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Thor: Ragnarok | Crítica (Sem Spoilers)

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Thor: Ragnarok, dirigido por Taika Waititi (de ‘O que nós fazemos nas sombras’) marca o terceiro filme do Deus do Trovão nos cinemas e com um desafio a vista.

O primeiro filme do personagem, conduzido por Kenneth Brannagh, equilibrava bem a fleuma shakespeareana de Asgard com a descoberta bem humorada na terra do Thor e da Jane Foster, Natalie Portman. Thor: Mundo Sombrio é um erro mal conduzido por Alan Taylor e as participações do personagem nos filmes dos Vingadores nunca conseguiram mostrar o Thor muito bem, e isso deixou o personagem sempre num campo “marrumenos”.

E aqui entra Taika Waititi.

Clique nesta bela música, entre no clima e continue a sua leitura.

Taika vem de comédias e usa seu repertório para criar excelentes interações entre os personagens. Sabendo a hora certa de usar as piadas, aqui mais refinadas e espertas, lembrando muito Mounty Phyton sem ir pra GAGs exageradas, e também o drama e o massavéio (e aqui um adendo: Waititi sabe MUITO BEM quando usar o massavéio) o diretor conseguiu criar as melhores cenas de ação da Marvel desse ano. Juntamente com o texto de Eric Pearson, Craig Kyle e Christopher Yost, estes dois últimos sendo conhecidos roteiristas tanto das HQs da Marvel quanto de inúmeros projetos de animação da editora nos últimos 15 anos, deu ao Thor um filme finalmente seu. Não, nada do Loki do Tom Hiddleston roubando a cena aqui, o filme é do Thor! E ao ser muito bem conduzido, num misto de esperteza, marotagem juvenil e um pouco de inocência, fez Chris Hensworth mostrar-se muito bem no papel, se sobressaindo sobre o elenco. Cate Blanchett, de cabelo preto e colante cheio de chifres, é a Hela que nós precisávamos. Tessa Thompson e sua Valquíria fodona está ótima. O Hulk quase rouba a cena mas funcionou muito bem como parceiro do Thor e os momentos onde o Mark Rufallo entra em cena também funcionam muito bem. O Skurge do Carl Urban e o Idris Elba interpretando o Heimdall cumprem bem suas funções no roteiro.

O design de produção mantém bem o padrão visual já estabelecido em Asgard e se solta com tudo em Sakaar, onde tudo é ao mesmo tempo sujão e brilhante, devido ao uso de cores puras e formas mais quadradas gigantes com circulares menores em contraste, assim, entendendo muito bem o que Jack Kirby fez nos quadrinhos. Ah! Jeff Goldblum conseguiu dar ao Grão Meatre um ar fanfarrão quase igual ao do Mojo dos X-Men.

A trilha sonora do Mark Mothersbaugh é oscilante. As vezes pendendo para sintetizadores 80’s, e nisso acertando, e em momentos usando sinfonias mais elaboradas e assim perdendo um pouco, mesmo deixando claro os momentos em que essas trilhas entram no filme.

Algumas ausências foram sentidas e alguns personagens mal aparecem em tela o que desaponta um pouco.

Thor: Ragnarok acerta em ser uma grande aventura para o personagem. Fecha as pontas soltas de tramas anteriores e deixa claro ser parte da grande engrenagem do Infinito que está movendo o MCU neste momento, mas ousa de forma certa em contar a sua história ao invés de apenas ser mais uma simples peça na máquina. Mostra também o quanto um diretor fora do jogo, como Taika Waiti, consegue criar uma obra tão reverente aos gibis sem usá-los como muletas, fazendo o Thor finalmente ser um herói melhor nos cinemas.

No mais, o 3D é inútil e há duas cenas pós créditos.

Thor: Ragnarok
  • Direção
  • Elenco
  • Fotografia
  • Roteiro
4.5

Resumo

” – Thor: Ragnarok acerta em ser uma grande aventura.”

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