Titans S02E03 – Ghosts | Segunda temporada segue monótona e decepcionante
A nova temporada de Titans, série do serviço de streaming DC Universe, chegou e, até aqui, não conseguiu emplacar nenhum episódio que fizesse jus à sua primeira temporada.
A nova temporada de Titans, série do serviço de streaming DC Universe, chegou e, até aqui, não conseguiu emplacar nenhum episódio que fizesse jus à sua primeira temporada.
Não fosse pela recorrência do quarteto de protagonistas, quase poderíamos dizer que estamos falando de uma série muito diferente daquela que conquistou os fãs como sua ótima primeira temporada. A verdade é que depois de um primeiro episódio deslocado, a monotonia tolerável do segundo episódio ficou ainda mais intensa ao dar as caras neste terceiro capítulo.
Se você quer saber o que achamos do primeiro e segundo episódios, é só conferir aqui (S02E01) e aqui (S02E02).
O esperado dinamismo no desenvolvimento dos eventos sinalizados no episódio anterior não veio. Salvo a exceção dos diálogos sonolentos que explicaram parte do passado e da personalidade de Estelar (Anna Diop), que podemos até entender como necessário, considerando a maneira como a personagem foi construída. No entanto, todo este contexto que poderia/deveria ter sido entregue com mais emoção e dinamismo, no final das contas apenas colaborou com a mornidão que dominou todo este episódio.
Ao que tudo indica o passado da equipe original dos Titãs parece que ditará o tom desta nova temporada. A luz das poucas revelações trazidas por este novo episódio esclarecem muito pouco dos segredos e “pecados” que a equipe supostamente cometeu e de uma provável tragédia que teria sacramentado o fim da equipe. Ter tais revelações sendo apresentadas de maneira gradativa à medida que a temporada evolui, não é de fato um problema, desde que a oportunidade de desenvolver o tema de maneira adequada não fosse preterido pela escolha de arrastar todo o episódio com acontecimentos monótonos recheados por diálogos nada interessantes.
A evolução necessária às relações dos personagens acontecem de forma excessivamente lenta e, de certo ponto, esperado. Não desperta (pelo menos até o momento) nem empatia e nem curiosidade quanto ao rumo que os personagens devem seguir.
As relações entre os personagens acabam por seguir um caminho absolutamente previsível na aproximação dos personagens e na geração dos conflitos. Mesmo que o papel de alguns personagens nesta etapa da história pareça absolutamente claro, não há consistência na representação dos mesmos em tela. O exemplo é a liderança vacilante de Dick Grayson (Brenton Thwaites) ou a rebeldia de Jason Todd (Curran Walters).
Nem mesmo a representação da ameaça tem a força necessária. Basta vermos a luta sem graça entre os Titãs veteranos e o Doutor Luz (Michael Mosley). O papel de grande vilão da temporada deve caber ao Exterminador (Esla Morales), e fica a esperança de que o mercenário traga o peso necessário ao núcleo antagonista da série, com a devida profundidade que o personagem merece, indo muito além de uma simples ameaça física.
Visualmente falando a série não evoluiu nos episódio atuais em relação ao final da temporada passada. Se os figurinos em geral estão de acordo, os efeitos continuam ruins, mesmo considerando o orçamento moderado que este tipo de produção carrega. Nem mesmo as cenas de luta, tão elogiadas na primeira temporada, empolgam, e isso se repetiu também neste terceiro episódio, que de positivo tem somente Chelsea Zhang. Carismática, com um bom texto e uma condução correta, a atriz (que vive Rose Wilson, a filha do Exterminador, nos quadrinhos conhecida como Devastadora) pode roubar a cena.
Em seu terceiro episódio, Titans não empolga, sequer deu sinais de que pode se aproximar do bom desempenho da temporada anterior. No geral o comentário de um dos nossos companheiros de Multiversos, o grande Jean Sinclair, sobre esse episódio, resume bem o meu sentimento para este começo de temporada: “Uma série de equipe que parece enfraquecer justamente no momento em que reuniram a equipe”.
Titans é transmitida pelo DC Universe, no Brasil é exibida pela Netflix, mas ainda não há previsão de lançamento da segunda temporada.
Conheceu os quadrinhos (que carinhosamente chama de Gibi) no fim dos anos 80 e deles nunca mais se separou. Gamer old school, ávido devorador de bons livros, amante da sétima arte, comentarista de rádio. Escreve para uma comunidade de cultura pop, e é o mais recente membro honorário do Conselho de Elrond.