado | Crítica (SEM Spoilers)

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Kingsman: O Círculo Dourado, o mais novo filme do diretor Matthew Vaughan (X-Men: Primeira Classe e Kickass) e que aqui, ao lado de Jane Goldman, assina o roteiro do longa que conta como o Agente Eggsy (Taron Egerton), que ao lado de Merlin (Mark Strong) tem de lidar com a ameaça de uma nova organização, o Círculo Dourado. Organização esta liderada por Poppy (Juliane Moore), ao lado dos Statesman, uma equipe similar aos Kingsman, situada nos Estados Unidos, tendo como membros  Champ (Jeff Bridges), Tequila (Channing Tatum), Whiskey (Pedro Pascal) e Ginger (Halle Barry).

Vaughan já começa o longa na quinta marcha, sem enrolar já manda uma das suas melhores características: cenas de ação ultra estilizadas que, mesmo sendo frenéticas, conseguem ser seguidas pelo espectador onde tudo o que acontece ganha sempre um valor visual enorme. A forma como o Vaughan e George Richmond, o diretor de fotografia, conduzem cada cena é de uma vitalidade sem igual. Até mesmo cenas de diálogos ganham força em abraçar a estética absurda que o longa mantém de seu predecessor.

Tanto o figurino quanto a direção de arte entende cada momento e individuo do filme como algo exagerado, seja com uma lanchonete praticamente tirada dos anos 1950, como os figurinos elegantíssimos dos agentes britânicos e a trilha sonora da dupla Henry Jackman e Matthew Margeson consegue abraçar o Britpop quando a ação corre solta (aqui tem um cantor britânico que faz parte do longa de forma crucial e hilária) e também constrói as fanfarras características de filmes de espiões.

Com o roteiro de Goldman e Vaughan, o filme ganhou bastante em cronologia. Aqui já livre que qualquer necessidade de adaptação, o roteiro não tem o menor pudor de jogar seus personagens em situações absurdas e em cenas de ação malucas, e também abraça o lado sacana e sem pudor com segurança, e até elegância, porque fica claro que eles sabem que os momentos mais sujões do filme irão incomodar alguns, mas pouco se importam com isso e até mesmo se permitem a distribuir uns cutucões nada sutis na nação americana e nos seus atuais condutores.

Com uma duração maior (2h e 21m) as relações entre os personagens são bem conduzidas e o filme tem um bom ritmo, mas chega a cansar um pouco.

Taron Egerton já está bem confortável em como fazer o Eggsy. Mark Strong está ótimo como Merlin. Do lado americano, Jeff Bridges manda seu melhor sotaque sulista e o mesmo exagero vem com o Channing Tatum. Pedro Pascal faz o cowboy cool e Halle Barry faz bem a geek auto contida. Já Juliane Moore abraça a piração de ser a vilã exagerada e, sem entregar muito, é fantástico ver como um certo ator consegue construir personas tão diferentes basicamente com tom de voz e postura corporal.

Kingsman:O Círculo Dourado é um retorno fantástico à esse mundo maluco de super espionagem criado por Mark Millar e Dave Gibbons para os quadrinhos e traduzido de forma fantástica para a tela grande por Matthew Vaughan. Ágil, esperto e sacana, o filme entrega muito bem uma diversão anabolizada e com uma condução magnifica. Matthew Vaughan deveria abrir um cursinho de como criar terceiros atos muito fodões. Eu aposto que teria fila de diretores para aprender.

Kingsman: O Círculo Dourado
  • Direção
  • Elenco
  • Fotografia
  • Roteiro
4

Resumo

” – Ágil, esperto e sacana, o filme entrega muito bem uma diversão anabolizada.”

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