Após o cancelamento de Punho de Ferro e Luke Cage, o mais novo alvo da onda de “Finish Him” da Netflix foi a série do Demolidor. Após uma aclamada 3ª temporada do show, todos esperavam que oHomem-sem-Medo fosse, quem sabe, o único a se salvar da aparente onda de cortes que perseguia as séries da Marvel dentro do serviço de streaming. Para a surpresa de todos, Matt Murdock foi o terceiro abatido.
Mas, o que estaria levando a Netflix a cancelar séries de, aparente, sucesso? E o que podemos esperar do futuro? As séries estão fadadas, realmente, à este final ou há alguma perspectiva de salvação?
As razões pelas quais a série foi cancelada, aparentemente, são várias e complicadas. A empresa de análises Jumpshot sugeriu que, em sua primeira semana na Netflix, a audiência da terceira temporada foi menos da metade da segunda temporada no mesmo período. Mas, provavelmente, há mais nessa história do que apenas pontos e audiência.
Há uma especulação crescente entre os fãs de que o cancelamento maciço dos shows da parceria Marvel/Netflix se deve aos planos da Disney (que é proprietária da Marvel) de lançar seu próprio serviço de streaming, o Disney+, em 2019. Isso pode, sim, ter algum peso na decisão do cancelamento, mas não da maneira como estamos pensando. Temos que levar muito em consideração que, infelizmente, as chances de a Disney trazer o Demolidor, e quaisquer outras séries da parceria com a Netflix, para sua nova plataforma são bastante pequenas.
Mas, por quê?
As séries da Netflix com os personagens Marvel têm pontos que não refletem o que a Disney pretende para o seu serviço de streaming. A gigante do entretenimento já deixou claro que não haverá espaço para conteúdo “adulto” no seu catálogo. E, ao falar adulto, obviamente, não falamos de conteúdo erótico nem nada do tipo. A questão é que o objetivo da Disney é ter uma base de material para toda a família, o chamado family friendly. Ou seja, conteúdos com altas doses de violência, como o Demolidor ou Justiceiro, ou com temas mais pesados como relacionamentos abusivos e estupro, como em Jessica Jones, não se encaixam muito bem com a proposta do Disney+.
Além disso, a Disney também já anunciou séries para alguns seus personagens cinematográficos, a Feiticeira Escarlate, Loki e uma série conjunta entre Falcão e Soldado Invernal, esta última inclusive já tem roteirista escalado, será Malcolm Spellmane, todas estas produzidas por Kevin Feige, presidente da Marvel Studios. Ou seja, há um aparente foco em manter uma certa centralidade no Universo Marvel já apresentado nas telonas.
Apesar do informe de que “o Demolidor viverá em futuros projetos da Marvel”, como dito na nota de cancelamento a série, infelizmente o futuro é muito incerto quanto a possibilidade de retorno das séries que já foram dadas como encerradas. Tudo indica que Jessica Jones e Justiceiro ainda estão não tiveram seu fim decretado por já terem suas novas temporadas à caminho.
Então, quer dizer que não tem mais jeito?
Claro que não! É possível, sim, que a Disney traga para si as séries, não necessariamente para o Disney+. Vamos, então, tentar ampliar os horizontes?
Uma coisa que muitas vezes não lembramos é que a Disney é uma das proprietárias do serviço de streaming Hulu, o qual ela possui, atualmente, 30% das ações. Quando o acordo de compra da 21th Century Fox for efetivamente autorizado, assinado e finalizado a Disney tomará mais 30% das ações do Hulu para si, perfazendo um total de posse de 60% do serviço!
Isso pode ser, talvez, a grande possibilidade de salvação para os Defensores de Nova York! Uma vez que o Hulu não tem as mesmas pretensões family friendly do Disney+.
Vale lembrar também que o Hulu atualmente já tem duas das séries da Marvel no seu catálogo, Runaways e Cloack & Dagger (respectivamente Fugitivos e Manto & Adaga, no Brasil).
Uma coisa é certa: tendo um retorno, ou não, a parceria Marvel/Netflix mudou a forma de como se contar histórias de super-heróis na telinha.
Vamos torcer e ficar ligados. Quaisquer novidades trazemos aqui pra vocês. 😉