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The Umbrella Academy | A academia está de volta

Crítica da segunda temporada de The Umbrella Academy, da Netflix.

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Eles estão de volta para salvar o mundo… De algo que, provavelmente, eles mesmos causarão.

A segunda temporada de The Umbrella Academy, série baseada nos quadrinhos de Gerard Way com arte do brasileiro Gabriel Bá, chega a Netflix na próxima sexta-feira, 31 de julho, e nós já conferimos e trazemos aqui pra vocês a nossa opinião sobre o show.

Sinopse Oficial
Cinco cansou de alertar a família sobre os riscos de usar seus poderes para escapar do apocalipse de Vanya em 2019. E ele tinha razão: o salto no tempo dispersou os irmãos em três anos diferentes na década de 1960 em Dallas, Texas. Alguns deles ficaram presos no passado por anos e seguiram suas vidas, certos de serem os únicos sobreviventes. Cinco foi o último a chegar, bem no meio de uma guerra nuclear (alerta de spoiler!) causada por essa ruptura na linha do tempo (déjà vu?). Agora, a Umbrella Academy precisa descobrir uma forma de se encontrar novamente, entender o que causou essa guerra apocalíptica, acabar com ela e voltar ao presente para impedir outro apocalipse, tudo isso enquanto são caçados por um trio de assassinos suecos cruéis (mas sem pressão, é claro!).

Procurando fugir do fim do mundo nossos protagonistas resolvem, no final da primeira temporada, ir para o passado. O problema é que, ao desembarcarem na década de 1960 nossos heróis acabam causando novamente o apocalipse.

Por mais que a proposta central do show se mantenha a mesma – impedir um evento cataclísmico – a segunda temporada de The Umbrella Academy não funciona exatamente como a primeira, por mais que pareça à primeira vista.

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As semelhanças existem: a família está separada, cada um vivendo à sua maneira, e precisam se reunir para salvar o mundo mas, a partir daí, as similaridades vão diminuindo. Na nova temporada existe um arco de descoberta e reinício muito diferente e promissor para cada personagem.

O fato de os protagonistas terem saído do seu tempo natural e ido parar na década de 1960 permitiu um crescimento particular para cada um. O momento histórico utilizado permite que temas como racismo, liberdades individuais, direitos das mulheres e outros, sejam muito bem abordados no roteiro, tendo os protagonistas como vítimas das mazelas sociais da época.

Os melhores arcos da temporada ficam à cargo de Allison (Emmy Raver-Lampman) e Vanya (Ellen Page); é notória a entrega das atrizes e o amadurecimento de suas personagens. Klaus (Robert Sheehan) segue sendo o melhor e mais divertido personagem da série, e Cinco (Aidan Gallagher) o fio condutor da trama. Luther (Tom Hopper) muda seu status quo de líder-bobo-apaixonado para apenas bobo-apaixonado e Diego (David Castañeda) e seu “complexo de Batman” segue sendo o personagem mais chato do grupo. Ben, o fantasma, é responsável por boas risadas e alguns dos momentos mais tocantes do show. (Saudade de um abraço, né, minha filha?)

Apesar de haver um ótimo cuidado com o roteiro e desenvolvimento dos personagens, é notório que houve também uma preocupação em impor certos limites aos poderes de alguns dos personagens pois, como sabemos, se usados de forma correta, alguns destes poderiam fazer a série ter apenas 1 episódio de 10 minutos, no máximo.

O corpo de antagonistas segue com a mesma proposta já apresentada antes: ser, ao mesmo tempo, surpreendente e um alívio cômico. Pelo menos em parte dele.

A qualidade narrativa da série é constante durante toda a temporada. Nenhum episódio soa como um completo desperdício mas, em alguns momentos, é possível sentir que haveriam decisões melhores e que fariam o desenrolar da trama ser menos truncado, principalmente quando falamos de Cinco (Five). Mas, nada que comprometa o todo.

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O show conta com um ótimo trabalho de figurino nessa nova temporada, responsável por refletir muito bem a década de 1960 na tela. Todo o trabalho de direção, produção e pós-produção, com seus efeitos visuais e edição, são caprichosos e dão a certos momentos da série o dinamismo necessário.

 

Se há algo a criticar na série é a criação de uma expectativa e o seu não cumprimento na medida certa. A série tem um início de temporada com uma apresentação fantástica, digna de cinema blockbuster; um CGI bem trabalhado, uma cena de equipe de heróis em ação que lembra os X-men em seus primeiros filmes. Infelizmente não há algo tão bem trabalhado no restante da temporada. Por mais que tenhamos excelentes momentos de interação em equipe, nenhum soou tão bom e coordenado quanto a cena inicial.

A segunda temporada de The Umbrella Academy mantém os acertos da primeira temporada do show, aposta no diálogo com pautas sociais e fecha alguns arcos para dar mais liberdade ao futuro da série. Infelizmente perde a chance de ter um desfecho mais grandioso, mas mantém a qualidade e nos deixa com o desejo de uma nova temporada pra ontem.


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