ALICIA VIKANDER É UM FRESCOR EM FILME QUE DEIXA E MUITO A DESEJAR…
Tomb Raider – A Origem chegou aos cinemas e com ele a esperança dos fãs de que finalmente Hollywood tenha realmente compreendido a formula para trazer às telas uma adaptação baseada em games que seja real e efetivamente boa, mas enfim, não foi desta vez!
O longa é adaptado a partir do reboot dos games de 2013, que abandonou a versão “girl power” marca registrada da personagem desde sua criação em 1996, trazendo a tona uma Lara Croft mais humanizada, tendo que entender e aprender a sobreviver ante as mais descabidas situações. E o filme foi muito além de somente aproveitar a premissa da base de enredo dos games, na verdade, se a reclamação dos fãs em adaptações anteriores era justamente as diversas alterações realizadas na essência da obra adaptada, e ainda sim tais alterações jamais culminaram em resultados efetivamente bons.
Tomb Raider por sua vez foge destes parâmetros, para entregar um filme que mais parece uma tentativa de emular os games na tela de cinema. O norueguês Roar Uthaug dirige o longa que tem uma trilha sonora ‘ok’, boas sequências de ação, efeitos especiais que não comprometem, o filme tem um ritmo bem oscilante, em parte por conta da edição parte por conta do roteiro. Aliás, o roteiro é a parte mais deficitária deste filme.
A pobreza do roteiro fica evidente ainda no primeiro ato, e assim se mantém até o final. O que deveria ser uma aventura carregada de tensão e drama, para mostrar a origem da personagem, acaba por se transformar numa historia absolutamente rasa, carregada de clichês que mal se preocupa em desenvolver personagens e relacionamentos, fazendo com que você se importe muito pouco com qualquer personagem, mesmo que seja a própria Lara. E é exatamente neste ponto que paramos para exaltar o talento de Alicia Vikander, pois o texto não é bom, os diálogos também não, e ainda assim ela consegue uma atuação muito digna compensando as deficiências de sua personagem, com muito talento e carisma. Se a nova Lara Croft ganhou uma versão que seja minimamente marcante, é graças à atriz que impressiona pela presença em cena, se sai bem tanto nas cenas de ação quanto nas cenas dramáticas, ainda que os dilemas de sua personagem não sejam lá tão importantes assim.
O elenco ainda conta com nomes como Walter Goggins, que assim como Alicia se vira muito bem com o pouco que tem ao interpretar o vilão do filme. Dominic West por sua vez, interpreta o pai de Lara, Richard Croft, na teoria foi introduzido no filme para ser o símbolo de inspiração de Lara, na prática o personagem passa longe de ser inspiração para qualquer coisa.
No balanço geral, ainda que bem interpretada por Alicia Vikander, que em minha opinião consegue, sim, fixar uma nova imagem mais humana e real para a personagem deixando para trás a girl power total de Angelina Jolie e dos games pré-reboot, o filme não empolga em momento algum, não indo além de uma diversão descompromissada, provando que há muito a trilhar e descobrir no caminho da transição dos games para o cinema. O longa não encontra o ponto de equilíbrio entre manter a essência da obra original e ter uma identidade, uma assinatura própria. Longe de obras medíocres do gênero, fica a impressão de que o filme poderia ser mais forte, melhor trabalhado, mas no final acaba sendo apenas mais uma tentativa frustrada de trazermos um grande filme ao cinema baseado nos sucessos do mundo dos games.
Tomb Raider - A Origem
-
Direção
-
Fotografia
-
Elenco
-
Roteiro
Resumo
O filme praticamente emula os games na tela e, mesmo com o talento de sua protagonista, deixa bastante a desejar com o ritmo oscilante e roteiro fraco.