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Vida (2017) | Crítica (Sem Spoilers)

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Dirigido por Daniel Espinosa (de Crimes Ocultos e Protegendo o Inimigo), com roteiro de Rhett Reese e Paul Wernick, Vida mostra um futuro próximo onde um time de cientistas na Estação Espacial Internacional, descobre uma nova forma de vida alienígena vinda da Marte, que evolui rapidamente e que passa de euforia mundial à séria ameaça global que precisa ser contida.

Vida, antes de tudo, segue todos os clichês e regras do horror espacial. Foca bem na apresentação dos membros da equipe, com a líder inglesa Miranda North (Rebecca Fergusson), o médico americano David Jordan (Jake Gyllenhaal), o biólogo inglês Hugh Derry (Ariyon Bakare) e a equipe técnica com a russa Ekaterina “ Kat” Glovkina (Olga Dihovichnaya), o japonês Sho Murakami (Hiroyuki Sanada) e o americano Rory Adams (Ryan Reynolds), mostrando bem os seus laços emocionais e como, a cada momento, eles vão lidando com a descoberta desta forma de vida alienígena e, quando as coisas começam a dar errado, a forma como eles tem que resolver esse problema.

A grande sacada do filme é como ele conta a sua história. Todos os personagens são bem construídos e, justamente pelo fato do filme tratar bem suas relações, isso os torna bem tridimensionais ao intercalar bem os momentos pessoais com os de horror.

A fotografia de Seamus McGarvey é certeira por evocar bem como uma câmera funcionaria no vácuo espacial, e num local diminuto e apertado como a Estação Espacial, assim gerando belos movimentos circulares e visões subjetivas com cores sempre neutras mas muito bem saturadas e contrastando bem com espaço negativo gerado pelo espaço sideral. Graças a edição elegante e refinada de Mary Jo Markey e Frances Parku, a narrativa é clara e sem modernismos inúteis como “Shaky Cam” e sem cortes epiléticos absurdos e ultra rápidos, com isso o espectador é brindado com a ação mostrada de forma cristalina o que faz as cenas ganharem força dramática.

A música de Jon Ekstand é certeira e o som é peça essencial na narrativa. Os amigos cientistas podem ficar tranquilos porque os termos técnicos e científicos estão bem utilizados na trama e tudo isso é bem mostrada sem ser chato, pelo contrário, o filme mostra bem o prazer da descoberta e como a pesquisa é algo bom.

O design de produção de Steven Lawrence é belíssimo, pois explora bem a estação dando um ar tecnológico atual e conseguiu criar um ser incrivelmente assustador no filme sem apelar pro gore e remetendo insetos e seres marítimos. Você realmente fica com medo do bicho porque ele é crível e poderia existir devido ao cenário e explicações bem utilizadas na trama.

O único ponto que me incomodou, o que não quer dizer ser um ponto negativo e que já posso ver as futuras divergências sobre esse ponto, foi o final do filme. As decisões tomadas nesse momento me deixaram receoso e fizeram o filme perder força a meu ver, mas não comprometeu o todo.

Abraçando bem todas as suas referências, com um excelente  elenco que soube atuar sem estrelismos e utilizando as ferramentas técnicas com maestria para contar a sua história, Vida é um filme bem-vindo e honra bem o Horror Espacial.

Vida chega aos cinemas no dia 20 de abril.

Vida (2017)
  • Direção
  • Elenco
  • Fotografia
  • Roteiro
3.5

Resumo

Abraçando bem todas as suas referências, com um excelente elenco que soube atuar sem estrelismos e utilizando as ferramentas técnicas com maestria para contar a sua história, Vida é um filme bem-vindo e honra bem o Horror Espacial.

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