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Renascimento DC | Um caminho de reinícios

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A Panini Comics anunciou nas últimas semanas o lançamento do Renascimento DC no Brasil e nós do Multiversos estávamos ansiosos para falar com vocês sobre ele.

É bem verdade que, a cada anuncio de reboot do universo DC uma musa da inspiração morre de ataque cardíaco no plano mágico das ideias. Não sem motivo. Desde os idos da década de 1980 a editora recorre a mega-sagas atreladas a reboots para “apagar os erros” e tentar seguir adiante como se nada tivesse acontecido. Em alguns momentos a atitude se mostrou acertada, em outros nem tanto.

Antes de 1985 a DC Comics trabalhava com um princípio de grande liberdade criativa em suas histórias, se dando ao luxo de não manter uma cronologia amarrada e recorrendo a saídas simples para resolver alguns “encontros surpreendentes”, como o Superman encontrando sua contraparte mais jovem, o Superboy. “Simples, eles são de terras paralelas”, eles diziam, problema resolvido. Dali a alguns anos, com o crescimento e acréscimo de heróis, o Universo DC era algo extremamente confuso até para aqueles que acompanhavam as suas histórias assiduamente.

Em 1985 a editora tem a ideia de consertar esse “erro” e resolve fazer sua, hoje, mais conhecida e amada mega-saga, Crise nas Infinitas Terras.

O crossover da DC tinha pretensões ambiciosas: dar um fim a multiplicidade de terras da editora, salvar seus heróis mais queridos e, a partir daí, seguir com uma terra única como sendo o centro do foco editorial. Objetivo alcançado. Ao custo da morte de um dos heróis mais amados da casa. Para cumprir com o objetivo, Barry Allen, o Flash, se sacrificou. Um final digno para um dos bastiões do universo.

E tivemos o primeiro renascimento do Universo DC. Um “novo” Superman, menos onipotente, mais humano, falho. Um novo Flash assumindo o manto. Wally West, anteriormente Kid Flash, ascende ao lugar do seu tutor. Batman, Mulher-Maravilha, todos os heróis da editora são, pelo menos um pouco, retrabalhados em suas posturas, backgrounds e novos roteiros. E tudo ia bem… Até o fôlego criativo faltar.

Em consequência da Morte do Superman, e principalmente da destruição de Coast City por Mongul na saga do Retorno do Superman, Hal Jordan, membro da Tropa dos Lanternas Verdes tem a “brilhante” ideia de usar o poder da bateria central de Oa para reconstruir a cidade. A saga se desenrola em Crepúsculo Esmeralda e acaba culminando no que viria a ser o segundo reboot da DC, Zero-Hora.

Em Zero-Hora, a editora pretendia acabar com as inconsistências cronológicas remanescentes de Crise nas Infinitas Terras. Alguns heróis, pouco utilizados, passaram anos até serem reutilizados após a Crise e ainda tinham aspectos pré-Crise não explicados na atual cronologia da editora. Para isso utilizaram-se de Hal Jordan, autodenominado Parallax, agora louco e com um objetivo em mente: acabar e reiniciar o universo para apagar a destruição de Coast City da história. A saga se desenrola trazendo a revelação de que os múltiplos universos da editora ainda existem, apresentando personagens pré-Crise até, e, ao final, o universo sendo reiniciado pelo big-bang causado pelo Detonador.

E a DC renasceu pela segunda vez. Suas revistas, pelo menos no Brasil, tiveram suas numerações reiniciadas do zero, literalmente.

Em 2011, mais uma vez como forma de tentar apagar os erros do passado a Time-Warner recorre à mesma saída e parte para mais um reboot do UDC. Desta vez causado por Barry Allen, o Flash morto em Crise nas Infinitas Terras que há pouco havia voltado dos mortos, e com o claro objetivo de trazer uma nova roupagem dos bastiões da DC Comics para uma nova geração de leitores.

Aclamada por alguns, por títulos de alta qualidade de roteiro e arte, e depreciada por outros, por mudar o status quo de alguns heróis, os Novos 52, como foi chamado o arco, esteve nas bancas e livrarias por 5 anos trazendo, sim, um renovo de visual e certa contemporaneidade aos heróis da casa. Este foi, por assim dizer, seu terceiro renascimento.

Até que…

Na intenção de tentar alavancar as vendas com mudanças radicais no conceito dos seus heróis a DC teve um período intitulado DC You, onde o Superman fica quase que sem poderes, James Gordon passa a ser o Batman e tantas outras coisas estranhas acontecem nas suas revistas.

A tentativa falha.

Eis que em 2016, aproveitando as várias pistas deixadas desde o início do período Novos 52, a DC Comics, mais uma vez, anuncia suas mudanças.

Mas dessa vez seria diferente. Não haveria um reboot.

Não haveria um mega-crossover. Não haveria um evento perturbador de cronologias com vilões loucos. Não haveria morte.

Haveria vida.

Haveria retorno.

Haveria renascimento.

Renascimento DC parte de um início que propõe reestabelecer os seus heróis ao status quo perdido em Novos 52 sem apagar o que este período trouxe de bom. Para isso, um início mais que justo, o retorno do Wally West original, que não fez parte do atual reboot da editora.

Sobre a edição Universo DC: Renascimento nós já falamos AQUI. Cuidado, contém Spoilers!

Ver o renascimento do universo DC sendo lançado no Brasil é uma alegria para nós, como fãs que acompanhamos a saga nas revistas americanas e sabemos da qualidade do trabalho quem vem sendo realizado pela equipe criativa da editora. Mas, falar de cada um dos títulos, é uma tarefa que traremos em um futuro próximo pra vocês.

Ficam aqui os nossos parabéns a Panini por estar nos presenteando com este excelente momento da DC Comics, e a nossa esperança que o Renascimento tenha vida longa…


Veja também: Batgirl | Warner Bros. está em negociação com Diretor, Roteirista e Produtor

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