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‘Liga da Justiça de Zack Snyder’ apresenta o caminho que o DCEU deveria seguir!
A versão de Zack Snyder para a Liga da Justiça tem tudo o que o DCEU precisaria para ter um futuro de sucesso nos cinemas nos próximos anos!
Publicado há
3 anos atrásem
O SnyderCut de Liga da Justiça foi, durante muito tempo, apenas um sonho dos fãs e do seu diretor. Agora, pouco mais de 3 anos depois do lançamento de Liga da Justiça nos cinemas, a verdadeira versão do longa poderá ser conferida: Liga da Justiça de Zack Snyder é a versão definitiva em longa metragem dos maiores heróis da DC Comics.
Sinopse
Em Liga da Justiça de Zack Snyder, determinado a garantir que o sacrifício final do Superman (Henry Cavill) não fosse em vão, Bruce Wayne (Ben Affleck) alinha forças com Diana Prince (Gal Gadot) com planos de recrutar uma equipe de metahumanos para proteger o mundo de um ameaça de proporções catastróficas. A tarefa se mostra mais difícil do que Bruce imaginava, pois cada um dos recrutas deve enfrentar seus próprios demônios do passado antes que possam finalmente formar uma liga de heróis sem precedentes. Porém, pode ser tarde demais para Batman (Affleck), Mulher Maravilha (Gadot), Aquaman (Jason Momoa), Cyborg (Ray Fisher) e The Flash (Ezra Miller) salvarem o planeta dos vilões Steppenwolf, DeSaad e Darkseid e seus planos malignos.
Liga da Justiça de Joss Whedon (2017)
Como já foi dito ali no início, a Liga da Justiça já havia ganho uma versão cinematográfica em 2017. Isso aconteceu depois de Zack Snyder ser afastado do projeto (utilizando a trágica morte de sua filha, Autumn, como desculpa), pelos muitas vezes errôneos executivos da Warner Bros., e todo o seu material foi entregue nas mãos de Joss Whedon.
Whedon fez o que lhe foi pedido: emulou a fórmula Marvel, inserindo piadas a todo momento e saturando a colorização do longa, e deu um outro caminho ao material original de Zack Snyder, infelizmente.
E… Deu no que deu. Um filme simplório. Com roteiro que sofre com as mudanças e inserções de Whedon, que não casam com a proposta original do longa, e personagens que viraram motivo de chacota nas telonas. Nada mais, nada menos, que um filme regular. Sem coração.
Liga da Justiça de Zack Snyder
Depois da bem sucedida campanha dos fãs, a #ReleaseTheSnyderCut, Zack Snyder foi convidado a finalizar seu projeto para, finalmente, poder entregar aos fãs a sua visão do longa. E, possivelmente, ter a sua despedida do DCEU.
Para você que pretende assistir à Liga da Justiça de Zack Snyder, fica aqui um aviso: logo no início do filme, e durante alguns outros momentos, você vai pensar: “mas… eu já vi TUDO isso antes…”, e realmente viu. Como já disse aqui, todo o material filmado originalmente pelo diretor foi entregue ao seu substituto, e muito deste conteúdo foi usado em seu filme de 2017.
A base estrutural do filme é, logicamente, a mesma. Porém, como Whedon tinha o objetivo de “mudar” o enredo de Snyder, a forma como as coisas acontecem no longa podem até parecerem as mesmas, mas os gatilhos e consequências, quando vistos completamente, dão outro sentimento à trama.
Por exemplo, a chegada do Lobo da Estepe (Steppenwolf) está aqui, como esteve em 2017, mas o personagem agora tem motivos mais profundos para agir como age. A origem do Cyborg também está presente, da mesma forma, inclusive, mas o herói cresce tanto na versão de Snyder que faz jus ao que o diretor sempre disse sobre o personagem: “Cyborg é o coração do meu filme“.
Isso, goste você ou não, já era algo esperado. Era impossível pensar uma versão de Zack Snyder para o filme sem as cenas que o diretor já havia gravado anteriormente.
Dito isto, é preciso ressaltar: por mais que Liga da Justiça de Zack Snyder pareça o mesmo filme da Liga da Justiça de 2017, não se engane, este é um OUTRO filme!
Snyder se utiliza do longo tempo que tem disponível em tela para estruturar uma história coesa, mais densa e, por mais estranho e contraditório que pareça, com um pouco da leveza que lhe era cobrada anteriormente. Entenda, o clima sombrio dado filtro sépia, agregado às cenas slow motion, característicos do diretor em seus filmes anteriores no DCEU, estão lá. Entretanto, o que move os seus personagens aqui é, acima de tudo, a esperança, e isso faz muita diferença no contexto de mundo apresentado até agora.
Até a segunda hora do filme parece que o longa não tem nada de novo para lhe apresentar. Mesmo a inserção das cenas extras parecem não tirar do expectador a impressão de que estamos revendo tudo de novo, agora só inserindo uns pedacinhos a mais de cenas e “mudando as coisas de lugar”. Isso persiste até que temos o momento em que o clima do longa começa a dar uma guinada e você sente que o filme começa a ganhar uma cara própria.
A visão de Snyder para sua Liga da Justiça é muito mais generosa com seus heróis que a versão anterior. Aqui temos um desenvolvimento claro para cada um dos seus personagens, obviamente privilegiando os personagens que estão sendo apresentados ao universo DC dos cinemas “agora”.
Isso tudo é notório com o crescimento do plot do Cyborg, que é absurdamente maior e melhor em relação à 2017, do Flash, e do Aquaman, que nos dá vislumbres de elementos que já vimos no seu filme que se passou depois de Liga da Justiça, cronologicamente falando (e, não, aquela imagem/estátua que você verá não é a mesma do filme do Momoa. É apenas isso, uma estátua 😉 ).
O Batman de Ben Affleck perde o perfil piadista da versão anterior e volta a ser a base estrutural da Liga. A Diana de Gal Gadot é o braço direito do Batman e se mostra a guerreira amazona que todos amamos e queremos em combate, que entra na luta para matar ou morrer. O Aquaman de Jason Momoa perde o ar galhofeiro e se apresenta como o brucutu que resolve o problema. Impossível não pensar em como se sairia Jason Momoa no papel de Lobo. O Superman de Henry Cavill é o que menos muda da versão de 2017 da Liga, ficando à cargo da famosa roupa preta a mudança mais gritante no personagem.
Flash e Cyborg são os que mais crescem na versão de Snyder de sua Liga. O velocista de Ezra Miller ganha mais profundidade na sua apresentação, mantém-se como alívio cômico, mas tem muito mais importância no desenvolvimento e resolução dos problemas do que antes. O Cyborg de Ray Fisher é uma das partes mais importantes do longa, e é notório como a direção privilegia a apresentação do personagem, por saber que os outros membros do grupo já tinham longas próprios previstos no DCEU.
Além disso, a batalha final do longa é nada menos que épica, realmente! Cada parte da Liga se mostra importante e necessária para o desfecho do filme. Ninguém ali está “sobrando”.
Tudo de Liga da Justiça é melhor na versão de Zack Snyder em relação à versão de 2017. Nem a trilha sonora de Danny Elfman, que é muito boa e emula temas já clássicos dos longas da DC em alguns momentos, consegue superar a trilha de Junkie XL, aplicada nesta versão.
Se há um ponto de destaque, na minha opinião, na versão Whedon em relação à versão de Snyder, é apenas aquela introdução. Eu, particularmente, gosto daquele início.
De filme para série… e de volta para filme
Algo a destacar aqui é, na minha opinião, mais um erro da Warner Bros., dessa vez em relação à forma escolhida para lançar o SnyderCut. O longa de 4h02 é estruturado em forma de capítulos por ter, anteriormente, sido preparado para um lançamento como uma série dentro da plataforma da HBO Max.
A escolha por lançar todo o material de uma vez é excelente para os fãs, que saciam a sua sede pelo conteúdo de uma vez por todas. Mas, para a HBO Max, enquanto um serviço de streaming, soa para mim como sendo uma péssima decisão. É impossível negar que, em um momento de pandemia, onde muitos estão trancados em casa por conta dos riscos do Covid-19, lançar a Liga da Justiça de Zack Snyder como uma série renderia um hype de, pelo menos, 2 meses ao serviço de streaming.
Obviamente que existia o risco de, ao ver o material pouco a pouco, o público começar com reclamações como: “estamos revendo, semanalmente, o que já vimos em 2017”, uma vez que o impacto do conteúdo geral é melhor absorvido ao ser consumido de uma só vez, e com isso teríamos um hype negativo. Este pode ser, sim, o risco que a HBO Max não quis correr. Mas, a impressão que tenho é que a Warner Bros. quer finalizar o quanto antes o seu ciclo com Zack Snyder, e a melhor forma para isso é aplacar a ânsia dos fãs rapidamente, esperando que, em pouco tempo, o seu trabalho deixe de movimentar as redes sociais para que o estúdio possa seguir com seus planos para o DCEU sem sofrer backlash por parte dos fãs do trabalho do visionário.
Conclusão
Liga da Justiça de Zack Snyder mostra que, contrariamente ao que era bradado pelos haters do trabalho do diretor, Snyder conhece do universo onde estava colocando suas mãos. O diretor consegue, em apenas um filme, inserir 3 novos heróis de forma bem agradável, apresentar um desafio relevante e emplacar toda uma estrutura que poderia reverberar nos filmes seguintes do DCEU, dando a base para o futuro próximo da franquia. Mas, diferente do que parte do público, e da Warner, queriam, o diretor pretendia montar todo esse universo com calma, sem pressa, e sem tentar replicar a fórmula da Marvel Studios nos cinemas.
O DCEU, nascido nas mãos de Zack Snyder em Man of Steel, ganha como a nova versão de Liga da Justiça um norte absurdamente grandioso e que, com certeza, mobilizará novamente os fãs para que o movimento #RestoreTheSnyderVerse consiga trazer o diretor para estar verdadeiramente a frente do universo DC nos cinemas.
Feliz ou infelizmente, o que move os planos da indústria cinematográfica é o dinheiro. Então, se você é fã do Universo Estendido da DC, e gostaria de vê-lo seguindo esse caminho, considere assistir ao longa nas plataformas oficiais de lançamento.
Onde assistir?
O filme estará disponível a partir das 5h da madrugada (horário de Brasília) do dia 18 de Março.
Plataformas digitais exclusivamente para aluguel:
Apple TV, Claro, Google Play, Microsoft, Playstation, Sky, Uol Play, Vivo e WatchBr.
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Antepenúltimo filho de Krypton (segundo o último senso), 1º Dan em Jedi Mind Tricks e almoxarife dos “Arquivos X” nas horas vagas.