Sobrenatural: A Última Chave | Crítica (Sem Spoilers)

Sobrenatural: A Última Chave (Insidious: The Last Key), o mais novo filme da franquia criada por James Wan, agora dirigido por Adam Robitel (e com James Wan na produção), marca o retorno de Elise Rainier, Lin Shaye, e  seus parceiros de casos Specs, Leigh Wahnell, e Tucker, Angus Sampson, em mais um caso envolvendo fantasmas e monstros, porém dessa vez o assunto é de um nível mais pessoal.

O roteiro de Leigh Wahnell  é um festival de situações clichês mal utilizadas. Excetuando Emile, que é até uma boa quebra de expectativa no protagonista, o restante do elenco apenas reproduz todos os clichês dos filmes do gênero, com o uso de crianças, nerds caçadores de fantasmas com aparatos tecnológicos, adolescentes loiras bonitonas e seres humanos doentios. O filme tenta abordar alguns temas legais mas, como fica atirando para todo lado, nunca consegue ir fundo e dar a dramaticidade necessária. Tudo fica na camada superficial e, com isso, os “sustos” são mínimos e acabam não cumprindo seu objetivo, se tornam repetitivos e vão, aos poucos, sumindo e no terceiro ato são praticamente inexistentes. O filme acaba ficando lento e em momento algum o filme traz uma sensação de perigo real.

A trilha sonora é falha e irrelevante, juntamente com a maquiagem e design do demônio das chaves, que mesmo tendo uns bons detalhes, falha em não ter originalidade. Os momentos em que o sobrenatural surge deixam claro o minúsculo orçamento que o projeto tem e isso não é compensado com esperteza do diretor para sanar essas limitações.

Um dos poucos itens que realmente funciona é a fotografia assinada por Toby Oliver. Oliver consegue utilizar até bem os enquadramentos, de forma até competente, mostrando bem os momentos que o filme precisa, mudando as paletas de cores para mostrar bem locais e momentos durante a história, mas, em momento algum, há ousadia em ir além do esperado.

O elenco só tem brilho e carisma com Lin Shaye. Elise é a única personagem bem conduzida e que faz o espectador se importar minimamente com algo na tela. O resto dos atores do elenco não consegue se sobressair dos personagens ruins que eles precisam defender na tela.

A quarta investida da cine-série Sobrenatural foi um filme que custou a bagatela de $10 milhões e que, até o momento, já arrecadou $90 milhões e vai continuar sendo um Filme B, que aposta numa trama batida e uma condução bastante simplória, mas que continuará ganhando continuações uma atrás da outra, sem o menor apuro técnico ou a vontade de contar uma história que faça diferença, e enchendo os cofres de seus produtores de grana.