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Star Wars: Os Últimos Jedi | Crítica (Sem Spoilers)

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Star Wars: Os Últimos Jedi, o oitavo episódio da grande história criada por George Lucas nos cinemas finalmente chegou e nós do Multiversos assistimos ao longa.

Agora comandado (escrito e dirigido) por Rian Johnson (Looper), o filme começa dando o panorama geral desse universo, mostrando a Resistência, liderados pela General Leia Organa (Carrie Fischer) e seus comandados, tendo à frente o ousado comandante Poe Dameron (Oscar Isaac), tendo que lidar com o cerco crescente da Primeira Ordem, liderada por Snoke (Andy Serkins) com os comandantes de campo General Hux (Domhall Gleeson) e o conflitante Kylo Ren (Adam Driver). A República caiu ante ao poderio da Primeira Ordem e o último foco da Resistência está prestes a ser dizimado e tem a última esperança em Rey (Daisy Ridley) e Chewbacca (Joonas Suotamo) trazerem de volta o desaparecido Luke Skywalker (Mark Hamill) para junto da Resistência.

Johnson assinou tanto o roteiro quanto a direção do longa, e com isso aproveitou para trabalhar os personagens com um misto de reverência aos filmes anteriores, colocando momentos e diálogos que ativam os gatilhos das referências, e ousou em muitos momentos, demonstrando que, muito mais do que fazer um novo Star Wars, ele estava fazendo um filme seu e assim colocou muita personalidade e técnicas pouco, ou nunca, utilizadas nas cenas da franquia. Johnson fez “cinema” sem medo e com segurança e agora é compreensível o porque dele ter ganhado a oportunidade de fazer a próxima trilogia.

Para esta obra ter ganhado um assinatura pessoal tão significativa, a fotografia de Steve Iedlin e o design de produção de Rich Heinrichs foram cruciais, tanto nas batalhas espaciais agressivas e belamente bem definidas quanto na sequência em Crait, onde o vermelho sangue contrasta com o branco dando um significado a mais para a luta lá e fazendo o complemento perfeito. Os figurinos de Michael Kaplan acertam na sobriedade em tons mais escuros e neutros. As lutas de Sabres de Luz ganharam uma coreografia belíssima, num misto duelo de samurais e o Wuxia chinês, e completamente compreensíveis na tela (nada de “shaky cam” aqui). John Williams faz jus a sua experiência em trilhas sonoras e complementa o filme de forma magistral com uma sinfonia mais pesada e com sutis utilizações dos temas clássicos (ache a Marcha Imperial e sorria).

Algo muito bonito de ver é como um excelente elenco faz uma obra brilhar mais. Fischer mostra bem que Leia está sentindo o peso do cerco contra a Resistência. Isaac brilha muito com a ousadia e rebeldia de Poe e também mostra que essas atitudes cobram o seu preço. Boyega mostra que o Finn ainda tem muito o que aprender. Os novatos Rose Tico (Kelly Marie Tran), DJ (Benicio del Toro) e a Vice Almirante Holdo (Laura Dern) cumprem bem os seus papéis na trama. No centro de tudo isso está o trio principal: Ridley cresce demais com Rey e leva a personagem muito bem nessa jornada e, simetricamente oposto, Driver com Kylo Ren, cada vez mais dividido e conflitante, e Hamill, mostrando os porquês da atual postura de Luke tanto com diálogos afiados e uma atuação precisa de dor e frustração. A sua química com Ridley é a coisa mais bonita do filme. Infelizmente é aqui que reside o único problema do filme pra mim, quando Johnson precisa diminuir alguns personagens para outros se destacarem. Pude perceber que essa é uma escolha consciente que funciona dentro do filme mas que me incomodou demais e que não aconteceu no episódio VII. Também entristece ver que alguns personagens realmente não funcionaram até agora e que aqui deram o seu último suspiro na franquia.

Star Wars: Os Últimos Jedi mostra-se um filme que buscou ir além. Ousou e reverenciou toda a história construída até aqui e soube bem colocar que nenhum lado é pleno e, fugindo do maniqueísmo simplista que sempre esteve na série, abriu um novo momento para a história daqueles que se rebelam contra o autoritarismo numa galáxia muito, muito distante.

Star Wars: Os Últimos Jedi
  • Direção
  • Elenco
  • Fotografia
  • Roteiro
4

Resumo

” – Star Wars: Os Últimos Jedi mostra-se filme que buscou ir além.”

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