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Os Defensores -1° Temporada | Crítica SEM Spoilers

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Após cada um dos personagens urbanos do Marvel Studios terem ganho suas séries próprias na Netflix, chegou a hora do inevitável encontro deles na esperada série Os Defensores.

A série começa exatamente onde todas as outras pararam. Matt Murdock (Charlie Cox) está se reencontrando e vivendo sem Karen Page (Deborah Ann Woll) e Foggy Nelson (Elden Henson) em sua vida. Jessica Jones (Krysten Ritter) vive um dia de cada vez , entre casos e ressacas. Luke Cage (Mike Colter) cumpre toda sua pena e finalmente retorna para Nova Iorque, onde Claire Temple (Rosario Dawson) o aguarda. Danny Rand (Finn Jones) e Colleen Wing (Jessica Henwick) retornam do Camboja, onde haviam lutado contra uma misteriosa lutadora e perdido a pista de caça ao Tentáculo. O que eles não esperavam é que uma nova ameaça à Nova Iorque, encabeçada por Alexandra (Sigourney Weaver), acabará unindo esses esses personagens tão opostos contra um mal maior.

Mesmo sendo menor que suas antecessoras, os 8 episódios da série possuem muitos diálogos. Isso funciona bem, porque a série usa isso para demonstrar, em primeiro lugar, como cada peça desse jogo está no tabuleiro, assim, botando a história da série pra frente. Durante a série os diálogos marcam bem como esses personagens encontram afinidades entre si, com Matt e Jessica se encontrando pelas necessidades, ao mesmo tempo que Luke e Danny se unem pelos laços pessoais. A série também define melhor as estruturas internas do Tentáculo, apresentando muito bem Alexandra, sua relação com outros membros já conhecidos do Tentáculo, como a Madame Gao (Wai Ching Ho) e com a, agora ressuscitada, Elektra (Elodie Wong). A grande maioria dos coadjuvantes das outras séries retornaram. Foggy, Karen, Trish (Rachael Taylor), Malcolm (Eka Darville) e Misty Knight (Simone Missick). Cada um tem peso correto na trama. A trama em si é bastante simples. Cada personagem possui sua própria linha de narrativa chegando ao ponto em que todas convergem e eles participam juntos, mas sempre buscando dar independência a cada um dos participantes. Por exemplo, as histórias do Matt e da Jessica se interligam várias vezes mas sempre buscam funcionar sozinhas, a mesma coisa acontece com o Luke e o Danny. Existe a história principal do seriado que funciona bem é bastante simples e não possui grandes plot twists, mas pontualmente consegue entregar boas surpresas.

Todo esse peso nos diálogos levam para as cenas de ação, que as contrapõem bem. A maioria das cenas de ação possui uma coreografia planejada para esconder o rosto dos atores devido à falta de qualidade que eles possuem no quesito de luta, algo normal no gênero. É interessante notar como cada personagem tem um estilo de luta diferente. Por exemplo, enquanto Jessica Jones e Luke Cage apenas ficam socando e jogando os oponentes, o Punho de Ferro usa técnicas de artes marciais, enquanto Demolidor consegue usar mais acrobacias, assim passando melhor o seu lado ninja. Mas, por ser utilizado o tempo inteiro essas coreografias acabam deixando a série um pouco fraca, justamente porque os atores tiveram que treinar para conseguir fazer esses movimentos, deixando-os mais duros e sem naturalidade, com exceção o Demolidor. Algumas vezes as cenas de luta ficaram um tanto estranhas, muitos cortes abruptos deixaram o produto final com a qualidade inferior. No geral as cenas de luta funcionam, mas ainda ficam bastante aquém do que foi mostrado na série do Demolidor.

A fotografia em geral é bastante simples quando os personagens estão sós, ela usa recursos de cor para dar personalidade a cada um deles. O Demolidor sempre em luz vermelha, a Jéssica sempre luz roxa, assim como o Luke em cor amarela e o Danny em cor verde. Quando há diversos personagens nota-se a escolha de uma paleta completamente sóbria, usando preto, branco, cinza ou em ambientes com luz multicolorida como na cena do restaurante. Muito dos ângulos utilizados nas cenas buscaram remeter a ângulos utilizados nos quadrinhos como o plano holandês e alguns planos subjetivos mas, às vezes, uso excessivo desses recursos tornavam as cenas cansativas.

No elenco é fácil notar como Charlie Cox se destaca dos outros, mostrando uma clara segurança na forma como ele atua como Matt Murdock . Rytter faz a Jéssica como sempre: beberrona e irônica mas sendo o mais inteligente dos quatro. O Luke Cage de Mike Colter continua sempre tranquilo e preparado para dar umas porradas e, surpreendendo bastante, Finn Jones recebeu um roteiro onde o Punho de Ferro é mais próximo da sua versão dos quadrinhos, bem humorado e mais tranquilo e, ao mesmo tempo, um pouco burro, fazendo ações impetuosas sem medir as consequências.

A trilha sonora da série é bastante genérica, acertando em pequenos momentos quando usa quando usa hip hop ou uma pontual utilização do Nirvana. Fora isso, continua o mesmo problema das séries da Marvel, as trilhas sem personalidade, com exceção da série do Luke Cage.

Deixando os ganchos certos para as futuras séries e mesmo com o final que poderia ter sido mais ousado, porém competente, os Defensores acertam em trazer um clima de blockbuster simples e bem movimentado, mesmo com algumas barrigas do roteiro vindas na forma do excesso de diálogos entre os personagens. Funciona bem como um todo, mas os pequenos problemas que a série possui não a colocam no mesmo patamar da primeira temporada do Demolidor. O saldo geral é uma série bastante divertida e que cumpre bem seu papel dentro do plano maior do Marvel Studios, que é oferecer um bom entretenimento sempre trazendo ganchos para futuras continuações. Um bom divertimento.

Os Defensores - 1° Temporada
  • Roteiro
  • Elenco
  • Fotografia
  • Direção
3.5

Resumo

” – É uma série bastante divertida e que cumpre bem seu papel dentro do plano maior do Marvel Studios.”

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