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Harry Potter | Quem não tem Hogwarts, caça com Castelobruxo
Publicado há
7 anos atrásem
J. K. Rowling afirmou que existem onze grandes escolas de magia. E nada mais justo que comentar sobre a nossa escola: Castelobruxo!
O Pottermore é o site oficial da saga Harry Potter, com uma série de artigos escritos pela autora da série. Nele, J. K. Rowling nos dá mais detalhes do mundo de Harry Potter e notícias sobre futuros filmes e adaptações (como a peça Harry Potter e a Criança Amaldiçoada). Num desses artigos, Rowling nos apresentou outras escolas de magia. Aparentemente, são onze grandes escolas de magia, reconhecidas internacionalmente, até agora com oito delas nomeadas pela autora. E uma delas aqui nas terras brasileiras!
Castelobruxo é a escola de magia brasileira e recebe alunos de toda a América do Sul. Fica localizada no interior da Floresta Amazônica (o que nos leva a pensar no calor que os alunos devem sentir). Ela já havia sido citada (mas não nomeada) em Harry Potter e o Cálice de Fogo, no momento em que Rony revela a Harry que seu irmão Gui (Bill, no original) teve uma correspondente na escola brasileira. No entanto, somente em janeiro de 2016, Rowling nos revelou o nome da escola: uma junção das palavras “castelo” e “bruxo” (com um quê de George R. R. Martin nomeando seus topônimos). Vale lembrar que a autora viveu durante um bom tempo em Portugal.
“Castelobruxo é um imponente edifício quadrado de pedras douradas, muitas vezes comparado a um templo”, diz o Pottermore. Comparando com a imagem apresentada pelo site, a escola parece muito com as antigas pirâmides mesoamericanas pré-colonização. Tanto a aparência quanto a descrição levaram a teorias de que Rowling pode ter pesquisado as lendas de Eldorado, a famosa cidade feita de puro ouro, um dos mitos mais comuns na época da colonização das Américas. Podemos ser levados a pensar que no século XVI, os trouxas que vinham à América do Sul estivessem em busca de Castelobruxo. Mas mesmo que encontrassem o castelo, veriam apenas ruínas.
Diz Rowling que, se um trouxa chegar próximo a Castelobruxo, enxergará apenas ruínas, um traço compartilhado com Hogwarts. De fato, não se sabe quem foi a primeira escola a adotar a ideia, o que deixa no ar que a escola brasileira é tão antiga quando a britânica. Especula-se que os fundadores da escola tenham sido os povos indígenas, notadamente os incas, que viviam na região. O próprio nome da escola pode ter mudado. O mais próximo seria Pukaralaiga: pukara significa “fortificação com muros” e laiga “pessoa que usa magia”, na antiga língua inca. No entanto, vale lembrar que, apesar da colonização portuguesa no Brasil ter se iniciado lá pelo século XV e XVI, em 1758, o marquês de Pombal baniu as línguas indígenas do Brasil. Por ser vinculado ao Ministério da Magia do Brasil, provavelmente, Castelobruxo mudou seu nome.
O castelo e os terrenos são protegidos pelos caiporas, pequenos espíritos do caos que emergem à noite para vigiar os estudantes. J. K. mais uma vez mostra seu cuidado em pesquisar as culturas dos locais onde escreve e adaptá-las ao mundo mágico de Harry Potter. Caipora é uma figura comum do folclore brasileiro, embora não seja descrita como um espírito coberto de pelos, mas como um menino indígena com os pés virados para trás. No entanto, também é um símbolo que evoca proteção e truque, já que engana caçadores para proteger a fauna da floresta, bem a gosto dos caiporas de Castelobruxo.
Seu gosto pelo caos é tamanho que Benedita Dourado, uma antiga diretora da escola (cujo nome também alude à lenda de Eldorado), ofereceu trocar os caiporas de Castelobruxo pelo Pirraça. Armando Dippet reclamava dos problemas causados por Pirraça quando a diretora, às gargalhadas, ofereceu seus espíritos para mostrar a ele “o que realmente é um problema”. O professor Dippet, obviamente, não aceitou a oferta. Não se sabe o quanto os caiporas dificultam a vida dos alunos, mas parece que os alunos sul-americanos, com suas vestes verdes-brilhantes, não teriam o menor problema se encontrassem Pirraça pelos corredores.
Levando em conta a abundância da fauna e da flora do mundo trouxa sul-americano, J. K. Rowling colocou Castelobruxo como uma escola especialmente avançada e mundialmente reconhecida em Herbologia (estudo das plantas mágicas) e Magizoologia (estudo das criaturas mágicas), chegando a oferecer programas de intercâmbio para alunos estrangeiros e seus alunos podem sair durante sua graduação para pesquisar a fauna e a flora mágicas da América do Sul. Foi num desses programas que Gui Weasley queria vir ao nosso país, mas infelizmente os Weasley não tiveram ouro o suficiente para isso. O pobre Gui (trocadilhos à parte) recebeu uma azaração na carta de sua correspondente brasileira.
Mas a correspondente de Gui Weasley não é a única estudante brasileira de destaque. Além da ex-diretora, professora Dourado, também existem dois personagens formados em Castelobruxo destacados pela autora: um deles é João Coelho, um grande jogador de quadribol e capitão do time peruano Rasa-árvores de Terapoto (afinal, se o futebol é popular no Brasil, por que não o quadribol?). Outro é bem conhecido dos que leram O Enigma do Príncipe: Libatius Borage, autor do livro ‘Estudos Avançados no Preparo de Poções’, adotado pelo professor Slughorn.
Rowling não especifica qual a língua falada em Castelobruxo, já que a maior parte dos países do subcontinente adota o espanhol como sua língua oficial. Apenas o Brasil, o Suriname, a Guiana e a Guiana Francesa falam outros idiomas (português, neerlandês, inglês e francês, respectivamente). No entanto, os fãs especulam que uma solução mágica pode ser dada para isso enquanto outros acham que realmente ficaria entre o português (mais provável por conta da localização da escola) e o espanhol.
Agora, um pouco de teorias…
Depois de um tweet da autora sobre o número de filmes da franquia Animais Fantásticos e Onde Habitam, os fãs começaram a teorizar que o quarto filme (com lançamento provável em 2022) se passaria no Brasil e que Castelobruxo, ou ao menos alguns de seus alunos, faria uma aparição. Este nascido trouxa que vos escreve ficaria feliz de erguer a varinha lado a lado de Newt Scamander e de Tina e Queenie Goldstein. Mas, por enquanto, são apenas teorias e a esperança nos corações bruxos.
Vou me despedir de vocês com ideias para os mestres RPGistas de plantão:
Os caiporas de J. K. Rowling para suas mesas de jogo!
Caiporas (ND 4)
Criaturas pequenas e peludas, são extraordinariamente trapaceiros. Nativos da Floresta Amazônica, protegem os alunos e terrenos de Castelobruxo. Sua propensão para a trapaça e confusão, no entanto, é potencialmente destrutiva para a vida acadêmica. Dúvidas? Pergunte a Benedita Dourado, ex-diretora da escola.
Espírito 5, Pequeno, Caótico e Neutro
Iniciativa +11
Sentidos: Percepção +10, visão no escuro.
Classe de Armadura: 17.
Pontos de Vida: 20.
Resistências: Fort +4, Ref +4, Von +4.
Deslocamento: 9 m.
Ataques Corpo-a-Corpo: 2 garras +8 (1d4+2 cada).
Habilidades: For 10, Des 17, Con 13, Int 13, Sab 14, Car 17.
Perícias: Enganação +11, Furtividade +15.
Despistar: caiporas podem lançar passos sem pegadas, recuo acelerado e som fantasma livremente. Além disso, a dificuldade para rastrear um caipora aumenta em +10.
Sumir no Ar: três vezes por dia, caiporas podem lançar invisibilidade.
Tesouro: padrão.
Normalmente descrito como um humano meio-abissal, Bardo 2/Mago 5/Universitário 6, Caótico e Trevoso.