Marvel’s Runaways | Review da 1ª Temporada

Runaways, ou Fugitivos como é conhecida no Brasil, é série do serviço de streaming americano Hulu (infelizmente o serviço ainda está indisponível no Brasil e você precisará de um VPN para criar uma conta e acessá-la), baseada nos quadrinhos de mesmo nome da Marvel Comics. Produzida pela ABC Signature Studios, Marvel Television e Fake Empire Productions, e comandada por Josh Schwartz e Stephanie Savage, ambos conhecidos pelo trabalho em The O.C. e Gossip Girl.

A premissa é bem simples, mas nem por isso menos interessante: um grupo de seis adolescentes descobre que seus pais, casais de sucesso nas mais diversas áreas de trabalho, tem atitudes nada comuns nas suas reuniões de caridade com o grupo ORGULHO. Ao presenciarem, de forma inadvertida, uma das tais reuniões os jovens têm a certeza que seus pais são criminosos.

A série se utiliza de ferramentas narrativas e de roteiro diferentes do quadrinho. Enquanto nas HQs tudo corre para a apresentação dos poderes e ferramentas dos personagens, e para situações de embate entre pais e filhos, a série aposta no drama ao inserir a prévia morte de um ente querido dos jovens. Com isso, toda a dinâmica de interação que havia nos quadrinhos muda. Se em uma mídia temos um grupo de amigos mais unidos, na outra temos um grupo de “conhecidos” que não quer contato um com o outro.

Com essa aposta em uma linha mais sentimental, roteiro com ramificações em drama adolescente, com direito a paixões e desilusões amorosas, a série tem, sim, uma vibe bem teen. E isso em nada tira o charme do show para quem conhece o grupo das HQs. Além disso a série também gira em torno da investigação sobre os pais-vilões, a descoberta das habilidades e/ou excentricidades de cada um dos jovens, e na ótica do outro lado da história: a visão dos pais sobre suas ações.

Um ponto forte para quem leu o quadrinho e assistiu a série é ver como a caracterização física dos personagens foi tratada de forma fiel. Dos garotos aos vilões, pelo menos os que não usam uniformes nas HQs, todos foram tratados visando uma fidelidade altíssima, e você pode até perceber roupas e penteados exatamente iguais na revista e na série! A maior exceção entre o elenco principal talvez seja a personagem da Molly, que teve no cast uma atriz com idade e estatura um pouco acima da personagem no quadrinho.

Com o elenco dos vilões, os pais dos Fugitivos, a produção visou algo mais realístico, tirando os “uniformes vilanís” e apostando nas posturas como forma de evidenciar os perfis característicos dos antagonistas. Outro ponto a se ressaltar é que o grupo de pais-vilões da série, o ORGULHO, conta apenas com 9 personagens, e não 12 como acontece na revista. Isso em nome da narrativa ganhar profundidade e ganchos a serem utilizados no futuro.

Claro, a série não é perfeita, e aqui entra um dos motivos de maior tristeza com o roteiro: a magia foi ignorada e substituída por aparatos tecnológicos. A decisão de limitar a série à um mundo aparentemente “sem magia”, pelo menos por hora, tira do fã do quadrinho a expectativa de ver uma das coisas interessantes da HQ que são as saídas, sempre diferentes, de Nico Minoru e seu Cajado do Absoluto. Outro ponto negativo da série fica por conta de alguns efeitos especiais, e vocês saberão do que estamos falando quando os virem. E, não, não é culpa da Alfazema. Ela tá muito legal!

Magia?! Na realidade, não… Infelizmente.

Conclusão

Runaways é mais uma série da Marvel que se mostra acertada. A proposta de uma série mais leve, em contra-partida às apostas da rival Netflix, mostra que o serviço Hulu, juntamente com a Marvel, visam aqui um público mais juvenil. O roteiro coeso se utiliza bem das referências dos quadrinhos e, em partes, realinha a sua estrutura para trazer às telas um show dinâmico, juvenil e que prende o telespectador por gerar grande simpatia com seus personagens.

Runaways 1ª temporada tem 10 episódios e está disponível no serviço de streaming Hulu, ainda indisponível no Brasil. A série já teve confirmação de uma segunda temporada, dessa vez com 13 episódios.