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RPG & Revistas, um caso de amor de mais de 20 anos

Elas são uma das, senão AS, maiores responsáveis pela difusão do RPG aos 4 cantos do Brasil. Elas mesmas, as Revistas de RPG!

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No final dos anos 80, o Brasil começava a dar seus primeiros passos no mercado de RPG, quando apareceram nas livrarias as primeiras edições de alguns livros como, por exemplo, Dungeon and Dragons. Mas, só nos anos 90 foi que o mercado passou a olhar com bons olhos para esse hobby que amamos tanto. Foi aí que se deu o surgimento de vários materiais como: jogos de tabuleiros, livros-jogos e até sistemas nacionais começaram a ser publicados. Porém, quero dar um destaque em espacial a elas, as revistas! Isso mesmo: revistas.

Como tudo começou

As revistas tiveram um papel muito importante na difusão do cenário de RPG aqui no país pois, como o acesso a informações não era tão intenso nessa época, cabiam as revistas suprir essa carência do público.

Em suas páginas os leitores encontravam de tudo: aventuras prontas, cenários, personagens, contos, explicações sobre as regras, sistemas e até eventos eram marcados com a ideia de juntar jogadores. Desse período podemos citar algumas como: a revista Dragon publicada pela Editora Abril, sendo uma versão brasileira da Dragon Magazine Archive; a The Universe of RPG pela Editora Ediouro; a Saga pela Editora Escala; mas, a que mais se destacou foi a Dragão Brasil, na época ainda pela Editora Trama, com suas primeiras edições também se chamando Dragon e mudando o nome oficialmente apenas em sua terceira edição.

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A revista Dragão Brasil, foi ganhando destaque em suas publicações mensais e edições especiais, assim como em seus subprodutos, como a revista Só Aventuras. Quando a Dragão Brasil chegou em sua 50ª edição, junto dela, foi publicada uma edição especial: ‘Tormenta: Um Novo Mundo de Aventuras’. O sucesso foi tão grande que isso gerou várias outras edições especiais, bem como uma revista focada apenas nesse novo cenário (chamada, claro, Revista Tormenta), dando aos editores, Marcelo Cassaro, Rogério Saladino e JM Trevisan, a alcunha de “Trio Tormenta”. Assim, a Dragão Brasil se tornava referência nacional em RPG, pois carregava junto ao seu nome, as revistas Só Aventuras, Tormenta e várias edições Dragão Brasil Especial, como a Defensores de Tóquio.

O fim de uma era

Com a chegada dos anos 2000, o boom da tecnologia e informação trouxeram grandes novidades, então, nos anos seguintes, sites, fóruns e chats que traziam a temática RPG passaram a existir.

A Dragão Brasil, que nesse momento era uma revista consolidada no segmento, passou a ter alguns problemas com a linha editorial que a revista tomou, o que fez com que muitos leitores começassem a buscar outras formas de ter acesso a esse tipo de conteúdo, fazendo com que as vendas caíssem.

Em 2005, o “Trio Tormenta” sai da Editora Talismã, novo nome da editora Trama, deixando a revista Dragão Brasil, após 111 edições. A revista, em seguida, vai parar nas mãos da equipe do site Rede RPG. Com isso o mercado de renova e nascem novas publicações: surge, então, a RPG Master, da Mythos Editora, encabeçada por Marcelo Cassaro. Mas a revista não dura muito tempo e, logo em seguida, seu editor acaba iniciando a Dragon Slayer, da Editora Mantícora, juntamente com seus outros dois amigos de Trio, JM Trevisan e Rogério Saladino, e com parte da equipe da recém extinta D20 Saga, uma revista de publicação bimestral de altíssima qualidade, focada exclusivamente no Sistema D20. A D20 Saga havia durado apenas 7 edições.

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Sem um direcionamento muito claro e agora com novos concorrentes, em 2008, a revista Dragão Brasil é cancelada após a edição 123, tendo seu público tomado pela Dragon Slayer, uma revista bimestral, inicialmente focada no sistema D20, que agora se tornava a única revista impressa dedicada ao RPG no país.

No anos seguintes, a Dragon Slayer passou a ser e publicada pela Editora Escala e produzida pela Jambô Editora, agora responsável por publicar os títulos de Tormenta e 3D&T, logo incorporando esses temas às edições da revista. Mas, como já dito antes, com o avanço da tecnologia e, principalmente, a facilidade de acesso à internet, em 2013, por questões de orçamento, a revista Dragon Slayer é cancelada. A partir daí o material passaria a ser publicado diretamente no site oficial da Jambô.

Com isso, você deve estar pensando: “E foi assim que as revistas de RPG chegaram ao fim?”, e eu respondo: “Não!”. Em 2016, a Jambô Editora anunciou a volta da revista Dragão Brasil em formato digital, através de financiamento coletivo recorrente.

A era digital

A nova Dragão Brasil renasce por aclamação do público, através do que deveria ser apenas uma brincadeira do seu futuro editor, JM Trevisan. Depois de um comentário de Marcelo Cassaro, quanto ao fato de a fonte utilizada no logotipo da série Stranger Things ser a mesma utilizada na logotipia da antiga Dragão Brasil, Trevisan faz uma brincadeira e monta a capa de uma suposta edição da DB sobre a série.

Apenas uma brincadeira para ele, mas não para o público.

Seriam os poderes da Eleven os reais responsáveis pelo retorno da Dragão Brasil?

A capa gerou um burburinho, que acabou gerando a edição 112, digital e gratuita, de 11 páginas em preto e branco. O suficiente para fazer os saudosistas amantes da DB, sempre sedentos por conteúdo sobre RPG, incentivarem a editora a iniciar um financiamento coletivo para uma revista mensal.

A Dragão Brasil, agora em novo formato, passou a ser distribuída digitalmente com a proposta de trazer aos seus leitores tudo aquilo que nós já estávamos acostumados: materiais exclusivos, aventuras prontas, mapas, personagens, quadrinhos e muito mais. Resgatando mais de 20 anos de tradição para a cultura nacional de RPG.

Buscando justamente esse resgate às origens, os editores originais da DB ignoraram as 12 edições editadas pelas equipes seguintes e retomaram sua numeração a partir do número 112, como citado acima. A Dragão Brasil é, então, a primeira (na versão impressa) e a segunda (em sua versão digital) mais longeva publicação periódica de RPG no Brasil.

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Mas, engana-se você se está pensando que a Dragão Brasil é a única publicação que aderiu a esse novo momento. Outras empresas como a Buró Brasil, antiga Redbox, e a New Order passaram a publicar seus materiais exclusivos também em revistas digitais. Todas podendo ser adquiridas via financiamento coletivo recorrente.

A New Order Magazine, a revista da Editora New Order, começou a ser publicada em 2017 e já está em seu terceiro ano. Até a sua edição de número 23 a revista chamava-se de NOW (New Order Warriors) e possuía pouco mais de 50 páginas. Ali eram apresentados vários assuntos, desde conteúdos para a sua linha de produtos como: 13ª Era, Shadowrun, Pathfinder, e outros; bem como abordava assuntos mais amplos como “RPG E EDUCAÇÃO – Uma visão educacional da aplicação do RPG em atividades escolares”.

Agora, em suas edições mais recentes, a revista assumiu o nome NOM e conta com uma média de 80 páginas mensais, contendo notícias importantes do mercado de RPG, coberturas de eventos, novas regras, previews de produtos, expansão de cenários, entrevistas, contos e aventuras prontas para os principais jogos, da própria editora, ou não. Seus três primeiros exemplares estão disponíveis gratuitamente no site da editora AQUI.

Já a Forbidden, produzida pela Buró Brasil, é a mais recente dentre as revistas digitais. Com apenas quatro edições lançadas, a revista tem seu foco um pouco mais voltado para o RPG Old School, seguindo a filosofia do RPG Old Dragon. Nela, você encontrará matérias com aventuras, encontros aleatórios, itens mágicos, novas especializações, guias e conselhos para mestres e jogadores, campanhas vivas, humor, entre outras coisas. A maioria das matérias terão maior foco na imaginação do que nas mecânicas, assim a Forbidden se mostra mais compatível com qualquer jogo de “Dungeon”.

Agora, o melhor está por vir!

Qual a vantagem de aderir algum desses financiamento coletivo para adquirir essas revistas?

Assim como todo material disponível nessa modalidade, você não terá acesso apenas às revistas em si, mas, sim, a uma série de “recompensas” como: descontos especiais para compra de produtos nas lojas/sites das editoras, mapas, artes exclusivas e, em alguns casos, quadrinhos. Em certos casos o valor pago na edição da revista já é “retornado para você” em desconto em uma compra junto à editora. Ou seja, é só vantagem!

Então, caso você queira conhecer algum, ou todos, esses projetos e incentivar as editoras, além de melhorar suas experiências de jogo com novos conteúdos, ou apenas estar por dentro das novidades do mercado de RPG, não deixa de conferir:

Apoia.se da Dragão Brasil

Catarse da Forbidden

Catarse da NOM

Até mais e boas aventuras!


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