Um Espião Animal, nova animação da Blue Sky Studios, chega aos cinemas brasileiros no próximo dia 23 de janeiro. Nós do Multiversos já conferimos esse mais novo lançamento e queremos agradecer às nossas amigas e parceiras da Espaço Z pelo convite.
Dirigido pelos estreantes Nick Bruno e Troy Quane, ambos oriundos das áreas de arte de animações como Era do Gelo e Rio, e inspirado no curta animado “Pigeon: Impossible” (2009) de Lucas Martell , o filme conta a história do superespião Lance Sterling e do cientista Walter Beckett, que são extremos opostos. Quando algo dá errado, Walter e Lance precisam trabalhar juntos e lidar com uma pequena mudança que afeta Lance.
Lucas Martell retorna aqui e assume o roteiro junto de Cindy Davis, Brady Copeland e Lloyd Taylor. O filme aposta inicialmente em apresentar e reforçar os estereótipos de seus protagonistas e, após mostrar o conflito da trama, uni-los e daí dar uma pitada de bizarro ao filme, quando transforma Lance em um pombo. A ideia até que é engraçada e diferente, mas vemos que o filme poderia ter explorado muito a bizarrice dessa situação, mas não o faz, ficando mais no campo das piadas escatológicas bobas.
A estrutura de atos segue sem tropeços e o filme segue de forma linear, sendo divertidinho e cheio de correria, mas peca ao tentar injetar um drama que não funciona e, mesmo no seu clímax, tem medo arriscar e a situação toda perde o senso de perigo, algo essencial em filmes de espionagem. O roteiro dá um certo destaque positivo para a Agente Marcy e sua equipe, que persegue os protagonistas e a trupe de pombos que viram o “bando” de Lance e Walter, e também garantem alguns momentos engraçados. Alguns diálogos são engraçados, mas a maioria é bem simples e direta.
É bonito de ver como as equipes de animação conseguem sempre excelentes resultados aqui. Designs de personagens e texturas saltam aos olhos e cada personagem consegue transmitir quem são no exato momento que você os vê. Toda a construção das cidades e dos locais onde acontecem as ações são muito bem apresentadas, respeitando bem as tradições dos filmes de espião.
Na dublagem brasileira, Lázaro Ramos e Taís Araújo fazem o Lance e a Marcy, mas o charme de suas vozes se perdeu na tentativa de emular as vozes originais. Teria sido bem melhor deixá-los a vontade, porque eles são atores excelentes, mas acabaram prejudicados.
Um Espião Animal mantém as tradições dos filmes de espionagem, usa os clichês do gênero e até tenta mudar algumas regras, e assim vai agradar a criançada e seus país que querem uma diversão descompromissada, mas que fica devendo ao ser analisado com mais cuidado, tornando-se entediante e repetitivo.