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Stranger Things: 2ª Temporada | Crítica

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A série queridinha do último ano está de volta! Stranger Things, o sucesso da Netflix feito “sob medida” para agradar a nossa geração, já que, supostamente, é fruto de uma série de estudos dos algorítimos da nossa plataforma de streaming favorita, chegou com tudo no último dia 28 e, ao longo de 9 episódios, conseguiu manter, e ampliar, tudo o que sua temporada de estreia nos proporcionou.

A pequena cidade de Hawkins, Indiana, manteve sua rotina de cidadezinha interiorana após os eventos da 1ª temporada da série, uma vez que tais eventos “nunca aconteceram” para a grande maioria da população. Exceto pelo desaparecimento e “morte” do pequeno Will, que agora carrega a alcunha de Garoto Zumbi. Juntamente com Mike, Lucas e Dustin, os amigos retornam à rotina de aulas e diversão típicas de sua idade.

A temporada se inicia deixando claro que estamos longe de compreender tudo o que acontecia nos laboratórios nas proximidades de Hawkins e, com isso, a série abre um leque de oportunidades e ganchos a serem explorados. O objetivo da série é bem claro: finalizar alguns pontos, aprofundar personagens e promover um crescimento no núcleo da série.

O roteiro e direção dos irmãos Matt e Ross Duffer, com produção-executiva e também direção de Shawn Levy, conduzem com primazia, em linhas gerais, todos os personagens da série. Não existe pressa na construção do roteiro. Os personagens amadurecem de forma natural e bem explorada, com todos os personagens tendo bom tempo de tela para abordarem seus dramas e aprofundar seus caráteres e personalidades.

O personagem Will, Noah Schnapp, que na primeira temporada pouco pode se mostrar, por conta do seu desaparecimento, é recompensado nesta nova temporada com um papel central em toda a trama. Joyce Byers, Winona Ryder, o grande nome do elenco, segue no seu papel de leoa na defesa e cuidado de sua cria e é, talvez, o personagem mais sofrido da série, e de uma força e vigor invejáveis. No papel de companheiro de Joyce surge um dos destaques da temporada, e responsável pela maior nostalgia que você verá em toda a temporada, Bob Newby, vivido pelo eterno Goonie Sean Astin. É difícil não ver Bob como seu personagem do filme adolescente, e mais mágico ainda quando este, juntamente com Joyce, e os garotos começam a desvendar o “quebra-cabeças” de Will.

Mike, Finn Wolfhard, o melhor amigo de Will e líder do grupo de garotos, segue na temporada sofrendo as dores da falta do seu relacionamento sumariamente tomado de si, e isso reverbera na sua relação com o grupo quando Lucas e Dustin, Caleb McLaughlin e Gaten Matarazzo respectivamente, resolvem abrir os olhos, e o grupo, para a recém-chegada, Max. Além de apresentar o despertar do interesse dos garotos em relacionamentos, vemos também Lucas e Dustin se mostrarem mais maduros ao tomarem suas próprias decisões, arcando as consequências destas, e sendo maduros o suficiente para reconhecer seus erros e pedirem perdão.

A inclusão da personagem de Sadie Sink, Maxine “Max”, se dá de forma leve e bem a cara da época. Nada mais comum do que fazer amigos por conta de vídeo-games, né? Max traz, à tira-colo, seu irmão Billy, vivido pelo mais recente Ranger Vermelho, Dacre Montgomery. Billy vem para assumir o lugar deixado por Steve, Joe Keery, como o bad boy da escola, o que permite ao outrora “pé-no-saco” uma caminhada de crescimento em empatia, trazendo seu personagem das bordas da série para o grupo central da trama.

Nancy Wheeler, Natalia Dyer, irmã de Mike e namorada de Steve segue sendo o amor não-tão-platônico-assim de Jonathan Byers, Charlie Heaton, irmão de Will. Os dois personagens conseguem manter a química muito bem, Nancy se mostra uma personagem de caráter e força antes desconhecida, e ambos tem papel crucial para o final de alguns núcleos da trama.

E cuidando de todos estes personagens, e de tantos outros mais, temos o paizão-sisudo, Xerife Jim Hopper, David Harbour. As dores e tristezas do pai que perdeu a filha parecem terem arado o coração do personagem, deixando florescer novamente o sentimento de paternidade. É evidente o vínculo e cuidado do personagem com os garotos, cuidando destes como se fossem seus.

Por último, e em nada menos importante, temos Eleven, Millie Bobby Brown. A estrela da série está de volta para continuar arrebatando fãs para sua poderosa e carismática personagem. De todas as tramas que a série apresenta a que ficou mais destoante do enredo central foi a pequena “jornada do herói” vivida por Eleven junto ao grupo de Kali, Linnea Berthelsen, uma das crianças que foi objeto de estudo do laboratório de Hawkins.

A nostalgia é sempre um elemento extremamente presente em Stranger Things. Desde o já citado filme dos Goonies até Caça-Fantasmas, passando por O Exorcista e Star Wars, grandes e pequenos elementos da cultura pop estão ali representados e trazem, naturalmente, um sorriso ao rosto do fã que está chegando, ou passou, dos 3.0. Até Punk – A Levada da Breca, está lá!

Stranger Things 2 mantém a qualidade que fez do show o sucesso que é. Com um casting de atores competentes, direção e fotografia excelentes em simular obras dos anos 80 quando necessário, uma trilha e sonografia bem encaixada (vide a música do finalzinho do último episódio) e, acima de tudo, um enredo que é difícil de não se apaixonar.

A temporada termina fechando a trama central que se propôs e, caso amanhã anunciassem uma descontinuação da série, por mais triste que fosse para nós fãs, já teríamos um bom final. Mesmo com algumas pontas deixadas para o futuro, assim como na primeira temporada foram deixadas pontas para serem costuradas nessa. O fato é que enquanto a Netflix estiver nos presenteando com temporadas divertidas, nostálgicas e bem trabalhadas, nós continuaremos a visitar Hawkins todo ano, sem temer os Demogorgons

Nem os Demo-Dogs.

  • Direção
  • Elenco
  • Fotografia
  • Roteiro
4.9

Resumo

” Mantém a qualidade que fez do show o sucesso que é. “

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