Um dos mais famosos vampiros dos quadrinhos, Morbius, chegou aos cinemas. Nós já conferimos e trazemos aqui a nossa crítica para vocês.
Não sei se é uma grande maré de azar ou apenas uma chuvinha de má sorte, mas os recentes trabalhos de Jared Leto no mundo dos quadrinhos foram deprimentes. Em 2016, Leto entrou para a DC Comics, para vier o papel do famoso vilão de Batman, Coringa, mas problemas internos entre a Warner e o diretor David Ayer fizeram com que suas cenas fossem cortadas a míseras participações, além da interpretação pessoal que dividiu opiniões.
Agora, em 2022, Leto retorna ao mundo dos quadrinhos mais uma vez. Desta vez para viver o vampiro Morbius, um dos vilões do Homem-Aranha, porém remodelado, aos moldes de Venom, entrando para a leva de filmes sobre os vilões do teioso, que a Sony está tentando criar. Contudo, mais uma vez uma má produção caiu sobre os ombros de Jared.
Com um roteiro confuso, efeitos especiais extremamente ruins e também com muita forçação de barra, Morbius nos entrega um filme que tenta seguir três direções: um filme de origem, um filme de horror e um filme de ação, entretanto ele acaba não nos entregando nenhuma. Em certos momentos ele tenta abraçar o terror, em outros a galhofa e essa farofa toda acaba se tornando intragável de se ver.
Além de Leto, o elenco de Morbius é excelente e traz nomes como Matt Smith (House of the Dragon), Jared Harris (Foudation), Tyrese Gibson (franquia Velozes e Furiosos), Adria Arjona (Esquadrão 6) dentre outros, mas nem esses nomes de peso salvam o péssimo roteiro de Burk Sharpless, que em seu currículo tem nomes como o mais recente Power Rangers, Deuses do Egito e Drácula: A História Nunca Contada, o que, olhando por esse ângulo, começamos a entender de quem pode ter sido a culpa.
A direção do sueco Daniel Espinosa, que já trouxe aos cinemas filmes como o suspense Crimes Ocultos, de 2015, e a ficção cientifica Vida, de 2017, parecia ser uma escolha aceitável para trazer para as telonas o vampirão com ares de terror, mas sua falta de habilidade se manifesta tanto na direção de atores quanto na estética medíocre do filme.
A montagem do longa também não alivia. Sua sequência inicial, onde vemos o começo da amizade entre Michael e Milo no orfanato, é desconjuntada ao ponto de não conseguirmos ter qualquer tipo de ligação emocional com os protagonistas.
As cenas de ação também não ficam para trás. Corridas, confusas e repleta de efeitos de baixíssima qualidade, e slow motions (alô, Snyder!). É curioso pensar que em um filme de quadrinho, onde as cenas de ação deveriam nos encher os olhos, são os momentos onde vemos o protagonista em sua forma humana que acabam se tornando um pouco melhores.
Contudo, Morbius é exatamente aquilo que já prevíamos. Um filme pobre, de trama rasa e sem apego técnico, que surge apenas como mais um esforço da Sony em tentar criar um universo de vilões rentável para não ter que dividir os lucros com a Marvel.