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Stranger Things 4 chega maior e mais aterrorizante do que nunca — Crítica com spoilers

Após um hiato de quase três anos, Stranger Things 4 finalmente está de volta, desta vez maior e mais aterrorizante como jamais vista.

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Stranger Things 4 enfim chegou, após um hiato de quase três longos anos de muita espera e ansiedade, por parte dos fãs e de todos que amam a série.

Em seu quarto ano, Stranger Things retorna mais madura, maior e muito mais tenebrosa do que jamais fora. E por mais que os novos capítulos emulem muita coisa da primeira temporada, o clima de brincadeiras e diversão aqui estão reduzidos, enquanto acompanhamos sete episódios de muita tensão.

Como os irmãos Duffer (criadores da série) já haviam nos avisado em entrevistas passadas, o projeto de Stranger Things era crescer e ficar maior à medida que as crianças e a história fossem amadurecendo, e assim eles fizeram. Nos novos episódios a ameaça do Upside Down (o mundo invertido) chega a um nível mais macabro e sanguinário, onde conhecemos o vilão Vecna, implacável e brutal, encaixando a trama cada vez mais no clima de terror.

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O 4º ANO

A quarta temporada de Stranger Things se inicia apenas seis meses após os acontecimentos da batalha de Starcourt, vista no final da 3ª temporada. E, já de cara, a trama nos relembra como estão nossos heróis e heroínas neste ponto da história: separados e desconsertados.

A trama é dividida em 4 núcleos: Califórnia, Rússia, Hawkins e um Laboratório Secreto. Tantos pontos distintos poderiam dar muito errado e deixar a história espaçada demais e sem ritmo, o que ainda bem, não acontece. Por mais longos que sejam os novos episódios (todos com mais de 1h), eles têm a duração que precisam ter para contar essa nova história. Tudo é intenso, fluído e viciante como deve ser.

ELEVEN DISTANTE

Uma nova onda de mortes se espalha por Hawkins, graças ao novo vilão Vecna, gerando um clima de insegurança e medo por toda a cidade e, como de praxe, o nosso grupo de heróis da pequena cidadezinha, suspeitando que tais acontecimentos possam ter ligação com o Upside Down, logo partem em busca de investigarem os terríveis casos de mortes estranhas a jovens, inspiração total no clássico A Hora do Pesadelo, de 1984.

Entretanto, dessa vez, a série traz destaque a esses personagens sem a dependência de Eleven, que está distante e sem seus poderes para ajudar seus amigos. Enquanto isso, os grupos conduzem suas investigações da forma como já estão acostumados.

Contudo, por mais que seus planos de salvar Hawkins do terrível vilão Vecna funcionem até certo ponto, é nítido que Eleven será essencial para salvar seus amigos e o mundo mais uma vez dos monstros do Upside Down. Motivo esse que a leva de volta aos corredores de laboratórios e ao seu Papa/Dr. Brenner (Matthew Modine), que misteriosamente ressurge, após ter sido supostamente morto por um Demogorgon na primeira temporada. Em uma clara homenagem ao início de tudo, Eleven aceita participar do projeto Nina, na esperança de ter seus poderes de volta. Aquele típico ato de jornada do herói onde, para derrotar o seu inimigo a frente, deve-se voltar ao passado para entender o todo.

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MAIS PERIGOSO E MAIS MACABRO

Quando mencionei que a quarta temporada de Stranger Things está com seus momentos de descontração reduzidos, não foi à toa. O clima de terror, suspense e de urgência aqui apresentados permeia boa parte do tempo dos episódios, afinal as ameaças do mundo invertido estão crescendo a cada dia e se tornando muito mais perigosas que antes.

Com novos vilões e seres assombrosos tomando o controle da situação, os novos episódios de Stranger Things são, visivelmente, mais sombrios e escuros, dando a Hawkins o clima de terror perfeito, by Stephen King.

– “Uma dica: assista a noite com as luzes bem apagadas para a imersão ser maior.”

HISTÓRIA E PERSONAGENS MAIS MADUROS

É bem visível que a trama e os personagens da série estão mais maduros neste ponto da história. O roteiro do quarto ano, além de nos entregar mais violência e sangue – há um momento onde Nancy se vê dentro de uma piscina (literalmente) repleta de sangue – há também um maior desenvolvimento de personagens, onde podemos testemunhar como os nossos heróis levam suas vidas em meio aos traumas e investidas do Upside Down.

Todo o carismático elenco da série continua incrível e até melhores do que nas temporadas anteriores, mas tenho que admitir que Sadie Sink (Max) e Millie Bobby Brown (Eleven) brilham muito nessa nova temporada. Principalmente Sadie, que no quarto episódio protagoniza uma das melhores sequencias de ação, quando, com a ajuda de Lucas (Caleb McLaughlin), Dustin (Gaten Matarazzo) e Steve (Joe Keery), consegue se desvencilhar das garras de Vecna e fugir do transe da morte. Uma cena tensa e muito angustiante, diga-se de passagem.

David Harbour, nosso amado delegado Hopper também não fica atrás, e por mais que a princípio o roteiro não favoreça muito o seu arco, a experiência com o personagem e o carisma de David nos entrega a melhor atuação do ator em toda a série, além da fantástica cena de luta contra o Demogorgon na cadeia, que foi sensacional.

E não podemos esquecer de Jaime Campbell, que é nos apresentado como um enfermeiro solidário do Laboratório Hawkins, sempre misterioso, quieto e disposto a ajudar Eleven, acaba se revelando como Vecna, nosso principal vilão desta temporada, em uma cena onde fiquei grudado na frente da TV.

Entretanto, nem tudo vai muito bem. Com uma quantidade de personagens que só crescem a cada temporada, além das muitas tramas secundárias que a série criou, esta primeira parte deixa muitas questões em aberto, perdendo tempo para desenvolver seus outros principais personagens.

Will (Noah Schnapp), por exemplo, em diversos momentos vemos sutilmente a sua sexualidade e sentimentos pelo Mike (Finn Wolfhard) ser abordada, mas ao invés desse assunto ser melhor desenvolvido, recebemos cenas de Argyle (Eduardo Franco) e Jhonata (Charlie Heaton) fumando e jogando conversa fora, ou até mesmo do outro novato Jason (Mason Dye), atuando como o estereotipo do capitão do time da escola. Tais momentos não mudam muita coisa na trama principal e só tiram tempo de tela de elementos que realmente são importantes.

O FUTURO DE STRANGER THINGS

Como já disse, a quarta temporada de Stranger Things chegou nos trazendo respostas para alguns questionamentos, mas também só abriu mais dúvidas: Por que o 001/Vecna não matou Brenner no passado? Terá Brenner alguma ligação com o Upside Down, por causa de Vecna, e por isso o Demogorgon não o feriu gravemente na primeira temporada? Como Eleven conseguiu criar o primeiro portal com apenas seis anos, se ela não conhecia aquele lugar? O poder de Eleven vem do 001, mas terá esse poder coligação com o Upside Down? Vecna foi o responsável por remodelar esse mundo hostil, transformando-o em um espelho do nosso mundo?

Muitas perguntas e poucas respostas para uma série já tão misteriosa.

Contudo, mesmo a trama se perdendo em alguns momentos, o quarto ano de Stranger Things consegue ser muito divertido de assistir. Um trabalho brilhante dos irmãos Duffer que conseguem aprofundar a história de alguns dos seus personagens, gerando ótimas discursões em meio a isso, sabendo equilibrar muito bem os clichês e referencias deliciosas dos anos 80 com um ótimo clima de terror.

Agora, só nos resta esperar pelos dois últimos episódios que prometem ser avassaladores, em 01 de julho. Haja coração!


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