No dia 28 de agosto, o serviço pago de streamingNetflix disponibilizou a primeira temporada completa da série Narcos, uma parceria entre o Netflix e a Gaumont International Television, dirigida e produzida pelo brasileiro José Padilha (Tropa de Elite, Robocop 2014) e escrita por Chris Brancato. A série é baseada em fatos reais e narra a ascensão de Pablo Escobar, a propagação dos cartéis de cocaína e a árdua tentativa da polícia em refrear a batalha sangrenta que se propagou em território Colombiano.
No primeiro episódio, somos apresentados a uma narrativa bem familiar, algo que nos faz lembrar logo de cara do Filme Tropa de Elite, pois a série segue os moldes de narração em off. O narrador é um agente americano do DEA, Steve Murphy (Boyd Holbrook), que vai, no decorrer da série, ambientando o espectador em todo o universo daquele mundo dominado por Pablo Escobar (Wagner Moura).
O estilo de contar a história acaba nos remetendo também a um de meus filmes favoritos, Os Bons Companheiros (The Goodfellas), pois a forma como a personalidade de Escobar nos é apresentada e todas as suas motivações traz aquela sensação de sermos uma testemunha ocular de sua escalada ao poder.
Em seus quase 50 minutos, o primeiro episódio consegue ser didático ao fazer um levantamento histórico, nos localizando no contexto político e de como a propagação da cocaína criou um império extremamente rentável e sangrento.
Na verdade, os dois primeiros episódios são os únicos dirigidos por Padilha e acabam por dar o tom da série, funcionando como um arco de origem tanto para Pablo, quanto para o agente do DEA, pois somos convidados a entrar na cabeça do traficante e assim descobrimos que ele possui intenções de entrar na política e de alguma forma ajudar o povo Colombiano. Sendo que, ao final, os sonhos da política lhe são negados por um deslize cometido por ele mesmo.
O agente Murphy também passa por mudanças; em sua luta contra o crescente aumento do tráfico da cocaína, ele é enviado para a Colômbia, onde somos apresentados a outro agente da DEA, Javier Pena (Pedro Pascal). E em um país totalmente diferente, eles percebem que a luta contra Escobar será muito mais árdua e sangrenta do que eles imaginavam.
Os diretores Guillermo Navarro, Andi Baiz e o brasileiro Fernando Coimbra, dirigem os demais episódios, desenvolvendo a história de acordo com a narrativa apresentada nos primeiros episódios.
Completando o elenco principal, temos Juan Pablo Raba interpretando o primo e braço direito de Escobar, Gustavo. Joanna Christie interpreta a esposa do agente Murphy, Connie. Stephanie Sigman faz uma repórter sem escrúpulos, Valeria Velez. Ana de La Reguera vive Elisa, uma guerrilheira. A esposa de Escobar, Tata, é interpretada por Paulina Gaitan. Outro brasileiro que faz parte do elenco é André Mattos, interpretando Jorge, um dos Irmãos Ochoa.
Novamente, o Netflix é responsável por mais um surto de maratonas, pois como de costume, liberaram a primeira temporada completa e isso acaba fazendo com que a experiência de assistir Narcos seja a mesma de um filme de dez horas; horas essas que não sentimos passar, devido a boa narrativa, personagens cativantes, fotografias e takes de câmeras dignas de grandes produções de Hollywood e lógico, as boas atuações.
Li em várias críticas reclamações sobre o espanhol de Wagner Moura, que para mim estava ok. Não sou fluente na língua, portanto sou a última pessoa a julgar essa questão. Deixo para os bacharéis que logo pegaram suas tochas e forcados reclamarem disso. Prefiro parabenizar a excelente atuação de Wagner e seu trabalho de pesquisa. Indo fazer todo um estudo em cima da vida de Escobar, suas manias e trejeitos e ajudando inclusive com os roteiristas na composição do personagem.
Wagner Moura as Pablo Escobar in the Netflix Original Series NARCOS. Photo credit: Daniel Daza/Netflix
A música tema de abertura é um deleite e fica impossível não ouvirmos até o fim. A música Tuyo é interpretada pelo brasileiro Rodrigo Amarante (Los Hermanos).
Uma curiosidade da série é que o ator Juan Pablo Raba que faz o primo e braço direito de Escobar, Gustavo Gaviria, perdeu um tio no atentado a vida do então candidato a Presidência da Colômbia César Gaviria. A série mostra que, na tentativa de Pablo Escobar assassinar o então candidato, ele colocou uma bomba em um avião, matando 110 pessoas, entre elas o tio do ator.
No fim, dos dez episódios ficamos com um grande questionamento; teremos história para mais uma temporada? Pois o último episódio termina com a fuga de Pablo de sua “prisão”, La Catedral, justamente no ano de 1992.
A segunda temporada que já foi confirmada abordará o ultimo ano de vida de Pablo Escobar e meu questionamento se deve a achar que por termos uma temporada inteira cobrindo apenas o ultimo ano de vida do traficante pode acabar ficando arrastada e tudo de bom construído neste primeiro ano acabe por se perder.
Comecei muito cedo a consumir cultura pop, graças a minha Santa Avozinha que me presenteou com a edição A Espada Selvagem de Conan N° 14. Tenho a absoluta certeza que Jack “The King” Kirby é mais importante para o universo dos quadrinhos que Stan “The Man” Lee. Sou fã de Star Wars, Lord Of The Rings, Poderoso Chefão, Batman e Wolverine. Amante de bons filmes e louco por pudim e Doritos picante.