Editorial | Opinião

Ser mulher é ser um acerto crítico

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Elas estão extremamente presentes nas minhas mesas. Sim, elas: mulheres. Mulheres cheias de imaginação, cheias de fichas, dados, armas, magias, perícias e talentos. Sem dúvida, minha mesa de RPG não estaria viva se não fosse pela maravilhosa presença delas. E sei que em muitas mesas, elas estão aí, divando.

“Eu sempre quis usar esse feitiço.”

Minerva McGonagall, em Harry Potter

Muitos as veem simplesmente como healers, eternamente fadadas a jogar de clérigas ou qualquer outra classe curativa. Acho que deviam dar uma passadinha na minha mesa… Porque nas tavernas, não temos um ladino rei, mas uma rainha da língua ferina e das adagas arremessada. Nos palcos, não temos um bardo cheio de fama, mas uma atriz cheia de magia e com o sangue dos gênios. Falando em magia, nosso grupo conta com uma mulher que domina as duas grandes vertentes (arcana e divina). Com o poder dos dragões e da deusa da vida correndo nas veias, meio-feiticeira, meio-abençoada (mostrando todos os lados que uma mulher pode ter). Tem as combatentes, porque quem disse que mulher não pode partir pra cima numa briga? A arma mais famosa do grupo, Diplomacia, é empunhada por uma mulher, uma guerreira forte, que não hesita em bater de frente com oponente nenhum. E, principalmente, homem nenhum. E acha que parou por aí? Mulher também faz o serviço sujo, mesmo que seja de uma assassina…

“A sorte não está a favor dos tolos.”

Miss Fortune, em League of Legends

Porque mulher não é pra ficar trancafiada dentro da torre esperando seu príncipe num cavalo branco. Porque mulher é a protagonista de sua própria história, definida em si mesma. É a princesa e a druida, a clériga e a guerreira, a maga e a ladina… Porque mulher é a samaritana com poder de cura e a barda que encanta multidões. Porque mulher é plebeia cuidando da taverna e é rainha cuidando d’O Reinado.

“Deixe eu adivinhar, mandaram eu parar de envergonhar a polícia no tribunal.”

Annalise Keating, em How To Get Away With Murder

Porque mulher não é só aquela das fantasias medievais. Porque mulher é Mulher-Maravilha, que não deixa homem algum lhe dizer o que fazer. Porque mulher é Clary Fairchild, com runas e lâminas serafim. Porque mulher é Lagertha, sem medo da batalha. Porque mulher é Leia, que toma a frente com os rebeldes. Porque mulher é Galadriel, repleta de poder e sabedoria. Porque mulher é Hermione Granger, a bruxa mais inteligente da sua idade. Porque mulher é Felicity Smoake, uma rainha dos computadores. Porque mulher é Feiticeira Escalate, é Tempestade, é Vampira e é Lince Negra, mutantes e orgulhosas. Porque mulher é também a vilã temível: Hera Venenosa com toda a sua inteligência, Malévola com sua magia, Jeannine Matthews com sua lógica fria, Mística com sua dissimulação… Porque mulher também é aquela que vai de um lado a outro, poderosa como Jean Grey. A ficção tem tantas delas que eu ficaria horas citando-as.

“Nada muda, exceto o que é preciso.”

Olivia Benson, em Law & Order SVU

Porque as aventureiras da história são mulheres. São as bardas como Clarice Lispector e Meryl Streep, são as magas como Marie Curie, são as guerreiras como Ronda Rousey, são as clérigas como Madre Teresa… São as aventureiras do dia a dia. São as Brunas, Dayanes, Fernandas, Gabis, Jéssicas, Kessys e Talitas com suas fichas na mão e torcendo pra evitar uma rolagem ruim… São as que vivem no mundo real, sempre numa campanha contra quem ousar tentar diminuí-las. E não precisam de armas, magias, perícias ou talentos pra isso. Precisam apenas ser. Porque ser mulher é ter uma deusa dentro de si.

“Você combate o desespero com esperança.”

Tempestade, em X-men: Heroes of Hope

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