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Os vilões do Universo Cinematográfico da Marvel

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Que tal relembrar aqueles personagens que fazem a vida dos heróis terem sentido?

Não tem jeito, com a proximidade de Vingadores: Guerra Infinita, nada gera tanto murmurinho no mundo do entretenimento quanto o terceiro filme dos Maiores Heróis da Terra, bem como seu esperado impacto.

Estamos falando de um filme que deve ultrapassar a casa dos U$ 2 bilhões em bilheteria com certa facilidade, e muito disso se deve a sua principal ameaça: o tão aguardado vilão, Thanos, que de tão falado, já se transformou no antagonista mais protagonista que os filmes da Marvel trouxeram até o momento.

Thanos, O Titã Louco

Uma ameaça construída ao longo de 6 anos, consolidada como um poder supremo que nem a união dos heróis da Marvel será capaz de deter, ver este vilão devidamente estabelecido e desenvolvido é uma das maiores expectativas que Vingadores: Guerra Infinita carrega. Mas, enquanto o Titã Louco não chega, vamos revisitar o Universo Cinematográfico da Marvel para destacarmos alguns dos importantes vilões apresentados até o momento.

Lembrando que nossa lista também engloba as series os núcleos de cinema e TV ainda não se cruzaram numa mesma obra, mas como bem as referencias e citações atestam que tudo se passa num único Universo, como bem sabemos.

Mandarim

O ator Ben Kingsley foi o Mandarim em Homem-de-Ferro 3

Nos quadrinhos o Mandarim está para o Homem-de-Ferro, como Lex Luthor está para o Superman.

Mas a versão do personagem criado em 1964, atualmente é vista como racista, extremista e preconceituosa, o que levou a Marvel a promover profundas mudanças no personagem que para inseri-lo em Homem-de-Ferro 3 (2013), afinal de contas, fica até fácil para imaginarmos o reboliço que o personagem causaria nos dias de hoje, onde tremula todos os mais forte, a bandeira do “politicamente correto”.

Mas o contexto das mudanças é o problema, já que o personagem foi apresentado como um ator de teatro, interpretando um Líder terrorista extremista denominado como o Mandarim, mas que na verdade nunca existiu, era apenas um bode expiatório, parte de um plano de vingança e destruição arquitetado pelo vilão principal do longa, o também nada memorável Aldrich Kilian (Guy Pearce).

O impacto da figura do Mandarim nas artes promocionais, trailers, etc., foi algo inominável, somente comparada à decepção de ver o personagem nas telas. Ainda assim, Sir Ben Kingsley entrega uma atuação e um personagem aceitável, dentro, claro, da proposta apresentada ao mesmo. Ficou no final um gosto amargo na boca de uma solução de roteiro razoável para um personagem com um potencial avassalador, que poderia ser trabalhado de outras formas e apresentar inúmeras nuances como o maior antagonista de Tony Stark.

Helmut Zemo

Daniel Bruhl interpretou o Barão Zemo em ‘Capitão América: Guerra Civil’

Todo mundo já sabia, Capitão América Guerra Civil (2016) nos cinemas estaria longe de ser o mega evento homônimo que testemunhamos nos quadrinhos, e que o foco estaria no embate entre os heróis por conta da famigerada Lei de registro. Porém, o anuncio da presença do Barão Zemo interpretado acendeu uma esperança de termos um vilão verdadeiramente impactante, principalmente considerando todo o background e as particularidades deste personagem nos quadrinhos.

A expectativa aumentou quando Daniel Bruhl foi anunciado para o papel, às boas atuações em Rush e Bastardos Inglórios ainda estavam frescas em minhas lembranças. Mas a decepção veio, e veio acompanhada de um personagem absolutamente insosso, cuja motivação é um senso de justiça/vingança deturpados por uma tragédia atribuída aos heróis, que atuaram na batalha de Sokovia (Vingadores – Era de Ultron).  Num filme onde todas as atenções estavam voltadas para o conflito dos heróis, era preciso um vilão que marcasse presença para chamar a atenção, o que infelizmente não foi o caso aqui. Mais ainda que de maneira superficial e sem graça, Helmut Zemo colocou os Vingadores e afins, uns contra os outros, catalisando eventos que podem inclusive influenciar até em Guerra Infinita, sendo assim, não podemos ignorar sua importância.

Obadiah Stane

O ator Jeff Bridges deu vida ao vilão Obadiah Stane em Homem-de-Ferro.

Sócio e mentor de Tony Stark o primeiro antagonista neste universo de filmes que está prestes há completar 10 anos!

Stane é o típico perfil de oportunista, usurpador que em face dos anos dedicado a Companhia, deduz ter muito mais direitos que qualquer outro sobre ela, e reclamará os pretensos “direitos”, não importa quem ele tenha que destruir no processo. Durante muito tempo eu defendi a tese que o simpático careca teria sido o responsável pela morte dos pais de Tony Stark.

Bridges dá vida um personagem carismático, que se revela no segundo ato e assume de vez a vilania no terceiro, é parte de uma obra que ficará para sempre guardada no coração dos fãs, um filme bem feito, com tudo no lugar e uma condução quase que irretocável, tem seu lugar garantido no meu Top 5 – Melhores Filmes de Herói, e sem duvida abriu o caminho para o sucesso das produções seguintes.

Soldado Invernal

Sebastian Stan apareceu pela primeira vez como Soldado invernal em Capitão América: Soldado Invernal.

Quando comecei a elaborar a lista, havia decidido que personagens, que começaram suas campanhas como vilões e hoje são heróis (exemplo: Feiticeira Escarlate e Mercúrio) não entrariam nela, mas como Bucky Barnes, mesmo tendo sido libertado do controle mental da Hydra, ainda não traçou seu caminho ao “Santuário” dos heróis, não posso me eximir do dever de inseri-lo nesta lista.

O personagem dado como morto retorna no segundo, e melhor filme, do Capitão América até o momento.

Fruto de experimentos científicos da Hydra, o Soldado Invernal é uma das principais peças no articulado esquema da mesma para governar o mundo. O visual do personagem é bacana, a concepção também e ainda por cima, Bucky protagoniza cenas de ação de tirar o folego, alternando momentos carregados pela carga dramática dos acontecimentos que o conduziram até aquele ponto, e aqui cabe ressaltar que Stan (um colírio para os olhos da Mulherada de plantão) cai muito bem para o papel.

A jornada de Bucky prossegue em Guerra Civil e deve ganhar um novo capítulo em Pantera Negra, que estreia no final da primeira quinzena de Fevereiro, mas há quem garanta que Bucky ganhará terá ainda mais relevância no Universo Marvel, sendo o próximo a vestir o manto de Capitão América, como já aconteceu nos quadrinhos.

É esperar para ver!

Ego

O ator Kurt Russell vive o “avatar” do planeta Ego em Guardiões da Galáxia vol. 2.

Guardiões da Galaxia é um dos filmes mais aclamados da Marvel, mas tem muito fã por aí aborrecido até hoje pela maneira como Peter Quill e seus amigos derrotaram Rhonan, o Acusador (aquela dancinha ridícula do Quill, lembra?). Pois bem, agora o buraco era muito mais embaixo, já que o vilão da vez era Ego, um ser de extremo poder, um planeta vivo com capacidades quase que inimagináveis.

Kurt Russell é um ícone do cinema e entrega todo seu carisma ao personagem, é impossível não gostar dele, quem foi fã dos filmes de ação dos anos 80, esperou ansiosamente por um encontro entre Russell e Stallone (e possíveis piadinhas remetendo a Tango & Cash, filme de ação B dos anos 80/90 adorado por muitos fãs da época, inclusive este humilde que vos escreve) o que infelizmente não aconteceu.

Ah! E se teve gente reclamando do jeito que Rhonan foi derrotado, o que dizer de Quill e seu Pac-man neste filme?  Eu… Adorei!

Caveira Vermelha

Hugo Weaving como Caveira Vermelha em Capitão América: O Primeiro Vingador.

Ele já deu vida ao inesquecível Agente Smith, de Matrix, ao sábio Mestre Elrond, em O Senhor dos Anéis, e a muitos outros personagens memoráveis no mundo do cinema. Pois bem, era certo que a união de um ator deste calibre com um personagem do porte do Caveira Vermelha só poderia dar coisa boa não é mesmo?

Hum…! Há controvérsias!

A participação do Caveira é legal. Ficam claros os indícios de que o personagem poderia, em suas próximas aparições, evoluir para o déspota, sádico e genocida que nos acostumamos a ver nos quadrinhos, e que foi antagonista de grandes sagas na editora Marvel. Mas, como bem sabemos, tudo leva a crer que o Caveira morreu, e as declarações de Hugo Weaving em 2012 sinalizavam que o ator não tinha mais interesse em viver o vilão.

Mas, recentemente, ainda que de maneira cautelosa, o discurso do ator mudou e uma esperança de que possamos um dia rever o Caveira nos cinemas, desta vez num tom mais sombrio, renasceu novamente.

Resta esperar pra ver.

Ultron

James Spader deu vida, e voz, ao vilão de Os Vingadores: A Era de Ultron.

O primeiro elemento a destacar neste vilão é o excelente trabalho de dublagem de James Spader. Ultron é um ótimo personagem, muito importante tanto nos quadrinhos quanto no cinema, mas que poderia ter sido melhor explorado. Ultron poderia ser muito mais do que um uma inteligência artificial poderosa e revoltada, com crises de inveja e desprezo por seu criador e por toda a humanidade, ao melhor estilo “a humanidade é o caos, e eu sou a ordem”.

Vingadores – A Era de Ultron (2015) não é ruim, Ultron não foi um antagonista ruim, mas ficou, sim, um gostinho amargo lá no fundo, pela oportunidade desperdiçada em não aproveitar toda a profundidade que o personagem poderia atingir.

Rei do Crime

Vicent D’Onofrio fez toda a diferença com o seu Rei do Crime na primeira temporada de Demolidor.

A Marvel entrou forte em sua parceria com a Netflix para a produção de series. Luke Cage, Punho de Ferro, Defensores, Justiceiro, Jessica Jones e Demolidor (duas temporadas) são os produtos disponíveis no momento, em geral com bons roteiros, focados numa temática mais urbana, e com uma narrativa mais presa ao realismo, digamos assim. É de comum acordo, que nas séries há mais tempo para desenvolvimento dos personagens, o que, claro, os torna mais profundos em relação aos apresentados no cinema.

Mas nada se compara ao Rei do Crime de Vincent D’Onofrio. A qualidade da serie do Demolidor (2015) no quesito enredo, em muito se deve pelo desenvolvimento do Rei, retratado como o poderoso gângster, o assassino frio, um mafioso intimidador que controla com mão-de-ferro o crime em Hell’s Kitchen. Em contrapartida, o personagem é constantemente humanizado, tanto pela devoção à esposa, quanto pela traumática infância e o abusivo relacionamento com o pai, que fez muito fã da série dizer que o Rei era só mais uma vitima do sistema. D’Onofrio tem em toda série uma atuação honesta, sensível e profundamente regular, seu personagem encanta por apresentar várias facetas sem perder sua identidade, provocar discussões e despertar sentimentos contraditórios em níveis iguais, nos fãs.

Que venha a terceira temporada, vida longa ao Rei!

Killgrave

David Tennant como Killgrave em Jessica Jones.

Outro excelente fruto da parceria Marvel/Netflix, apresentado na série Jessica Jones (2015).  O olhar ameaçador é só o cartão de visitas de um personagem absurdamente perturbado que, com seu poder de domínio mental, proporciona às suas vítimas os piores cenários possíveis, em relações totalmente abusivas e situações que podem variar de constrangimentos a assassinatos, sem que Killgrave esboce a menor reação ou remorso. De tudo o que já vimos produzido pela Marvel, este é, em minha opinião, o vilão mais sombrio apresentado até o momento, cuja ameaça casa perfeitamente com a temática urbana apresentada em Jessica Jones.

Já a atuação de David Tennant (que, dentre outros trabalhos, foi protagonista de umas das muitas temporadas de Doctor Who) é quase irretocável! Sua presença em cena exala insanidade especialmente quando contracena com Jessica Jones (Krysten Ritter) onde todos os traumas e medos da personagem vêm à tona.

Alexander Pierce

Robert Redford como Alexander Pierce em Capitão América: O soldado Invernal.

Não é por acaso que considero o segundo longa do Capitão um dos melhores filmes da Marvel até o momento. Além do nosso querido Soldado Invernal, o filme ainda reserva um plot twist bacana no final, quando o verdadeiro vilão e suas reais intenções são reveladas.

Robert Redford dispensa comentários, não consigo pensar numa escolha melhor para viver Alexander Pierce, o homem que destruiu a S.H.I.E.L.D.

Abutre

Michael Keaton, e seu fantástico Abutre em Homem-Aranha de Volta ao Lar.

Muita gente duvidou do poder de impacto do Abutre como vilão. Na verdade, Homem-Aranha de volta ao lar (2017) abre espaço para apresentar outros vilões como o Gatuno, Escorpião, o Consertador, Shocker. Mas tudo isso fica renegado ao segundo plano quando acompanhamos a atuação de Michael Keaton na pele do Abutre.

Um dos mais antigos membros da excepcional galeria de vilões do Homem-Aranha (criado em 1963 por Stan Lee e Steve Ditko) Adrian Toomes, ou o Abutre, teve sua origem contada de outra forma em Homem-Aranha de Volta ao Lar (2017) na qual esta foi amarrada a Invasão Chitauri vista em Vingadores.

A vilania, por assim dizer, do personagem é quase que justificada pelos acontecimentos do filme e fica muito fácil criarmos uma empatia tão grande com o personagem ao ponto de concordamos que agiríamos da mesma forma em seu lugar.

Mais uma vez somos presenteados com o talento de Michael Keaton, e sua dinâmica com Peter Parker (Tom Holland) e todos os seus diálogos a partir do terceiro ato do filme, estão entre os melhores momentos da Marvel nos cinemas.

Hella

Cate Blanchett e sua magnífica personificação de Hella em Thor: Ragnarok.

Cate Blanchett está simplesmente espetacular na pele da poderosa Hella.  Nem mesmo o ar de superioridade que a personagem impõe a todo o momento, causa antipatia no publico, alias muito pelo contrário, todo mundo que assistiu Thor: Ragnarok (2017) ficou encantado com a atuação da atriz, que deixava claro a cada cena estar se divertindo muito na pele da deusa Asgardiana.

Linda, sensual, ameaçadora ao extremo, mortal. Enquanto torcemos por seu retorno em futuro próximo, fica a certeza de que Cate compôs uma personagem, inesquecível capaz de rivalizar com o primeiro colocado  da lista.

Loki

Tom Hiddleston É Loki. Sem mais.

Como não atribuir o lugar mais alto do pódio ao mais carismático dos vilões?

Loki roubou a cena em Thor (2011) e subiu consideravelmente de patamar ao liderar a invasão Chitauri à Terra. Seus planos nunca deram lá muito certo, mas Loki conquistou o coração dos fãs, sempre roubando a cena a cada nova aparição.

Por isso, hoje a Marvel não o trata mais exatamente como um vilão, nem como herói, nem como anti-herói. Loki é um sobrevivente, uma mente astuta e maquiavélica, sempre disposta a mentir e trair quem quer que seja em beneficio próprio, exuberantemente interpretado por um ator feito quase sob medida para o papel, que tem uma boa parcela na construção e sucesso do personagem.

A galeria de vilões se estende ainda por mais de trinta personagens distribuídos ao longo de 17 Filmes, e que ficará ainda maior este ano com novos vilões chegando nos três filmes da Marvel planejados para 2018.

 

E pra você, qual o vilão mais marcante do Universo Cinematográfico da Marvel?

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