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Titans S02E09 – “Atonement” | Com pouca ação episódio se dedica a mostrar consequências de erros do passado

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“Expiação”

Depois de um começo não tão bom assim, a segunda temporada de Titans inegavelmente vinha numa espiral ascendente, com bons episódios desenhando um cenário interessantemente promissor para o desfecho da temporada. Apesar de não ser tão vibrante quanto os anteriores, o nono episódio desta temporada consegue, a medida em que se desenvolve, se manter interessante.

O episódio abre com uma conversa entre Dick Grayson (Brenton Thwaites) e todos os Titãs, onde ficamos sabendo que Dick mentiu para a equipe a respeito das circunstâncias que envolveram a morte de Jericho (Chella Man), e justamente tal mentira causa um rompimento na já fragilizada união da equipe. Entregar personagens com camadas a se desenvolver e principalmente sem dramatizações exageradas escancarando suas falhas, aumenta a empatia e humanização destes personagens. E ninguém tem sido mais falho que o ex-Robin, justamente quem menos se esperava.

Apesar do título o episódio não trata exatamente de uma jornada de redenção para nenhum dos personagens e, sim, do peso das consequências dos erros do passado e também das suas escolhas e decisões. Ao olharmos, por exemplo, o ataque do Superboy (Joshua Orpin) aos policiais, nada mais é do que um reflexo da atitude egoísta de Dick que deixou Conner aos cuidados de Mutano (Ryan Potter), um jovem totalmente incapaz de cuidar e sobretudo orientar o Superboy que praticamente “nasceu ontem” e não tem quase nenhum entendimento do que é o nosso mundo ou nossa sociedade. O resultado foi o desastroso ataque do clone a polícia.

Tá aí um rolê que vai dar ruim!

Se anteriormente da demanda de Estelar (Anna Diop) convocada a retornar para Tamaran, seu planeta natal tenha sido algo maçante em meio a um começo de temporada não tão bom assim, agora a retomada deste tema veio de forma mais efetiva e menos arrastada neste episódio. Com a administração de eventos que servem tanto para justificar a presença de Kory na Terra, quanto para explorar nuances bem diferentes para o futuro da série, trabalhando inclusive a relação conflituosa de Kory com sua irmã Estrela Negra que aliás fez sua primeira aparição na série.

O rompimento da relação entre Hank (Alan Ritchson) e Dawn (Minka Kelly) também foi destaque neste episódio, e preciso confessar que realmente me incomoda a maneira como os personagens são utilizados na série, uma vez que ambos tem participações muito interessante nos quadrinhos.

Mas, o ponto alto do episódio, foi a visita de Dick a mãe de Jericho em busca de perdão por ter sido o causador da morte de seu filho. Contudo, Dick não aplaca sua culpa. Pelo contrário, depois de ter seu perdão refutado pela mãe de Jericho, o herói de quebra teve um encontro inesperado com o Exterminador (Esai Morales), em uma cena boa que merecia um diálogo melhor construído. Aliás, a falta de bons diálogos tem sido um problema recorrente nesta temporada.

Ainda assim é possível entender que o desejo do Exterminador em manter os Titãs separados, e privá-los de sua família, assim como ele foi privado da sua família pelos heróis. Não à toa, o Exterminador pode ganhar uma série própria, que dentro do contexto adequado poderia funcionar perfeitamente. Slade Wilson é um dos principais destaques desta segunda temporada.

O episódio termina com Dick sendo propositalmente preso. Talvez a cadeia em sua visão seja, mesmo que de forma distorcida, um meio para que ele pague pelos seus erros passados. Ainda que válido, se confirmado, não é um recurso que me agrade, mas ainda é cedo para falarmos. É preciso esperar o próximo episódio e entender qual o contexto que este evento será inserido.

Dick Grayson (Brenton Thwaites) se entregando a polícia no final do episódio

No geral o episódio se sai bem ao apresentar as consequências dos atos dos Titãs, colocando os membros da equipe separados e virtualmente derrotados, prontos para um possível futuro ponto de virada que deve unir a equipe novamente para o clímax e o desfecho da temporada.

O episódio ainda peca pelo ritmo arrastado em determinados momentos, e pela falta de diálogos mais bem elaborados. Contudo, abre boas perspectivas para seu final de temporada e principalmente para os aspectos que podem ser explorados no futuro do série.

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